Acerca de mim

A minha foto
Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

sexta-feira, dezembro 28

Noite

Nada convidativa, em princípio!
Escuro, sempre igual, não é?
Afagado pelo frio deixei-me envolver pela silenciosa serenidade deste colorido.

Efeitos? Principalmente os sentidos, interiorizados quase tão fieis como as imagens.
 Uma Paz imensa!
2013 será só o que nós vivermos.
INTENSAMENTE, assim o desejo



domingo, dezembro 23

Carta ao Pai Natal


Um amigo fez-me chegar, vindo de outro e provavelmente de outro, esta "carta ao pai Natal".
Li, e há coisas que quereria ter sido eu a escrever.
Partiho!
E já agora, Bom Natal, seja lá isso o que for.
Arrisco desejar-vos saúde, para o próximo ano civil, sem correr o "risco" de troca por desmedida!










sexta-feira, dezembro 21

Hipnose





Não sei como se chama mas assim como fiquei parado quando a vi ao vivo, sempre que retomo a foto não consigo desviar o olhar.

Da imagem emana tranquilidade, poder, estimula-me a criatividade, a imaginação, navego, construo.
Coisas simples, no meu Universo!
Partilho.



domingo, dezembro 16

Comemorar, não "fazer" anos!

Hoje é um dia especial, o primeiro do meu ano novo. 
São sessenta e três! Poucos, dir-me-á o meu aluno mais sénior na sua cátedra dos oitenta, muitos o mais novo, na casa dos vinte.
Não lhe dava...oiço frequentemente.
Não quero que me dêem, nem que me tirem. Estou bem assim, sinto-me bem assim.
À hora que coloco este apontamento, ainda o sol dorme, uma maravilhosa manhã fria, chuvosa me acolhe ao abrir a janela. Que bom sentir-me envolto neste silêncio, que bom acordar, inalar a frescura sentir-me vivo.
Intensamente, momento a momento tem sido o meu objectivo de vida, aqui, ali, onde me der GOZO, se com compromisso!
Parte de uma cadeia, fio de uma tapeçaria, importante no acto do momento, se com compromisso!
E este compromisso assumido é em primeiro lugar comigo. Estou empenhado em fazer-me, sentir-me feliz!
Bom ano para mim, que consiga cada vez mais sentir-me elo desta corrente chamada VIDA!



sexta-feira, novembro 23

Relato um estudo científico

Terça feira cheguei a casa após dia intenso de actividade e emoções.
Abri a porta, nas mãos, em exercício de equilíbrio, a pasta com documentos, o telemóvel, um saco de compras, mercearias e outros produtos de charcutaria.
Porta aberta, as já habituais festas de boas vindas do meu amigo de quatro patas, Lucky, a me dificultar ainda mais os movimentos. Quem tem um cão, sabe como é...
Na quarta, a caminho de mais um dia de actividade, notei que não tinha o telemóvel. Habitual, sabem as pessoas que me conhecem...ou está desligado ou fica "por aí".
Ao fim do dia, procurei-o. Não o encontrei nos sítios onde se costuma refugiar. Peguei no fixo e percorri a casa à espera de o ouvir. Demorou até que chegando à cozinha descobri um som abafado. Apurei o ouvido...abri a porta.
Lá estava. O frio não lhe tolhera o mecanismo, fresquinho, congelara seis chamadas durante o dia!
Deste episódio cientificamente posso atestar:

- os telemóveis não se alimentam de queijo,
- há rede dentro do meu frigorífico (parabéns à TMN),
- o telemóvel não se queixa de claustrofobia.


domingo, novembro 18

Outono

Um dia de Outono

Existe? Claro que sim.
Quero continuar a ver, procuro e aceito.
Um dia um amigo dizia-me que se vê sempre, assim o queiramos.
- Oh Manel, dizia-lhe, no escuro não vejo!
- Vê pois, vê a escuridão!
Mal é não enxergar, por teimosia ou limitação!

quinta-feira, novembro 8

segunda-feira, novembro 5

REFUNDAR

Estavam lá todos os meninos. O Pedro, o Paulo, o Miguel, aquele mais pequenino, o de voz mais grossa, e outros meninos e meninas. Brincavam às palavras para quebrar o ócio do recreio em sala fechada em tempo chuvoso.
Agora é tu, dizia o Paulo, coloca a letra... r-e-f-u-n-d-a-r, colocou o "a" o Pedro, ficou R-E-A-F-U-N-D-A-R. Perdeste, perdeste, gritaram em uníssono a São, o Paulo e ainda aos solavancos o outro Pedro.
Quase todos os outros meninos se levantaram protestando. Está errado, quem terminou foi o Paulo, perdeste!
Ficou de trombas, o Paulo, durante dias não falou...
Quem escrevia o que se passava na sala dos brinquedos era o Miguel que já sabia escrever mais que os outros, pois bastava o facto de ter mais canetas. E começou a escrever... - a palafra que terminou o jogo foi "re-fon-dar" .
O Senhor Silva que geria o infantário tomou conhecimento da palavra e como era exímio nos computadores, naquela coisa do "LIKE", acionou o corrector ortográfico e disse para consigo..."este Miguelinho continua um troca tintas, ou melhor letras, "a" em vez de "e", a acrescentar "n", não seria? Não percebo que querem dizer mas vou adicionar ao dicionário de Portugal!"
Agora vou fininar isto como dizia o meu filho aos 4 anos. Porque não? Era criança, também tinha destas brincadeiras!

segunda-feira, outubro 22

Ser, sempre o SER!

O tema era como passar fotos da máquina para o PC.
Feito o exercício uma e outra e ainda mais outra vez para confirmar, no ecran uma imagem de um convívio.
Sabem, daqueles convívios sem gravata, sem vestidos compridos, sem copos de pé alto, uma guitarra, um lenço gingão ao pescoço, grandes sorrisos...
Tronco de Romã (Museu das Cruzes- Funchal)
Eram cerca de trinta, disse-me. Por mais que nos roubem, por mais que nos imponham restrição, nunca conseguirão retirar-nos isto, o estar com os amigos, não compreendem...
Tenho pensado muitas vezes nesta ideia.
Entendo que é na adversidade que testamos a nossa condição, o nosso SER.
Mesmo usados, mesmo abusados, há um EU que não se deixa derrubar. 
Raiva sem amargura, desdém!
A ilustrar, um tronco retorcido, quase seco...resiste!
No alto, entre o verde, romãs feitas sorriso vitorioso, como que gozando de quem dúvidas tivesse.

sábado, outubro 20

Regresso às aulas

Recomecei esta semana a minha actividade de "desestabilizador" de informática para seniores.
Muitas caras conhecidas, mas outras novas. Novas não, gostosamente velhas!
Chama da Floresta
Decorria o início de uma sessão ainda poucos minutos passaram quando com subtileza, sorriso acanhado, surgiu à porta uma outra candidata.
Bengala na mão, as minhas desculpas, disse.
Bom dia, retorqui, sente-se, indiquei-lhe o lugar.
Conhecimentos de informática? Zero, apressou-se a dizer, com um sorriso!
Acabou por agarrar o rato de forma atabalhoada, teclou como bailarina em bicos de pés, em descoberta das letras que passeavam no teclado, ouviu atentamente, SORRIU com mestria.
85 anos, ganhei o dia!
Lá fora, muita coisa acontecia, nenhum momento tão importante como este.

quarta-feira, outubro 10

Madeira

Uma semana fora...cá dentro! Há muito que não via este mar, este sol, esta terra.




 Soube-me bem!

sexta-feira, setembro 28

PÉROLA!!!

Não resisto!

http://youtu.be/gNu5BBAdQec--

Palavras para quê...

 

quarta-feira, setembro 12

O coelho roubou-me!







O meu espaço foi invadido...
Corri para a máquina.




Não sei o nome mas também não importa...Não me prejudicou, pintou o meu olhar!



É nestas ocasiões que gostava de ter uma máquina com mais "perfomance"
Não por mim que vi o original...
Pelos que não têm oportunidade, disponibilidade e os ver!

Se esta invasão do meu espaço não prejudica antes enriquece, já o mesmo não posso dizer do coelho.
Pela calada, com cerca ou sem cerca, roubou-me.
O animal é assim. Não lhe importa se o que tenho é ou foi produto do meu trabalho, uma sementeira de tempos que aos poucos colheria, às vezes com sacrifício. Vem e rouba!
Como sei que foi ele? Pelo estrago,pela trampa bem identificada que deixa.
Oiço muita gente queixar-se!
O coelho tem tanto de "fofinho" como de daninho!
Não sou de violência mas a época da caça está a abrir...

sábado, setembro 8

Aumento de 7% para a Segurança Social


Caro Pedro.
Ouvi-o ontem, solene, a anunciar as suas medidas para salvação do País para este 2º ano de mandato.
Finalmente ousa tocar nestes abusos e benesses.
Afinal que quer o Povo?
Se já cortou as mordomias dos políticos e ex-políticos, se já cortou na entrada de boys com chorudos ordenados para o aparelho de estado e adjacentes, se já suspendeu as subvenções aos políticos que ainda jovens recebem chorudas compensações pelos anos de passagem nos cargos (alguns só passaram mesmo), se já passou a andar bem como todo o governo e organismos públicos em carros de média cilindrada, se já cortou nas fundações e afins, resolveu os buracos das PPP, cortou os pinga pinga de benesses para Galps, EDP etc, tudo isto por uma questão ética e moralizadora, e mesmo assim não há equilíbrio financeiro, porque não avançar com estas medidas?
Afinal que quer o Povo?
Os seus críticos dizem que não quantificou os cortes dos mais favorecidos. Mas que diabo, não se tem de dar atenção primeiro às maioria. E essa são os outros...
Afinal que quer o Povo?
Já era tempo dos trabalhadores contribuírem para os patrões. Afinal, mal agradecidos, não têm empregos? Que querem mais?
Afinal que quer o Povo?
Os reformados e pensionistas, que pretendem? Indigentes e interesseiros que trabalharam e descontaram só com interesse de uma reforma... Façam qualquer coisa de útil, gozem as férias nos jardins, inventem jogos, não lhes chega estarem vivos? Até já não baixou o preço dos genéricos, não sabem dar valor a isso?
Concordo consigo, parasitas é o que é! Eu não lhe disse ainda mas aquela injecção atrás da orelha..., pense nisso!

PS. Escrevi isto com base em fontes fidedignas e desabafos de um tal Relvas. E o Relvas não mente! PIM!

quinta-feira, setembro 6

Calor

Este calor, esta luminosidade irrita-me, limita-me, atrofia-me, esgota-me!
Sei que há quem goste, aprecie, se sinta muito bem com eles. Nada tenho a opor.
Nestes momentos que estou em recobro, as notícias, especulações, exploração de desgraças ou invenção de factos como queiram chamar vomitadas pelos diversos canais de televisão de uma forma repetida para que abrangente ninguém escape, chegam-me. Raramente tenho oportunidade de estar à frente da TV. Estou mesmo convencido que não pertenço a este reino. As pessoas consomem isto? Este produto vende-se?
Dou comigo a pensar que esta gente tem acordo com a indústria farmacêutica. Tem que haver comissão por cada depressão que provocam. Li algures que Portugal é da Europa, um dos maiores consumidores de ansiolíticos, antidepressivos. Pudera!
Benditas telenovelas, preços certos, que ocupam antena, estupidificam mas não deprimem! E é claro, o desporto rei...
Vem aí mais uma competição de preparação a uma ida ao Mundial. Ninguém pode ficar indiferente ou melhor esforçam-se para que ninguém fique.
É um que está com uma luxação, o outro que tem gastrite, o outro que foi substituído por queda de cabelo, a caspa, a mulher disse, a namorada fez, o treinador afirmou uma não afirmação...
Aumento de impostos, desemprego, fraude, corrupção, julgamentos?
Quê? 
O Ronaldo está triste, o Humberto Coelho diz que gostam todos de celebrar golos...
Estava mesmo a ver que não transmitiam isso na rádio, tv, a cada meia em meia hora e nos espaços dedicados ao desporto!!!
O calor faz-me mesmo mal, mas será só a mim?


 



sexta-feira, agosto 31

Convívio Sénior


Eu disse que voltava!
Ontem, uma vez mais fui até ao espaço Sénior do Carregado. Ali estavam muitos dos meus alunos de informática, mas essencialmente ali estava o que considero o espírito saudável, o testemunho do que pode ser o bem envelhecer.
O Afonso, a Lourdes e a Luísa
Convidei a minha aluna do Sobral, Lourdes a conhecer pessoalmente uma outra, a Luísa, uma vez que  já se “conheciam” via net.
O que se passou na tarde de ontem, creio que dificilmente encontro palavras para descrever. A Lourdes transmite uma imensa alegria de viver e, quando ao seu colo o seu amigo acordeão respira, a música instala-se, a alegria irradia, contagiante.
Foi bom ver a leveza dos corpos, a libertação de qualquer maleita instalada pela idade. Dançou-se, cantou-se, riu-se.
O Renato, a Lourdes e o Afonso
Foi bom ver o Renato, marido da Lourdes afagar carinhosamente o acordeão enquanto ela cantava, e dele extrair por momentos, sons de acompanhamento, quase de forma comprometida, há quanto anos não o fazia...Foi bom vê-lo dedilhar no braço da filha, uma imaginária guitarra, de uma bengala fazer um contrabaixo, de tal forma contagiante que de uma canadiana arranquei sons de violino, sem desafinar.
Foi bom ouvir a Lourdes cantar e por arrasto todo o grupo.
Eram já dezanove quando resolvemos acabar o convívio. Ninguém estava com pressa...
Com pouco, muito se fez.

Afirmo, fez-se, não se esperou que alguém fizesse!
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Mais registos:
Fernanda, Luísa
Júlia, Irene, Dulce


Suzete, Isabel, Cristiana, Fernanda, Mário, São

Conceição, Júlia, Suzete

Como se faz a Ginginha, explica a Cristiana


Conversa animada, mesa gulosa...















terça-feira, agosto 28

Andando por onde quero...(ainda)

 
MONTEJUNTO!
Há já vários anos que amanheço olhando a sua imponência...Hoje resolvi tomá-lo, apossar-me do alto dos seus quase setecentos metros...





Olhei e reparei. Não basta olhar, é preciso ver. Um ténue reflexo de luz ao fundo...










Dezenas de pequenos peixes no interior da pia. Como vieram aqui parar? Não sei, nem me interessa, o importante é que estão, neste momento.









Grutas, ruínas, tanta estória por contar...
Marcado está um encontro para melhor ver e escutar...














Surpresa! Mesmo no alto, um parque de merendas acolhido em frondosas árvores de sombras imensas.
Ficou o convite para um dia a passar nestas paragens.
Tanta vereda por caminhar, tanto ar, tanto ar...








Quase a sair...
Cortaram, recortaram, retorce-se e teimosamente ostenta seus braços, sua rama...
Ergue-se quase gente!
Ai Portugal, Portugal!



domingo, agosto 26

Obrigado, Querido Governo!



Recebi este texto delicioso, partilho-o!


"Agradeço ao governo pelo que tem feito pelos reformados, pois eles não precisam de aumento (e podem muito bem viver sem 13º e 14º mês), não pagam luz, gás, rendas, remédios, etc., como todas as outras categorias. Tudo lhes é dado gratuitamente, ao contrário de parlamentares, juízes, ministros, etc., que têm de trabalhar duro para conseguir o pouco que têm. Aposentado só trabalhou por 30, 35, 40 ou mais anos, descontando durante esses anos todos para uma Segurança Social que hoje o acha culpado de todos os males.

Reformado vive de teimoso, pois já não se precisa mais dele, agora que não trabalha mais; é um vagabundo e só serve para receber o valor da reforma.

Além disso, a única greve que os reformados podem fazer é a de não mais morrerem e entupirem um pouco mais os hospitais públicos, com suas doenças.

Cordiais saudações.

Nós, os reformados, agradecemos seu carinho e respeito.

Não deixem de repassar.... Portugal precisa acordar! e começar a pensar seriamente que nas próximas eleições o nosso VOTO seja em BRANCO para que sintam que ainda somos gente..."

Obs.
Não, não votarei em branco. Aí contribuo para o enriquecimento de um sistema corrupto e sectário.
Pura e simplesmente não tenciono ir lá!


terça-feira, agosto 21

Serra do Socorro


Serpenteando estrada acima, pavimento irregular empedrado, cheguei ao topo. Já me haviam falado, referência ocasional de uma conversa breve, circunstancial. A serra do Socorro!
A primeira impressão foi que não havia chegado ao topo de uma serra mas sim ao cimo de um planalto. Depois, gradualmente foi deixando o olhar estender-se, alongar-se sem restrição de encontro ao horizonte, próximo ou distante consoante a neblina que envolvia aquela imensidão de terra.
Do alto, a meus pés, com um silêncio pesado aos ombros, um sol que queima mais, por mais próximo, observo o movimento enfileirado de carros formigas, sem marcas, potências, uns num sentido outros noutro. Não os ouço... parecem-me todos iguais. Casas, à esquerda, à direita, ao fundo, mais distantes ou próximas, cores diversas, janelas portas de anseios, vidas iguais na minha equidistância. Não interpreto, limito-me a ver e o que vejo é o que sinto!
Vagarosa e indolentemente, na encosta verde, um corvo plana. 
Para ali, ouço, é as Berlengas, não fosse o dia, facilmente se veria...O Sobral, acolá, na direcção da eólica... Sintra, lá em baixo... o Tejo para ali...Montejunto para além...
O meu pescoço rodou, rodou, trezentos e sessenta graus, em qualquer direcção, um sítio qualquer. Se tivesse um binóculo, pensei...
Não, melhor não. Não vira tudo quanto a minha vista alcançara. Porque sempre desejar estar onde não estou? Porque passar sem sentir o pulsar do próximo, daqui, exaustivamente?
A Berlenga não existe hoje, Sintra manifesta-se ao fundo, Montejunto compete em grandeza, o Tejo é ficção. Vejo, absorvo, constato!
Qualquer dia nascerei com o dia aqui mesmo, será um novo sentir, espero surpreender-me...

terça-feira, agosto 7

O meu amanhecer

Qualquer palavra seria demasiado pequena...


O dia começou cedo, apelativo. E imaginar que poderia não estar aqui...


sexta-feira, agosto 3

Espaço Sénior do Carregado

Espaço Sénior do Carregado
Ontem, a convite dos meus queridos alunos seniores, fui confraternizar ao Carregado, depois do almoço.
O encontro foi no espaço Sénior recém criado pela Junta de Freguesia do Carregado. Com novas instalações de equipamentos escolares, vagou um pavilhão pré-fabricado que outrora fora jardim infantil e numa visão pró-activa resolveu-se dotar a população sénior de um espaço, bem como instalar em anexo a Loja Solidária do Carregado.

O Espaço Sénior está, em meu entender, com uma dinâmica invejável. Sala de lazer/televisão/café, espaço com computadores ligados à net, uma outra sala ampla com mesas e possibilidade de aproveitamento polivalente. 
Os dados estão na mesa, é admirável como cada um sente aquele espaço como seu!

Nas vidraças ainda os bonecos, as flores multicoloridas desenhados pelos ou para os antigos inquilinos. É uma alegria enorme evocarem a ocupação das salas onde ontem os netos passavam os dias...

A dado momento, na sala grande, fomos dispondo as cadeiras e conversando. Dei comigo a constatar que de uma forma imprevista e espontânea havíamos feito um círculo. Todos nos víamos, todos nos escutávamos...
E falou-se dos netos, dos filhos, evocaram-se momentos jocosos, soltaram-se gargalhadas libertadoras!
E é também nestes momentos que se alertam os cuidados a ter em diversas situações de aproveitamento dos mais idosos, mais indefesos, partilham-se experiências, consolidam-se precauções.

Lá fora, no espaço que outrora fora escorregas e casas encantadas, alguns netos brincavam, inventavam as histórias, as mesmas que os avós um dia também inventaram e viveram, gargalhadas cristalinas, despreocupadas. Sim que nesta matéria nada se inovou e naquelas minúsculas portas cada avô, ao olhar o neto, transponha-as com um sorriso de alma, memória!

Este é um embrião do que pode vir a ser verdadeiramente um espaço multigeracional.
Ao chegar ao espaço, o primeiro a chegar colhe a chave. O último a sair entrega-a .

Já tomei conhecimento do dia dos grandes encontros tecnológicos. Nestes encontros partilham-se momentos e dúvidas, em movimento solidário, os que se sentem mais à vontade ajudam os outros... 
Um dia passo por lá...

Sinto-me grato em estar integrado, em ter contribuído como membro de uma equipa para esta dinâmica, sinto-me bem em ser recebido da forma como sou!
Modestamente celebramos, efectivamente, o Ano Europeu do Envelhecimento activo.

terça-feira, julho 31

Por acaso...

Descobri!
Pé ante pé aproximei-me , primeiro incrédulo, depois extasiado. Em berço de tecelagem perfeita, leve plumagem denunciadora.
Depois, procurando um melhor ângulo, observei...
Desprotegidos, indefesos, restavam colados asa a asa em comunhão de fragilidade. Só um ténue e compassado movimento no respirar me indicava vida.






Dois, aqui se pode dizer aninhados.
Não ousei aproximar-me mais, bastou-me estas imagens. 
Tenho tempo, tenho disponibilidade, sou atento...








Ontem, que sim que talvez, as perspectivas, os mercados as opiniões estafadas... o injectar de incertezas estrategicamente calculadas, os interesses...
Não, obrigado, estou para aqui voltado, há um filtro de simplicidade, um estar atento a OUTRO lado terapeuticamente feito opção.


quarta-feira, julho 25

Férias

Férias!
Sento-me em abandono, fim de tarde quente , põe-se o sol ainda intenso, laranja chama. A dois passos uma copa balouça seu verde alternando prata do verso das folhas. Vai e vem, verga-se e retoma, cadenciada.
Bandos de pássaros pululam não sei de onde, comunicação  imperceptível mas agradavelmente sonora, uns mais pequenos outros maiores, cores diversas.
Sumido, um ribombar persistente, facilmente identificado de uma debulhadora.O vento sopra, ora forte ora brando, traz, leva, incentiva a imaginação. Mais intenso, um copiador de sons, o gaio, dizem-me. Belo na sua plumagem, cruel na sua sobrevivência por vezes. Ao longe, imperial, um falcão. Plana, escolhe com olhar macroscópio a sua presa no chão, e mergulha...Não vi a cena seguinte, nem me interessou.
O horizonte é azul, entre mim e ele campos multicoloridos!
Fim de tarde calmo, sem ruído, um lento beber do cenário, momento.
Aqui carrega-se baterias!

sexta-feira, julho 20

Fogos na Madeira

Há realidades, construções, informação, especulação, sensacionalismo e também oportunismo e muita imaturidade na classe dos jornalistas. Aliás como em todas. Já viram o género de perguntas do tipo "está com medo?", a uma senhora lavada em lágrimas,a cuja casa as chamas lambiam as paredes?
O conjunto de fotos no Sapo.pt acerca do incêncio da Madeira denominava-se "Madeira a arder" ou coisa parecida. Agumas, dantescas.
E esta também integrada no conjunto? Onde está o "drama" a "tragédia" o "horror" tão do gosto dos gulosos orgãos de informação?


Cada vez mais, se puderes ir ver, vai. Se não puderes, desconta o que te contam duvida do que mostram, e se for caso disso...não acredites.
Nesta ou noutras ocasiões.

quinta-feira, julho 12

PINGO DOCE (esclarecimento)


Recebi da Dir. Qualidade e Desenvolvimento Marca Própria Grupo Jerónimo Martins um relato extenso do qual transcrevo as linhas abaixo.
"Relativamente ao tratamento da reclamação, informamos que a mesma se iniciou no dia 9 de Abril de 2012, tendo sido efectuadas várias diligências junto do fornecedor – designadamente testes de validação de detecção com várias dimensões de metais e, a partir do dia 24 de Abril de 2012, com a própria agulha disponibilizada pelo estimado cliente. Em todos os ensaios foram detectados os referidos metais, não sendo assim estes ensaios conclusivos relativamente à explicação da presença da agulha no produto acabado.
(...)
No dia 01 de Junho de 2012, foi decidido como acção preventiva a aquisição de novo detector de metais, de forma a assegurar maior fiabilidade na detecção de corpos metálicos, garantindo assim a redução da probabilidade de ocorrência de situações semelhantes.
A 29 de Junho de 2012 foi efectuada auditoria às instalações do fornecedor em causa, tendo sido validada a implementação da referida acção preventiva – instalação de novo detector.
Em 5 de Julho foi emitido o 2o Parecer Técnico, onde é registada a constatação da auditoria relativa à entrada em funcionamento do novo detector de metais, bem como o trabalho em curso para identificação dos fornecedores de carnes com maior incidência de presença de metais. 
(...)
O fornecedor deste produto – Soares e Damião, Lda, é fornecedor da Jerónimo Martins há mais de 5 anos, tendo um histórico de fornecimento muito bom. É certificado pela norma internacional ISO 22000 – Segurança Alimentar, pela APCER (Associação Portuguesa Certificação) tendo, como tal, implementadas as melhores práticas no que respeita à segurança alimentar.
Enviamos em anexo certificado emitido pela entidade certificadora. Também o processo de Desenvolvimento e Acompanhamento de Produtos e Fornecedores das Marcas Próprias da Jerónimo Martins é um processo certificado pela norma ISO 9001, assegurando desta forma que todos os processos são levados a cabo de acordo com rigorosos requisitos de qualidade e segurança alimentar. Caso este fornecedor não merecesse a nossa confiança não seria aprovado para parceiro/fornecedor de produtos das nossas marcas próprias e/ou a sua continuidade como tal seria seriamente comprometida.
Como poderá verificar foram emitidos dois pareceres técnicos, que anexamos, e que por falha interna, nunca chegaram formalmente ao cliente. Para além destes pareceres técnicos de referir também que, de acordo com os registos telefónicos do SAC, foram efectuados três contactos sem sucesso com o cliente nas datas : 6 de Abril, 20 Abril e 7 Julho de 2012."
(...)
Houve assumidamente uma falha interna e dificuldade em me contactar telefonicamente. No entanto o meu mail esteve sempre disponível e activo.
Agradeço o esclarecimento e por ser justo, publicito-o.

segunda-feira, julho 9

PINGO DOCE





Em 6/04/2012 comprei no Pingo Doce um chouriço da Região de Arganil.

Tinha brinde...
Cerca de dois centímetros de uma agulha partida foi numa rodela parar a uma boca...






Apresentei reclamação nesse mesmo dia.
Acreditam que não obtive uma justificação?

Acreditam que a última informação registada foi um mail muito rápido a acusar a minha reclamação, no dia 6 de Abril?


Tenho procurado obter uma explicação mas o silêncio tem sido a resposta.
Basta!
Qualidade? Onde?
Não sou cliente das campanhas de corrida do Pingo Doce, mas também deixei de ser cliente do dia a dia!
Que importa?
Importo-me eu.

quinta-feira, julho 5

A vergonha!

Sou do tempo em que as minhas atitudes mais que simples afirmações eram sempre analisadas pela vergonha que podia causar aos meus pais, irmãos, família próxima.
A VERGONHA!
Confesso que me sentiria incomodado pelo oportunismo de um filho,  pela memória de um qualquer eventual acto menos transparente dos meus pais. 
Foi assim que me ensinaram, um conceito arcaico chamado de "valores", foi isso que transmiti aos meus filhos.
Gosto de sentir "orgulho" no que sou, pelo que faço, no elo das minhas relações.
Olhando para a palete de notícias de oportunismos legais mas não éticos, cursos duvidosamente credenciados, subsídios atribuídos, negociatas e influências manhosas, encobrimentos cooperativistas, prepotências escudadas em cegas regras feitas à medida, pergunto-me se os actores não têm pais, filhos...
Será que à boleia dos novos acordos ortográficos o conceito de "vergonha" desapareceu?
Dói-me ver tanta gente boa e simples ser abusada na sua tolerância face a actos de puro oportunismo, só porque são de um clube de simpatia...
Continuo a acreditar que os gestores da "Quinta" um dia serão responsabilizados, continuo a acreditar que só quando dissermos veementemente basta, algo mudará.
Até lá...



domingo, julho 1

A boleia II

Acabou, finalmente!
Parabéns Espanha.
Em última hora, consta que o ministro Relvas informou que irá a Madrid receber os jogadores de Espanha!

sexta-feira, junho 22

A boleia

Repararam na boleia de ontem?
Em mensagem balofa e circunstâncial na página oficial, o Presidente regozijava-se de imediato. Pertinente mais que nunca aproveitar a boleia...
A propósito viram também a mensagem quando Portugal sagrou-se campeão do mundo de atletismo de síndrome de down? Não? Eu também não!
No Brasil, Passos Coelho atropelava as palavras, baralhava as ideias sobre o assunto. O Importante era "protagonizar" , ...à boleia.
E, falando de boleias...
Relvas deslocou-se à Polónia para ver em directo o jogo. Ele foi. Será que fomos nós a pagar a boleia?


domingo, junho 17

Férias

Estou de férias!
Este ano foi pleno de emoções, de desafios, de entrega.
Entre Sobral de Monte Agraço, Santana da Carnota e Carregado, 106 alunos seniores.
Estou cansado mas satisfeito. Houve um trabalho em equipa, de recebimento e dádiva. 
Informática? Sim, também se caminhou nesse sentido mas tenho sempre a sensação que o estar com estas turmas é mais que isso. 
Avaliação?
A assiduidade dos alunos. Sintomática e indicadora.
Agora? A terra, a vinha...o descanso.
Um dia vou-me reformar!

segunda-feira, junho 4

às vezes...

Às vezes vale a pena chegar quase noite a casa, bem cansado, olhar perdido aceitando...

Às vezes vale a pena deixar-me surpreender e permanecer sem questionar...

Às vezes é aqui o encontro não marcado, o inesperado, captado pela alma e acidentalmente registado pela máquina...
 

domingo, junho 3

Tomás regressou à feira

Lembram-se daquele Almirante que era a primeira vez que estava no local desde a última vez que por lá passara?
Em Santarém, vestido a rigor de acordo com o papel que representava, aprumado em cima do cavalo, um homem dava as boas vindas ao Sr. Presidente.
- E o animal como está?
Estas palavras oportunas e doutas em resposta a tão solene saudação, transportaram-me aos tempos do Sr. Almirante.
Belisquem-me!

domingo, maio 20

Extinção de Juntas de freguesia

Fala-se das juntas que existem, das que não deviam existir. Fala-se...cansativamente, por vezes sem nexo.
Há dias, estava na sala contígua, o telefone tocou, oiço a funcionária - "olá D. M, tenha calma, sente-se e respire, tenha calma...",cinco, dez minutos, sem pressa.
A dita junta serve menos de dois mil habitantes, velhos por essência, numa área de cerca de 18.000 km2. Para além do nº de eleitor, há PESSOAS. 
Na junta pagam-se vários serviços, (água, luz, telefone) e é em simultâneo posto de correios.
Vezes sem conta sentados no hall de entrada, idosos sem idade, muita em denúncia dos rostos cinzelados, esperam. Atentos ao movimento, ouvem, sorriem e às vezes falam. Mãos ressequidas pela dureza dos solos, olhos gastos de vistas várias, indumentárias negras de solidão, indicador negro de identificação.
Vieram à junta, trouxeram-nos à junta, às senhoras da junta.
Alguém, os levará de regresso a casa, nem que seja a carrinha da junta...
Fala-se das juntas que existem, das que deviam existir.
Fala-se ... cansativamente, por vezes sem nexo.
Sem bom senso!


  

terça-feira, maio 15

Colonoscopia

Há dias fiz um exame.
Muita gente o faz, se calhar não tantas pessoas como deviam.
Depois do sacrifício da preparação, a recompensa de tudo estar bem.
Um conhecido, aluno sénior informou-me que também tinha feito.
Sem sedação, não aguentara o exame completo, detectaram-lhe um tumor de 4cm. Terá que ser operado. Não tinha 150 € para pagar a sedação, disse-me.
Fiquei incomodado, senti-me privilegiado...
Esta saúde, esta política dói-me!
PQP (eu explico para quem estiver interessado) quem cegamente decide!
Pragas?
Por justiça gostava de saber rogar!

quinta-feira, maio 3

Dentista

Estou como se tivesse levado uma sova!
Afinal foi só uma ida ao dentista...
Há cerca de vinte anos que nos conhecemos, competente, detentor de um consultório com tecnologia de ponta, de uma paciência enorme. 
O mal não é dele, é meu. 
Uma hora na cadeira, creio que estive apoiado somente no pescoço e calcanhares. Doem-me as mãos, as falanges de tanto cravar as unhas num desgraçado de um guardanapo..., os abdominais, os bicipites, trícipites de tanta contração.
O mal não é dele, é meu!
Ainda ontem lhe dizia que o consultório estava mal situado, em frente às finanças. Podem ser simpáticos mas fazem sempre doer...
E é um encontro mais cedo ou tarde.
Mas mesmo assim, prefiro estar sentado na cadeira e espreitar as letras azuis da repartição do que do outro lado o dente do 1º andar.
Pago mas sei a quem, tenho interlocutor válido, em último caso a opção é minha.
Para a semana há mais, que bom...

sábado, abril 28

TDT



Esta foi uma realidade em muitos lares de Portugal.
"Precisa apenas do equipamento apropriado. Informe-se através do número 800 200 838 ou do site TDT.TELECOM.PT".
Pois, equipamento...
E quem tem unicamente uma televisão sem ligação possível ao conversor, que deve fazer?
Telefonei, e disseram-me que é possível aproveitar as televisões antigas com antena recepção UHF. Porque não se faz a mesma divulgação desta possibilidade da mesma forma como se propaga a aquisição de  descodificador?
Equipamento e mais equipamento. E custos? Com que direito?
Este processo foi manhoso, sem sensibilidade social, elitista, deficientemente esclarecedor.
Mais uma vez, em nome do progresso se determina, cegamente.
Um dia, não sei quando mas acredito que sim, o Zé acordará e mandará estes agentes decisores não para um ponto qualquer de reciclagem mas para uma central de eliminação de lixo tóxico.


quinta-feira, abril 26

Em comunhão

Há momentos de diálogo com...
O outro,
connosco,
aparentemente com ninguém.
Deu-me tempo para pousar a enxada, sacar da "arma" e mesmo com um ruído de fundo a jacto passando, disse-me,




Não o vi mas ouvi.
Senti!
Senti-me bem, privilegiadamente em comunhão, simplesmente...

domingo, abril 22

Dia da terra

O meu olhar...

 

quinta-feira, abril 19

O Despertar da Águia


Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para o manter cativo em sua casa. Conseguiu apanhar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Com sabem, a águia é a rainha de todos os pássaros.  
5 anos depois, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: 
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia!  
De facto - disse o camponês - É águia, mas eu criei-a como galinha. Ela já não é águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar de ter asas com quase três metros de envergadura.  
Não! - retrucou o naturalista - Ela é e será sempre uma águia, pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas. 
Não, não! - insistiu o camponês - Ela habituou-se a ser galinha e jamais voará como águia.  
Então decidiram fazer uma experiência. O naturalista pegou na águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: Já que és de facto uma águia, já que pertences mais ao céu do que à terra, então abre as asas e voa! 
A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente em redor. Viu as galinhas lá em baixo a debicar e saltou para junto delas.  
Eu não lhe disse? Ela transformou-se numa simples galinha! 
Não! - tornou a insistir o naturalista - Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã. 
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia ao telhado da casa. Sussurrou-lhe: 
Águia, já que és uma águia, abre as asas e voa!  
Mas quando a águia viu lá em baixo as galinhas a debicar no chão e saltou para junto delas. 
O camponês sorriu e voltou à casa: 
É como lhe disse... Ela  agora é galinha! 
Não! - respondeu firmemente o naturalista - Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar. 
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram-se bem cedo. Pegaram na águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. 
O naturalista ergueu a águia para o alto e disse: 
Águia, já que és uma águia, já que pertences ao céu, abre as tuas asas e voa! 
A águia olhou em redor. Tremia como se experimentasse uma nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direcção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.  
Nesse momento, ela abriu as suas potentes asas, grasnou com o típico KauKau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou...voou... até se confundir com o azul do firmamento...  
Todo o ser humano tem dentro de si a faceta águia e a faceta galinha. A galinha representa as nossas necessidades mais básicas, como comer, dormir, beber, realizar afazeres domésticos. Representa a materialidade do quotidiano. Já a águia representa a nossa capacidade de evoluir, os nossos desejos mais profundos, os nossos sonhos e o nosso lado espiritual. 
Viver apenas sob o nosso aspecto galinha é mais fácil, por diversos factores. A nossa cultura, inclusive a organizacional, alimenta a galinha que existe em nós, valorizando pessoas que aceitam tudo sem questionar, que se contentam com pouco. Além disso, ser galinha envolve mais segurança, menos riscos. As pessoas, muitas vezes, preferem não arriscar ir além do galinheiro, mesmo que isso signifique não desenvolver todo o seu potencial, mesmo que essa escolha seja o sacrifício de muitos dos seus sonhos.
Fala-se muito no despertar da águia, no despertar da essência de cada um. Organizações discursam sobre a necessidade de novos talentos, de pessoas que ousem ir além, que inovem e que busquem realizar os seus desejos e superar os obstáculos. Contudo, frequentemente isso fica só pelo discurso. Na prática, os colaboradores-águias são tolhidos pela organização, quando não podem manifestar a sua opinião, quando as suas ideias são recebidas com hostilidade ou indiferença, quando são desvalorizados e treinados para agir sempre da mesma maneira. A insegurança é mais um factor que leva as pessoas a esconderem-se no galinheiro. Os gestores têm dificuldade em assumir que não sabem tudo, fruto também de uma cultura em que dizer “não sei” é sinónimo de incompetência. Esse medo só retarda o despertar da águia tão necessário nos dias actuais.
O grande desafio que o ser humano tem é saber equilibrar e integrar as dimensões águia e galinha. Essa articulação deve ser uma busca constante. Devemos todos tentar sempre desenvolver os nossos talentos, a nossa criatividade, a nossa capacidade de inovar, mas sem nos esquecermos de nossas necessidades básicas e das atividades rotineiras. Saber equilibrar os sonhos mais altos com as exigências da realidade é fundamental.
O tempo actual exige o despertar da águia. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para debicar.
Somos águias!
Do livro "O Despertar da Águia" de Leonardo Boff,
a partir da narrativa “A águia e a galinha”, de James Aggrey

terça-feira, abril 17

Os meus amigos seniores de Santana da Carnota mandaram-me dar uma curva. E eu fui, não uma mas muitas!
Serra da Estrela foi o ponto de eleição. E em bom momento o fiz!
Gouveia, Manteigas, Seia, uma zona fresca e deslumbrante!

Melo, Gouveia, o refúgio para noites reparadoras.
Berço de Vergílio Ferreira, nascido em 1916.
Na praça principal, num empedrado cuidado, o percurso do escritor, na parte central, vida académica ao longo da vida.
Ladeando a praça, retângulos de granito, legendas das obras do escritor.
Uma feliz homenagem ao ilustre filho da terra. O espólio está entregue à Câmara Municipal de Gouveia.
É em Gouveia também que se encontra o Museu Abel Manta





Palavras para quê?
O alto derrama sonora,
costa abaixo, livre,
a cristalina água... 




A legenda incorporada...


 e subimos, fomos ao encontro...

Valeu a pena...


A vista lavou-se!











Gouveia, zona envolvente da Casa da Cerca














Seia, Museu do Pão.

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