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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

quinta-feira, agosto 26

mais uma


Mais uma...espreitando no parapeito da janela!

terça-feira, agosto 24

momentos...



A máquina, a máquina que meus olhos já captaram...
podia ter ido, voado.
A diferença é que só de contar não havia tamanha partilha!

sexta-feira, agosto 13

reportando...uma vez mais! (2)

Infiltrado no meio, nem comerciante nem consumidor, permitia-me deambular pelas vielas, observando, uns de um lado, outros do outro.
Súbito, a feira estava na sua efervescência plena. De onde surgira tanta gente? Cruzam-se pessoas umas em passo apressado, rumos delineados, outras em tempos descontraídos ziguezagueando aqui, ali.
É óbvio que a clientela desta feira não se compara à de um Colombo, Vasco da Gama ou mesmo à da feira de Carcavelos.
Rostos queimados não de uma praia mas essencialmente na rudeza dos campos. E espelha-se nos rostos esta rudeza tão pronunciada como a franqueza de procedimentos. Aqui e ali também se nota a existência de um toque de aprumo na sua deslocação ao evento, à exposição pública. É humano.
Crianças arrastam adultos, seduzidos por miniaturas perfeitas. Um moinho mãe, compra-me um moinho! Quanto custa? Para vários preços, desde 5 euros até...Oh mãe, e olha este, tão lindo...roda! E subtilmente começava a argumentação do adulto em defesa do não, com astuciosas fugas...Olha querido, para a semana quando vieres com o pai, dizes qual é o moinho que queres...a mãe hoje não pode...tem as mãos ocupadas, leva a mana...hoje pode quebrar-se...tu não querias, pois não? Pois não, para a semana é melhor...E seguiram!
Senhor, quanto custa este alguidar vidrado de verde, perguntava a mulher no intervalo de uma conversação em francês com o companheiro. Ele dizia-lhe que a cor era diferente, o verde era perfeito para o que queria, ensaiava colocar um alguidar dentro de outro, tamanhos diferentes, posições de uma qualquer escultura. Está marcado, ouviu-se. E não me faz um desconto? Olhe lá minha senhora, quando vai ao centro comercial e vê marcado uma produto, pede desconto? Não, respondeu-lhe, mas isto é uma feira. Não chegaram a acordo no consenso nem no negócio. Um ficou a pensar que ganhara nada, raio de clientes. O outro que já não havia feiras como antigamente. E eu dei comigo a dar razão aos dois!
Há momentos que são comuns a qualquer feira. O cãozinho estúpido movido a pilhas que dentro de uma caixa se move e ladra, as mulheres tipo "goma" que colocam autocolantes no transeunte incauto a troco de uma moeda em benefício de uma falsa instituição, um grito de uma vítima de um carteirista, o bebé da cigana que mal anda e cai arrancada do chão por um só braço e colocada na anca, e tantos outros triviais.
Eu abatia-o, tadinho, ouvi a meu lado. Procurei situar-me. Um rapaz entre 25 e trinta anos levava pela trela um cão que em tempos teria sido um belo animal. Faltava-lhe a pata traseira direita, amputada pela coxa. E caminhavam lado a lado, o animal num movimento de desequilíbrio em falta de apoio constante.
Segui-o. O dono parou a experimentar uma par de sapatos, largou a trela. O cão deitou-se a seus pés. Enquanto durou a prova dali não se movimentou indiferente aos olhares dos humanos "saudáveis" que por ali passavam.
Vi-lhe no olhar uma chama de tranquilidade de bem estar. Mas isso fui eu que tenho mania de olhar e VER...

quinta-feira, agosto 12

reportando...uma vez mais! (1)


Hoje, a convite de um amigo fui à feira da Malveira.
Feira tradicional, grande, há muitos anos marca da actividade da região, há muito tempo que por lá não passava.
Acordei ainda não eram cinco horas e às seis menos um quarto já íamos a caminho. Por caminhos calcorreados há mais de trinta anos, caminhos ausentes da memória de qualquer comum GPS, estradas húmidas e por espaços quase invisíveis por nevoeiro, chegámos à Malveira ainda a azáfama era ténue como a luminosidade. Um tilintar de um ferro aqui, outro martelar forte em estaca acolá, um "puxa aí", um rosnar de um motor de uma carrinha ao subir o passeio, paus e madeiras saindo porta bagagens, o acampamento moldava-se, tomava forma, cor, vida. Os produtos tomavam seus lugares nas bancadas, em cabides, preenchiam-se os espaços adjacentes. Há de tudo, mesmo o impensável, novo e usado. Estava frio, o nevoeiro mantinha-se baixo, alguns toldos gotejavam. Pouco a pouco os casacos era afastados dos corpos, o exercício aquecia apesar do sol manter-se teimosamente oculto. E o nevoeiro permanecia...
"Leve 6 a 5 euros", "pode escolher freguês", ou simplesmente um olhar acompanhando qualquer manifestação de curiosidade num produto, crescia o bulício. Oito e meia, está na hora, disse-me o meu cicerone...
Com cuidado, não fossemos tropeçar numa corda ou mesmo num produto, esgueirámo-nos por vielas sinuosas, bom dia, oh Chico, então está melhor, a tua senhora? Esta gente conhece-se, estas pessoas estimam-se, pensei. Oh Zé, anda daí, quem? Ah sim é um amigo meu! E eu inchava... Também vem, perguntou-me. Sim, respondi com mais confiança do que anuência...
Vi-me sentado às oito e meia num restaurante. Matar o bicho disseram. Na minha terra seria um copo de aguardente e um café. As mesas cheias, olhei incrédulo. Pregos no prato com ovo a cavalo, sopas, feijoada. Em Roma sê romano. E neste momento eu era romano. Bati-me igualmente com um prego, um tinto de bom beber, não acompanhando os meus companheiros na sopa. Era demais...
E ouvi, e escutei, e vi. Muita gente de distantes lugares, muita gente levava quase cinco horas de labuta. E trocavam-se experiências desta e de uma outra feira, falavam das exigências aqui, dali , das expectativas sempre comuns no dia a dia.
Saímos, demorou-se o tempo suficiente para o objectivo, não mais que se fazia tarde para o negócio...

quarta-feira, agosto 11

reportando...

Quase sete horas.
O dia anunciava-se quente como tem sido hábito neste princípio de Agosto. No caminho, ao dobrar a curva, um cheiro intenso a terra molhada, um borbulhar enérgico vindo das entranhas. Uma ruptura!
Comuniquei aos serviços responsáveis de imediato. Esvaia-se a terra em desperdício de milhares de litros. Se não fosse quase crime, confesso que o caudal correndo estrada fora me refrescou os olhos.
Eram cerca das 11 horas quando chegou o piquete. Uma mini escavadora, três homens. De início o estancar dos canos, depois a intervenção da máquina. Com o aproximar da detecção dos tubos, o balde munido de dentes espaçados amainava a sua acção de remoção, vislumbrei movimentos de carícia cuidadosa. E não mais podia ser feito. Os outros dois homens saltaram para o interior da cratera, botins de borracha, pás rijamente seguras de início, enlameadas depois. Cirurgicamente retiravam a terra envolvente, os cinzentos tubos, dois, par a par iam-se destacando. Dos rostos afogueados, gotas de suor jorravam e caiam na lama, nódoa nas camisas ainda secas. Depois, já não se notavam nas camisas encharcadas de suor!
Um balde debaixo de um arbusto, cheio de água, refrescava, se possível, uma garrafa de água.
Senti o sol morder-me, simples espectador. Que calor! A meus pés, sem descanso lapidava-se a terra, os canos.
Já não aguentava mais! Mesmo sem nada fazer o calor consumia-me. 38 graus apontava o termómetro. Regressei ao fresco da casa e pus-me a pensar no que vira.
Há quem trabalhe duramente, quem não possa parar, mesmo debaixo deste Sol, mesmo com estas temperaturas...
Não sei o nome destes homens, mas guardo em memória a sua acção.
Heróis anónimos, por vezes transparentes aos olhos de tanta ingratidão e egoísmo.
O respeito pelo outro, pelas suas competências, pelos seus talentos, sejam lá quais forem, enriquece-me.

terça-feira, agosto 3

OLHARES!

conformados, duros, expressivos,
enigmáticos, sorrisos, ausentes,
pensativos...




















Estes foram uns que captei, de muitos que observei. No mesmo dia, quase à mesma hora perante a mesma paisagem.
O que eu captei não chega para contar histórias. Mas são imensas as suas. Em mim, no momento despertou também um outro olhar.
"captei-me"...para mais tarde recordar!

segunda-feira, agosto 2

Submarinos

De novo o tema é notícia. E que notícia!
Gostaria de saber a quem interessam os submarinos para além dos senhores militares a quem lhes foi facultado mais um brinquedo, para além dos que encheram os bolsos com este negócio submerso...
Tentando justificar a sua utilidade, o Almirante mor dos mares explicou "ter submarinos é caro, muito caro, mas muito mais caro seria não os ter, em especial para as gerações futuras."
Confesso não conseguir atingir o raciocínio talvez por não pertencer às gerações futuras e vindouras como ouvi no discurso há dias...

Há quem queira manter as quintinhas, os privilégios, há quem queira manter a sua colecção de soldadinhos e artefactos bélicos.
Finalmente Portugal e os portugueses já podem morrer descansados, já temos o nosso submarino, outro vem a caminho!

Alguém me belisque, me acorde deste pesadelo!

O Tridente entrou hoje no Tejo cerca das 10 horas. Uma multidão de meia dúzia bate palminhas com as nádegas!
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