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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

quarta-feira, junho 15

Sinto-me indignado!

Sou dador de sangue há mais de duas décadas.
A primeira vez que o fiz foi aquando a minha passagem pela tropa, ainda na recruta. Considerava-se o acto como extraordinário e para que assim constasse, na minha caderneta militar foi exarado o seguinte:
"Louvado pelo Ex. Senhor Comandante porque voluntariamente se apresentou para dar sangue demonstrando assim um alto espírito humanitário pela colaboração solicitada pela Liga Portuguesa contra o Cancro no combate a tão terrível doença, um dos maiores flagelos da humanidade".
Este acto tão banal era nessa época alvo de tão pomposo discurso!
A dado momento da minha vida decidi que era uma forma de afirmação solidária de cidadania e comecei a doar sangue periodicamente ao longo de cada ano. Natural, voluntário.
Recentemente tornou-se público este crime:

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/sangue-dadores-tvi24-saude/1260161-4071.html

Certamente algum do sangue que doei ao longo do tempo seguiu este fim!
Como explicar? De quem a responsabilidade?
Crime, sem apelo nem agravo e como tal deveriam ser julgados os responsáveis.
Estamos habituados à impunidade deste actos e tal faz-nos descrer na justiça e honestidade das instituições.
Não me demovem, continuarei a doar o meu sangue independentemente da incompetência deste agentes, pois as causas, as pessoas ainda têm um peso maior nas minhas decisões, dão sentido à minha VIDA.
Sinto-me indignado e cada vez mais penso que, usando por analogia uma linguagem profissional, este país está a precisar de uma purga destes vírus parasitas, coloquemo-los em quarentena e se não resultar um "format" radical.
Façamos um País novo.
Basta de encolher os ombros, de aceitação destes episódios como se de uma calamidade de geração espontânea se tratasse.
Quem responsável, conhecedor ou conivente desta afronta ao POVO pode dormir descansado? Um concurso há cerca de dez anos? Trata-se de Pessoas, Vida.
Betão ou petróleo se tratasse, nunca tal ficaria no esquecimento!
Haja VERGONHA!


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