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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

segunda-feira, dezembro 29

massacres!



E chegamos ao intervalo...Dizem as operadoras que aumentou o tráfego!
Claro que estou a referir-me àquele fluxo de movimento entre operadoras de telemóveis que pomposamente apelidam de mensagens de Natal!
Uma mensagem, deve ter um emissor, um meio, um receptor e se não tiver conteúdo não é inteligível.
  1. Emissor: Será que emana algum cunho pessoal deste tipo de operação?
  2. Meio: Sim, cumpre em pleno, enche os cofres.
  3. Receptor: Ah, pois é fulano!
  4. Conteúdo:?????bla,bla,bla
Alguém em seu juízo entende como mensagem de Natal o bla, bla,bla do José Sócrates, na Televisão? É um faz de conta, tal como milhares de toques em telemóveis. Rituais...
Este ano recebi uma dessas, descaracterizada, impessoal, enviada em série num percurso de lista telefónica, em memória!
Claro que a pessoa em questão não era uma qualquer, tenho-a como próximo, o que me levou de imediato a telefonar, e de viva voz manifestar a frieza de tal pseudo mensagem, e o quão despersonalizada era esta cadeia. Acho que após esgrimir meus argumentos, entendeu!
Espera-se que alguém nos apresente a mudança de procedimentos, estamos sempre à espera que façam qualquer coisa por nós. É tempo de convencimento, de auto-convencimento. Paremos com estas manifestações irracionais, não tenhamos medos de manifestar os nossos afectos, únicos, pessoais, atentos às pessoas, blindemo-nos a estas manipulações destituídas de entrega!
Eu já iniciei a minha campanha ANTI MENSAGEM!
Abandonemos o campo, antes do começo da 2ª parte!


terça-feira, dezembro 16


Hoje é dia de Natal...para mim!

Amanhece o meu dia natalício, calmo, sereno, abençoado por uma lua quase plena em céu estrelado em fundo índigo.

Pouco passa das duas. Ainda há pouco, em silêncio espraiei o meu olhar num longínquo horizonte, polvilhado de imensas luzes amarelas, outras brancas e ainda outras vermelhas no topo das inúmeras torres eólicas em meu redor. Um fresco sopro suave balança uma árvore tenra de folhagem perene.

Mais uma ano!

Em jeito de balanço, sinto-me tranquilo, em paz. Consegui empenhar-me em vários projectos, agarrei oportunidades que me surgiram, estive atento.

Durante este ano, muitas foram as ocasiões que, ao fim de um dia cansativo e intenso, dei comigo a trautear sons não forçosamente parte de um trecho mas em criativa melodia de momento. E não raras foram as manhãs que quase em sintonia me deixei levar por voos de despreocupadas aves.

Sonhei e procurei que esse sonhos não se tornassem devaneios, por falta de concretização.

Recebi entregando-me, partilhei afectos, e entristeci em solidária tristeza de outros transportada.

Procurei corrigir-me e aprender. E há tanto por fazer!

Sinto-me grato pela caminhada, pela aquisição. Não me preocupo com metas. Estou mesmo convencido que mais que atingi-las , o caminho é o mais importante!

Não estou ausente do mundo, antes pelo contrário, estou no mundo, este, real!

Hoje começa um novo ano.

Feliz Ano Novo...para mim!

sexta-feira, dezembro 5

partida, partilha!

Era o Sénior mais sénior do grupo.

A doença, primeiramente de mansinho, intermitente depois, traiçoeira intensa e desgastante por fim, afastou-o do nosso convívio.

Há uns meses, já internado telefonou-me a justificar a sua falta na sessão do dia seguinte. Era um compromisso que assumia com grande alegria, a sua participação nas aulas de informática.

Durante meses partilhámos momentos, uns ligados à aprendizagem da tecnologia, outros de outras aprendizagens, da vida. Setenta e sete anos , muita vivência, experiências, um património imenso!

Esta minha forma de estar, de entrega a um Silva que só conhecera há um ano, causa-me também dor.

Durante semanas liguei-lhe para o telemóvel, ainda falei com ele, voz cansada, sofrida.

Nas últimas semanas o silêncio. Deixava-lhe um abraço...

Hoje, recebi um SMS oriundo do telefone do Artur.

Só hoje soube de quem era este contacto figurante na lista do móbil do meu querido e saudoso pai. O senhor era um ídolo para ele. Obrigada por lhe ter proporcionado momentos entusiasmantes”

Ídolo, eu!!!

Na minha garganta aquele nó que não deixa engolir, um nó que não consigo perceber qual a relação com os sacos lacrimogéneos. Permanece, mas, ao ler, reler e voltar a ler aquela mensagem, senti o Artur, senti que valeu a pena estar com ele em partilha. Com ele e com os outros!

Vivo intensamente o momento tal como intensamente absorvo o conteúdo da mensagem. Com muito gozo, assim falávamos.

Paz para ti, para mim!



quinta-feira, novembro 27

album (parte nove)


Aquela ideia que germinava na minha cabeça, o querer ser útil, fazer qualquer coisa para além da minha actividade bélica, encontrava cada vez mais terreno fértil.
Tinha o motivo, tinha a matéria prima, faltava-me a iniciativa. E tomei-a. Reunido com os meus soldados africanos, propus-lhes uma infiltração (palavra em voga em termos militares) pelos campos das letras e números. Chegámos a um consenso embora com muita incredulidade. E passámos à acção! Não se pretendia certificações, orientávamos pelo gozo do exercício do desafio e aquisição de novas descobertas.
Envolvi quem me poderia facultar livros escolares e tomamos uma sala anexa à “radio Tite”, um altifalante colocado no alto difundindo as escolhas musicais de um outro voluntário ou inconformado de sua condição de beligerante à força.
E iniciámos a caminhada. Entusiasmados, de um lado quem queria poder saber ler, do outro quem se julgava ser capaz de lhes proporcionar esse conhecimento. Mas não só, havia algo mais em mim de interesse, uma busca de fuga, um consumir de minutos, horas, um contrariar a condição de militar.
Apesar de todos estarmos de prevenção madrugada dentro, às nove horas assumíamos o compromisso da presença.
De início foram só os meus soldados africanos. Depois, um ou outro elemento da população, jovens que, assumindo a sua condição, ousavam querer ir mais além. Turma cheia, olhos vivos, brilhantes, ouvidos sôfregos, manuseamentos de lápis em gesto tosco em mãos hábeis em objectos bélicos. Dos encontros surgiam seduções, pequenas conquistas, sorrisos por vezes gargalhadas de cumplicidade, manifestações despreocupadas de prazer.
Não esqueço, e se isso fosse possível, ainda possuo os aerogramas que me foram escritos pelo Pedro, Joãozinho, Adulai e outros.
Letras! Mais desenhadas que outras, de tamanhos diferentes e de diferentes dificuldades de escrita. Mas letras, carregadinhas de sentimentos, de imagem, somente transmitidas até aí pela voz!
Sempre que evoco este episódio, recordo o quão difícil foi explicar, perante uma imagem do livro, o que era e como funcionava uma televisão. Eh, Eh, ecoavam em sorrisos incrédulos. A voz, tal como a rádio...vá lá, mas a imagem? Eh, Eh! Disse que sim, e pronto, não tinha nem argumento nem meio para mais!
Mas nem isso era importante, verdade ,verdadinha é que descobrira uma forma de me reencontrar, adquirir asas e soltar-me para além da “bolanha”!
Este contacto permitia-me estar mais com as pessoas, com suas aspirações, seus sonhos. E havia, estivesse eu atento. Aprendi, troquei.Hoje caminho felizmente em terrenos bem diferentes mas carrego a história de mim mesmo. E sorrio, em paz!

terça-feira, outubro 28

sentir a vida!

O dia amanheceu calmo, mas frio

Amanheceu fresco, o dia. Brumas no horizonte sobre o mar, manto suave moldando a serra em aconchego leve e alvo.

Envergonhado, ensonado, o sol espreita; espreguiça-se lentamente em luz, não calor ainda!

É o Outono que chega, de mansinho!

Pássaros saltitam de galho em galho penas levantadas, tiritando de frio. Sem alternativa, saltam, saltam saudosos das folhas que foram caindo, alheio à sua necessidade, o vento as levou, arrancou-as. Descobrem sementes esquecidas e mergulham, poucas.

E a natureza cumpre o seu ciclo. Longe vão os tempos de conforto, o aconchego das verdes folhas, o ondular dos dourados campos de trigo...a fartura.

Grasnam os corvos em voos planos, olhos atentos, sofregos. Partem bandos de aves.

Algumas não sabem onde ir, estão em bando. Partem!

Rastos de destruição de ventos fortes, castanhos vários quase vermelhos nas encostas de vinhas despojadas de fruto, desprendem-se em voo descontrolado. A paisagem é desoladora ou inspiradora, motivo de pinceis de artistas, imperceptível fonte de beleza melancólica, interiorizante, solitária.O chão recorta-se em tonalidades ocre, bronze, verde.

O Verão que parte ou o Outono que chega?

Há sempre que procurar o melhor ângulo, a perspectiva real.

Ver partir, ver chegar!

E sentir sempre o momento!


domingo, outubro 26

Nas Margens da Solidão




É o livro lançado recentemente pela editora Padrões Culturais.Uma edição que reverte na totalidade para o SOS VOZ AMIGA.

Que tem de especial? A colaboração de 18 autores portugueses que numa acção solidária se disponibilizaram a ajudar o SOS VOZ AMIGA.
Onde adquirir?
Em qualquer loja FNAC e livrarias BERTRAND.
Uma sugestão para oferta de Natal. Interessante para quem recebe, importante para o SOS VOZ AMIGA, um aconchego de alma para quem dá.
Uma questão de solidariedade efectiva!



terça-feira, setembro 16

Constatação...


Terminara o Jornal da Tarde, temas explorados, bombásticos, ocos, vãos, outros nem tanto.

Richard Wright teclista dos Pink Floyd, faleceu. Só por si, a notícia.

A peça de encerramento, um apontamento musical evocativo daquela banda.

Em meu corpo, uma estranha descarga eléctrica percorre-me dos pés à cabeça. Nunca fui de “letras”. Os sons, esses permanecem e evocam, geram sentimentos, talvez aqueles que expressos nas palavras, ou até não. Mas transmitem-me estados de alma, criam-me ambiências emocionais.

À janela de meus olhos debruçaram-se gostosamente cristalinas gotas, afinal não tão cristalinas que não me torvam a visão.

Sinto-me grato por ser assim.

As roupagem, os títulos, os cargos, o involucro, podem mudar. O suporte é único, é este!


quinta-feira, setembro 11

bestialidades!


- Olá D. Silvia, atirou para o guichet, a mulher de negro vestida, no corpo uma já longa vida denunciada,sulcos esculpidos no rosto, cabelos cinza, olhos negros ainda brilhantes; o meu marido manda cumprimentos pr'a menina...

- Olá D. Clara, correspondeu a funcionária do banco.
- Sabe, é só para dizer que o meu Carlos já não volta aqui, foi na quinta feira a última vez!
Vi-a de preto, faleceu-lhe o marido, pensei...E continuou.
- Sabe, ficou mesmo totalmente cego. Uma já estava, agora, a outra. Doença rara, disseram os médicos...
- Mas mesmo assim, ainda pode passar por cá, gostamos de o ver, replicou a funcionária.
- Não, as pernas já pesavam, e agora isto, ele só sai para ir ao médico, e mesmo assim...
Ontem chamou-se um táxi para o levar à consulta. No fim, o Carlos exclamou:
- Já viste que o homem nem saiu do volante para me ajudar! As pernas...e agora a cegueira!
Fiquei a pensar neste simples episódio! Gostava de ter a matrícula deste carro, para nunca usar!
Que cegueira a deste motorista, que paralisia mental.
Trabalhe-se as atitudes, sensibilize-se as consciências!
Solidariedade precisa-se!


sábado, setembro 6

Act Locally...(divulgação solidária)


Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, a 10 de Setembro. "Think Globally, Plan Nationally, Act Locally”

72 Horas contínuas de atendimento

Assinala-se a 10 de Setembro de 2008 o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, iniciativa da Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS). “Think Globally, Plan Nationally, Act Locally” foi o tema escolhido para este ano.

O SOS VOZ AMIGA comemora este anos 30 anos de existência. Foi o primeiro telefone de ajuda, na área da prevenção do suicídio, que surgiu em Portugal, atendendo todos os dias das 16h00 às 24h00.

Associando-se a esta efeméride,os voluntários desta linha, de uma forma solidária, decidiram efectuar uma jornada contínua de atendimento desde as 00h00 do dia 9, até às 24h00 do dia 11, através dos seus telefones:

21 354 45 45
91 352 46 60
96 352 46 60


www.sosvozamiga.org
sosvozamiga@gmail.com

terça-feira, agosto 5

album (parte oito)

O silêncio e a noite foram tomando todo o aquartelamento e povoação. Acenderam-se as luzes, umas electricas de gerador outras a petróleo. Nos focos ao longo do arame farpado, insectos vários, borboletas e mosquitos hipnotizados em movimentos desgovernados.
Mais uma noite de prevenção normal não fossse a tensão acumulada dia após dia naquelas últimas semanas. O Nino fora visto na zona, rumor discretamente passado por informadores anónimos, conhecidos ou familiares, dignos de alguma credibilidade.

Respirava-se fundo, de alívio aquando do regresso dos militares em saídas pelo mato, sem incidentes...Depois vinham as noites!

Cada Obús estava apontado para determinadas zonas definidas pelos estrategos da defesa em consonância com o oficial de operações.

Sentado no paiol, nas flechas do obús ou em pé, olhava o negro do firmamento descobrindo estrelas, criando desejos de evasão. Conversas de circunstância, Rádio Conakri ao ombro de um soldado, ouvidos quase colados. No horizonte negro sem limites,os olhos procuravam descobrir, não o desejando nunca, um alaranjado de disparo, ouvidos captando eventual estampido. E o tempo passava, demasiado arrastado!

Subitamente, um sonoro “jacto” passando sobre as nossas cabeças. Um projéctil. Aprendi que quando os ouvia, caíam longe, para além. Olhos atentos, um alaranjado no escuro. Não passou! Um rebentamento curto. Dois, somente dois tiros. A alvo seria corrigido por informadores, segundo me disseram. E assim foi, poucos dias depois.
Entretanto, e como hábito, mal se tinha sentido o primeiro projectil agressivo, fez-se fogo de obús.

Depois, depois só vivido!
Do nada, de entre as tabancas, disparados por milicias, balas tracejantes sulcavam o negro do céu, disparam-se morteiros 80 e 60, cantaram as HK, as G3 nas valas, nos abrigos.

Quando o silêncio caíu, a noite cobriu-se de névoa de pólvora, um acre adocicado sabor na garganta... Dez minutos talvez nem tanto numa luta sem tréguas com um inimigo invisível, inexistente!

Porquê tanta confusão? Contra quem se disparara? No momento construiram-se histórias corroborando as fantasias dos outros, com a mesma convicção.

Que se pretendera afugentar? O medo, simplesmente o medo, o pânico. Esta exorcização custou milhares de balas, dezenas de granadas. A Bissau chegaram os relatos. Havia que justificar o gasto de tanto material -Tite sofrera uma tentativa de de assalto, vulgo “golpe de mão”!!!

O ataque de pânico nunca constou em relatos!

quarta-feira, julho 30

ser voluntário...não é fácil



Muitos de nós, aquando o afastamento da chamada vida activa, sentem o vazio que é abandonar a rotina dos horários, das actividades.
Lembro-me, no dia imediato a ter passado à “reserva”, com uma pontualidade britânica acordar, mecanicamente com um pé fora da cama, ter-me questionado, para onde vais? Um vazio profundo, um tomar consciência talvez reportado por outros, mas só naquele momento sentido...Que posso fazer para manter a minha sanidade mental, questionei-me.

A hipótese de voluntariado pareceu-me excelente. Procurei, inscrevi-me, uns através da net, outros localmente. Fundação do Gil, tão publicitada, Hospital Amadora Sintra, e outros mais.

Da primeira não obtive qualquer retorno a não ser através da recepção via mail, passados meses, de uma folha excel com campo a preencher na disponibilidade de venda de “bonequinhos” num grande espaço comercial. Ignorei, pois pensei não ser dirigida a mim. Poucos dias depois, nova insistência, nova área comercial, nova folha...Que fiz? Talvez isso que calculam mas com uma vertente pedagógica. Sabem o que é ser voluntário, perguntei. Ajudei-os a pensar e a avaliar procedimentos, e pedi para retirarem a minha ficha do lote dos ditos.

No Hospital Amadora Sintra tive que me deslocar quatro vezes para proceder à inscrição. Papéis, fotocópias, fotos, tudo deixei entusiasmado. Quer trabalhar com católicos ou outra religião, perguntou-me a Senhora responsável. Que não, não ia a fim de propagar a fé, disse. Queria ser voluntário naquela instituição, simplesmente

Passaram-se seis meses, fui convocado para uma entrevista com uma senhora Drª Psiquiatra. Uma hora de amena cavaqueira, que sim, que encontrava em mim potencial para ser voluntário...Passaram-se três anos, devo estar numa fila muito frequentada, não me chamaram...
Passei na Entrajuda e permaneci um ano. Realizei-me, recebi, contribuindo.

Mas há sonhos...

A malta sénior, pois! Propus um projecto de sensibilização à informática a três autarquias da periferia de Lisboa. Arruda dos Vinhos, Alenquer e Sobral de Monte Agraço.
Espaços, equipamentos, matéria prima de interessados. Voluntário puro e duro, sem contrapartida para além do retorno de brilho de olhos cansados, sorrisos de descoberta.Parecia perfeito.
Arruda, mantém o seu espaço fechado todas as manhãs, equipamento desaproveitado. Que faltou? QUERER!
Alenquer, entusiasmo pela ideia, mais de uma vintena de interessados. Que falhou? ORGANIZAÇÃO!
No Sobral, concretizei o meu projecto. Há sala disponível, há um tirar partido das estruturas, há o empenhamento sem limites da Autarquia. Não faltou o QUERER, a ORGANIZAÇÃO, a SENSIBILIDADE!

Cumpri a minha primeira etapa. Vamos para férias. Nos olhos colho brilho de entusiasmo, sorrisos de contributo de bem estar.
Voltaremos.

Ser voluntário é difícil ou não?

Sem duplas consonantes no nome, sem “de” e “e” na junção dos apelidos, sem conhecer a prima da tia do Sr que é director geral e que se movimenta bem no mediatismo dos orgãos de informação, ser voluntário ainda não é coisa fácil!



terça-feira, julho 8

um episódio...comum!



Ontem, de regresso a casa tive uma surpresa!
Não convidados, mas decididos a entrar em casa, partiram uma janela da cozinha, vidro duplo e quadrículas interiores, e entraram.Cuidadosos, partiram o vidro, não danificaram o alumínio lacado! Haja consciência!
Chave à porta, ligeiramente entreaberta, uma corrente de ar não habitual alertou-me. Vidros no chão, janela aberta, uma luz acesa. O óbvio!
Dinheiro vivo? Jóias? Ouro? Nada. Defraudados, uma câmara fotográfica, um disco rígido externo foi o saque!
Portugal, 2008, um episódio comum, daqueles que se costuma ouvir a terceiros, esquecendo muitas vezes que somos “terceiros” no universo dos outros. Aconteceu-me.
E porque não, se sou também cidadão de pleno direito? Estava a ver que não tinha direito a ter o meu “assaltozinho”
A máquina digital ainda tinha o registo de momentos, vistas. Foi-se. E daí? Os momentos vivenciados, esses não podem ser roubados, permanecem.
O disco rígido externo tinha backups. Os originais...tenho eu!
Contrariedade foi ter de arranjar uma oficina de alumínios para recolocação dos vidro. Mas mesmo essa trouxe-me conhecimento. O vidros não são colocados um a um, são fornecidos directamente da fábrica em painel. Demora uns dias, vou ter que ter as portadas fechadas. O meu Sol matinal por ali não entra...paciência. Vou aceitar a brisa que pelas frestas vai assobiando. Companhia sonora, suave, em despique com o cântico dos pássaros, mais audível!
Este episódio mesmo que negativo não me fará apagar os tantos bons momentos que tenho vivido nesta mesma casa.
DECIDIDAMENTE!


terça-feira, julho 1

Vale mesmo a pena!!!!



Alguém de bom senso e sensibilidade fez-me chegar este link. Aos meus amigos e conhecidos fi-lo chegar por mail.
Acho de uma importância enorme partilhar com quem eventualmente aqui chega.
Percam uns minutos (ou ganhem) e vejam até ao fim.
Para reflectir...e agir!


http://video.google.com/videoplay?docid=-3412294239230716755&hl=en



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quinta-feira, junho 26

pensando alto...



Tenho andado afastado deste meu cantinho e isso até se deve a bons motivos. Afastado na actividade da escrita mas não do exercício de cidadania, na participação de corpo e alma em outras causas em que acredito dar o meu contributo. Na entrega a causas solidárias encontro o meu equilíbrio, exercito o pensamento partilho momentos com PESSOAS.

Somos um país de uma cultura democrática débil, de práticas cívicas deficitárias. A provar isso mesmo, as quotas. Quotas na participação das mulheres na Assembleia da República, quotas no ingresso dos deficientes no mercado de trabalho...No meu conceito de democracia, o estabelecimento de quotas não tem qualquer cabimento. Só existe porque a democracia ainda não é vivência.

E quanto a idosos? Portugal é um país envelhecido sem renovação efectiva à vista, devido essencialmente a políticas subjugadas aos poderes económicos, a ausência de ética do quotidiano, à "coisificação" do SER, à transmissão de conceitos de progresso duvidosos, os apelos sistemáticos ao parecer, ao ter como forma de realização pessoal.

Sendo a população significativamente idosa, não concebo que nos órgãos autárquicos, ou mesmo no poder central não exista de forma visível uma representação, melhor, participação.

Atingida uma classificação de "sénior" a população passa a ser como um peso para a sociedade, sem voz activa, como se todo o património de saberes se tivesse esvaído, sem sensibilidades. Há sempre alguém que decide por eles, que pretende falar por eles, que ousa insinuar-se como porta voz, só que não sente como eles, não sabe como eles, não experimentou vivências como eles.

Ninguém pode ser autêntico no faz de conta!

Participação cívica, envolvimento eficaz, organização, sensibilização, precisa-se.

No dia que os idosos se organizem localmente, regionalmente e a nível nacional, que descubram o poder do exercício da cidadania, que retomem os seus direitos de cidadãos sem manipulações partidárias de conveniência, será um perigo para quem se limita a visitar lares, praças, feiras em horas de ponta política.

Já agora, antidemocraticamente falando, porque não estabelecer quotas de representatividade efectiva?

terça-feira, maio 27

ter o privilégio de ainda...



Hoje, fazendo zapping, dei comigo preso às palavras de Alice Vieira, lendo um belíssimo conto para crianças! Para crianças? Fiquei, ouvido atento, escutando as palavras cheias de sentido e conteúdo! O tema, a intrusão de um avô vindo da província no núcleo de uma família de cidade, as reflexões de um neto a quem foi imposto a partilha de espaço...

Alice Vieira, ainda não acabara o conto, passou a estar desfocada ao meu olhar. As palavras, superiormente interpretadas, sonoras, caiam-me na alma,uma gota quente assomou aos meus olhos, manteve-se brilhante,suave transmissora de um misto de alegria e emoção.

Falara-se de pessoas, de sentires e sentimentos, de velhos. Sou suspeito, confesso, o meu exercício de cidadania, de eleição, no momento.

Há dias, sem ter que ler por escolha, deitei a mão a um pequeno livro, ao acaso. “Branca-Flor e outras histórias” de Ana de Castro Osório,escritora nascida em 1872, em Mangualde, literatura infantil, catalogam!

Deliciei-me!

Apesar dos problemas, das dificuldades, dos custos,do culto da "coisificação" actual, sinto-me bem em manter viva a chama da disponibilidade do simples. Para além do material, para além do atropelo desta “selvilização”,ainda SOU...felizmente!



sexta-feira, abril 25

25 de Abril

25 de Abril! Quando aconteceu, ainda estava na Guiné, e mesmo depois ainda sofremos ataques de artilharia! Recordo-me, ouvidos colados aos rádios em busca de informações de esperança! Nada se sabia ao certo, as notícias eram tão contraditórias, o então Governador da Guiné, Bettencourt Rodrigues enviara ordens a todos os aquartelamentos no sentido de acreditarem os militares, que nada se passava na chamada Metrópole.
Vivi pois esta data de uma outra forma, 2 anos de guerra passados, de um misto de regozijo e esperança. Regozijo porque finalmente o Povo ensaiava libertar-se, esperança que acabasse aquela estúpida guerra onde só da minha casa três irmãos haviam sido obrigados a participar. Que outra razão não houvesse, só essa me chegava!
Hoje, passados tantos anos, não comemoro aquele dia, mas pratico o que me foi facultado por ter existido aquele dia. Tornei-me militante da justiça, da participação cívica, do acto de ser solidário, do testemunho de atitude!
E há ainda quem não tenha entendido, ainda há quem nada sabendo de tudo insinua saber...
Hoje, fui glorificar, a minha tranquilidade, à terra, às veredas; em meus olhos guardei a beleza selvagem das flores, inspirei os aromas, deixei-me estar...em paz!

domingo, abril 20

Referências!



São-me necessárias, como a grande parte da população, maioritária adulta, envelhecida.
Tenho dificuldade em deixar de exercitar o que sempre fiz durante a minha vida, o culto do colectivo, o respeito pelo Outro, a luta pelos ideais, a prática da solidariedade!
Somos um Povo, com a nossa assinatura, com os defeitos e virtudes que arrastamos ao longo de séculos, com a nossa personalidade, com um valor único no mundo, a generosidade!
Haja quem nos explique para abraçarmos projectos com entusiasmo incomensurável. Deixem-nos envolver como parte activa na construção de um futuro, não queiram impor o que acham de melhor. Com imposição, nada se assume, se interioriza, subjuga-se. E na subjugação existe sempre a chama da revolta, da Liberdade.
Somos Povo, diluem-nos entre massas anónimas, amorfas, inertes, estúpidos!
Eu, como tantos da minha geração que aprendemos a lutar por ideais, sentimo-nos quase no limiar do dispensável, marginalizados, só porque ousamos sonhar, teimamos existir, pensar, questionar e optar.
É urgente contrariar esta máquina fria calculista dos senhores do poder instalado! Neste e noutros países é necessário e urgente acreditar, que na Educação, na Saúde na Justiça e em tantos outros sectores só com o Indivíduo se alcança o progresso!
Neste tempo de exibições narcísicas, de ostentação de poderes e riquezas, de criação de necessidades consumistas, ser-se atento, coerente, solidário, é ser-se resistente, referência!




terça-feira, abril 15

album (parte sete)

Mamadu Seidi era um Homem Grande em Tite. Não que fosse corpulento. Ser Homem Grande era ser considerado, respeitado, um estatuto de venerável.

A sua idade, nunca soube ao certo, mas deveria andar entre os sessenta e os setenta.

A sua tabanca era passagem obrigatória no caminho de um dos obuses onde fazia prevenção nocturna, a sua companhia, obrigatória.

Varias foram as noites no seu alpendre, oferecendo-me um banco tosco, uma amena cavaqueira. Da guerra, das suas experiências, da vida e sua concepção. Respeitava-me, devolvia-lhe esse sentimento. Noites quentes, escuras, palavras pausadas, silêncios profundos de entendimento e partilha, sons cientificamente identificados de bicho ou geograficamente situados se de rebentamentos longínquos.

Anos atrás, Mamadu era guia das tropas portuguesas, pisara uma mina, ficara sem o pé. Como era um homem considerado pelas forças portuguesas, foi evacuado para Bissau e posteriormente para Lisboa. Fez a recuperação no Alcoitão.

A sua narração do contacto com Lisboa era de uma simplicidade e autenticidade enorme, um deslumbramento! Recordo a descrição dos prédios, “tabanca sobre tabanca”, e os carros, as pessoas, o ritmo da capital. Nunca esquecera!

Apesar de incapacitado, apesar de recordar o sofrimento, não transmitia amargura. Tranquilidade, isso sim.

À luz difusa de um candeeiro a petróleo, exibia com orgulho o cartão da União Nacional e as listas de contactos de Generais e altas patentes militares. Alguns tinham sido seus cicerones em Lisboa.Olhava, respeitava! A minha opinião...guardava-a para mim!

Mamadu tinha dois filhos, ambos militares do meu pelotão de artilharia. Mamadu, quarentão, e Abdul, ligeiramente mais novo. Dois filhos de duas mulheres em comunhão de espaço e afecto.

Com orgulho e ternura, falava-me dos dois filhos. Sim, porque isto de afectos e sofrimentos,mesmo em outras cultura, não há fronteiras.

Apreendi uma filosofia de vida muçulmana, simples, exigente, aprendi humildemente a respeitar, devolvi o respeito!



terça-feira, abril 1

estou grato, sinto-me bem!


E foram chegando! Um olhar abrangente, tímido...
O Zé, o Rui, a Helena, o Luís, todos...
A mim cabia-me a tarefa de recebê-los, transmitir-lhes tranquilidade, respeito.
Cada um à sua maneira, posicionava-se, expectante.
Setenta e seis, setenta e três, sessenta e muitos anos, e outros mais de igual peso de vivências.
Pessoas. O meu campo de actuação preferido e eleito!
Falo-vos do meu projecto de sensibilização à informática.
A minha inquietude levou-me a apostar nisso, a minha teimosia à desestabilização de mentalidades junto a autarquias. E começamos a viagem imparável a partilha de sorrisos em sedução de novas paragens.
Estou grato, sinto-me bem, invejosamente bem!
Vale o sorriso, o brilho adormecido de olhos muito vividos.
O Sol brilha, o céu azul!
No meu percurso, movi nuvens, de anil tingi o firmamento, sinto-me em paz, tranquilo!
Sorte? Empenho-me esforçadamente para a merecer, para a criar!




sexta-feira, março 14

Permanências!

Há dias tocou-me o telefone!

Tás bom, perguntou-me de imediato a voz feminina.Não sei com quem falo, repliquei. Vês o nº? É do Funchal! Sim, mas continuo sem saber com quem estou a falar!

Sou a B., disse-me.

Há quarenta anos que não nos vemos, não nos falamos. E a conversa fluiu retomando o tema, aquando tomavamos a última bica!
Bom, não é? A amizade, a verdadeira, teima em erguer-se sempre ao longo dos tempos, tal flor selvagem!

domingo, março 9

Mulher, dia mundial!


Ontem também me associei a esta outra forma de comemoração.Participei nesta reflexão, a convite das Irmãs Oblatas, num evento que decorreu no Salão da Igreja dos Anjos.

Há muito trabalho a fazer! Há que QUERER encontrar soluções, há que RECRIAR processos, REINVENTAR o exercício do respeito pelo OUTRO, pela PESSOA!

Trabalho com mulheres da zona do Intendente, em Lisboa, será apresentado em festival cultural em Julho

• Algumas têm filhos, outras têm ne­tos, só uma não é mãe. São onze mu­lheres prostitutas. E todas falam da maternidade, num filme do qual um excerto é exibido na sala de convívio da igreja dos Anjos, em Lisboa. Umas dão a cara, outras preferem aparecer do pescoço para baixo.
"Sou prostituta, tenho direito de ter os meus filhos ao meu lado", diz uma delas. Outra conta que ficou grávida muito cedo, rendeu-se às drogas e perdeu a guarda da filha, que passou para a tutela da avó. "Eu troquei a droga pela minha filha, eu
- queria a droga", lamenta.
São histórias de problemas, de di­ficuldades, mas também de afecto e dedicação. "Sou mãe e avó", anuncia uma das mulheres que não recusam a face, falando para a câmara em plena Rua Augusta, na Baixa. "Sou capaz de me prostituir por eles", acrescenta. "Mãe é mãe em qualquer situação", remata.
O filme, em que muitas imagens são captadas pelas próprias prostitutas, é um dos resultados de um trabalho conjunto do Centro em Movimento (CEM) e da Obra Social das Irmãs Oblatas. O primeiro é uma organiza­ção cultural e artística, que aposta na formação, na criação, na investigação e no trabalho com a comunidade. A segunda é uma congregação religio­sa que há duas décadas presta apoio às mulheres na zona do Intendente, um dos epicentros da prostituição em Lisboa.
Pela segunda vez, um grupo de prostitutas frequenta acções no CEM. No ano passado, foi feito já um primeiro filme, versando sobre a legalização da prostituição.
"Este ano, tínhamos de escolher uma temática e a questão da ma­ternidade estava muito presente naquele grupo", afirma a bailarina Mariana Lemos, coordenadora do projecto do CEM.
No debate que se seguiu à pré-exi-bição do novo filme, contaram-se ca­sos de preconceito, como o de uma mulher que foi pedir apoio porque engravidara, mas foi-lhe sugerido que entregasse o futuro filho para a adop­ção. "Tirar o filho" a uma prostituta é um receio que muitas manifestam no filme e muitos participantes no debate reforçaram.
Chegou-se a sugerir que as prosti­tutas se organizassem, por exemplo, numa associação. Mas uma mulher le­vantou dúvidas à ideia. "Umas podem juntar-se, outras, não", disse. "Muitas têm filhos, netos, se aparecerem na televisão, depois toda a gente vai di­zer: Ali vão as prostitutas".
O filme sobre a maternidade e a prostituição ainda está a ser fi­nalizado. Deverá ser apresentado no princípio de Julho, no Festival Urbano Pedras d'Água, que o CEM organizará em diversos locais da Baixa de Lisboa.
- Ricardo Garcia
Jornal O Publico

domingo, março 2

fuga



Não fiquei indiferente ao apelo deste extraordinário tempo de fim de semana. Mais uma incursão pelas serras,em actividade de "caça" a uma "cache". É uma actividade extraordinária, como já referi em posts anteriores.(http://baurecordacoes.blogspot.com/2007/02/um-sbado-diferente.html). Acima da mediania, vastos horizontes, proximidade ao "céu". O local tinha um nome apropriado, Moinho do Céu. Deslumbrante vista. Não particularmente bela, mas ampla. Ali dificilmente se definiam limites.
Partilho leveza de espírito, cor, descoberta.
Este fim de semana ousei!

Ps. Continuo sem Pc. Aproveitei a boleia!

terça-feira, fevereiro 12

ausência



Estou apeado ou melhor sem PC!



Claro que me sinto desconfortável,ponto negativo! Mas havia tanta coisa relegada para 2º plano que, pela circunstância, de novo retomei, ponto positivo!
Coisas simples, mais pessoais, não menos importantes.
Aprendo que o importante é bem gerir o momento, não a ausência.
Qual a vantagem para a minha vida desta ou doutra contrariedade?
E são muitas, tenha eu a honestidade de as aceitar!.
E continuo a sentir-me útil, sonhador, partilhando experiências...só que com outras ferramentas, em outros lugares.
Não me subjugo à contrariedade, ainda sou eu.Vou reflectindo, vou alinhavando ideias, vou-me realizando, apreendo a vida!
Volto quando de novo tiver meios sustentáveis, quando de novo sentir gozo em publicar sentires!



quarta-feira, janeiro 23

medicamentos!

De súbito, o CDS surge com a intenção de alterar qualquer coisa na saúde, concretamente nas dosagens das embalagens de medicamentos.

Independentemente dos oportunismos, (acontece que às vezes até têm laivos de clarividência), independentemente de não me identificar com esses senhores, congratulo-me com a ideia.

A indústria farmaceutica, concordo que não Santas Casas de Misericórdia, têm lucros fabulosos, só comparados com as indústrias das armas e droga!

Antes que alguém me acuse de falta de gratidão, de cuspir no prato onde comi durante muitos anos, informo que trabalhei numa Multinacional do ramo. Salários acima da média, benesses, enfim, reflexos de uma indústria em sólida economia.

Mas não deixei de ser um SER pensante.´

Dois episódios:

Há relativamente pouco tempo, fui internado num hospital, permanecendo em vigilância 48h. Felizmente não era nada de grave, mas o médico, na hora de saída receitou-me uns comprimidos que deveria, segundo ele e com os dados que tinha do meu quadro, tomar sem qualquer interrupção. Caixa de 60 comprimidos!

Regressado ao “civil” consultei um médico da especialidade que, calmamente e após exames me desaconselhou de todo a continuar a tomar os ditos comprimidos.Receitou-me “nada” e bom senso! Conclusão: 58 oito comprimidos religiosamente guardados numa caixa, pois felizmente o meu coração não morre de amores por eles!

Há cerca de 38 anos, uma tia minha,farmacêutica e proprietária de uma farmácia implantada em zona, na altura de baixo nível económico e cultural, conhecia os seus clientes, pobres ou não, pelo nome. Vi muitas vezes vender anti-inflamatórios abrindo as caixas e vendendo de acordo com as necessidades. E antipiréticos, e laxantes e outros! Se calhar até era proibido. Mas àquela farmácia só iam Pessoas e ela arriscava.

O pobre, o Povo agradecia, curava-se.Ela sentia-se útil, próxima, Humana.

Claro que havia "lobies, tal como hoje. Só que o Indivíduo contava e em cada profissional para além de uma técnico-competência profissional, existia o Homem.

O argumento da falta de higiene no manuseamento só convence quem nos grandes interesses está envolvido, directa ou indirectamente.

Com a inovação, a criatividade, o empenhamento das sociedades do conhecimento, tudo seria possível!

Vontade, vontade, vontade!

E o não envolvimento nos chorudos negócios, directa ou indirectamente, acrescento, a subjugação cega a directrizes de directórios, para países que quer queiram quer não o nosso não pertence ainda.

Ps. Pois...quando morreu, a minha tia não estava rica!

segunda-feira, janeiro 21

terra mãe


No melhor do amor, afaga-a,
Possui-a, sulca-a em desejo.
Mistura-se o suor ,
numa sedução plena.

Entrega!

Amor, ódio, germina a Esperança.
Renova-se o ciclo, terra mãe,

Coroada de Rainha!

quinta-feira, janeiro 17

um mail/apelo

Mão amiga fez-me chegar este Mail/apelo.
Como há algum tempo que publicito a Linha SOS Voz Amiga no meu blog, resolvi transcrever na íntegra:


"O SOS Voz Amiga precisa de Voluntários!
Quer ser um deles?

O que é o SOS Voz Amiga?

- É um serviço telefónico de ajuda generalista, que existe há quase 30 anos;

- É uma linha destinada a apoiar pessoas em situação de sofrimento devido a solidão, angústia, depressão ou risco de suicídio.

Quais os princípios do SOS Voz Amiga?

- Disponibilidade, aceitação e respeito pela diferença;

- Anonimato, de quem telefona e de quem atende;

- Saber escutar, com atenção, compreensão e respeito;
- Procurar uma relação de empatia entre o apelante o voluntário.

Quem procura o apoio do SOS Voz Amiga?

- Pessoas que querem partilhar os seus problemas com um desconhecido que não julga, mas escuta;
- Pessoas em sofrimento, inclusivamente a pensarem em suicídio.

Onde funciona o serviço?

O serviço é prestado em Lisboa e exclusivamente por telefone.

Quem presta ajuda?

- Mulheres e homens, de todas as idades, crenças, estratos sociais, culturais, económicos e profissionais, sem remuneração;

- Que se organizam e disciplinam para um trabalho especializado de relação de ajuda não profissional;

- Que se submetem a uma selecção e formação iniciais e recebem de forma continuada apoio e supervisão por técnicos da área da saúde mental.

O que pedimos aos voluntários?

- Um mínimo de 3 turnos por mês (de 4 horas cada um), sem turnos fixos, podendo escolher o turno e o dia que mais lhe convier;
- Assistir a reuniões semanais, de trabalho e de formação contínua, onde o voluntário pode colocar os problemas sentidos durante o atendimento e ser ajudado pelos técnicos e pelos colegas.

Pode saber mais sobre nós em www.sosvozamiga.org

Se está interessado em ser voluntário, mande um e-mail para sosvozamiga@gmail.com


Por favor, reenvie esta mensagem, utilizando exclusivamente o "Bcc" e retirando do assunto a expressão "Fw:"

Bem-haja para todos!"




quarta-feira, janeiro 9

dá que pensar!

Este fim de semana, lendo no Expresso uma abordagem acerca do alheamento político de jovens profissionais na casa dos trinta, pensei escrever sobre isso.

Claro que estas situações não surgem do nada. Esta geração é o produto da inoperância da minha. Tenho filhos com idades semelhantes e não precisei de ler o artigo para constatar a situação.

Sem desprimor para estes jovens, esta postura faz-me lembrar, aquando as minhas caminhadas diárias, a postura do meu cachorro. Quando no caminho surge um terreno amplo, plano, sem fronteiras, dispara num zigzaguear quase descontrolado, livre, solto.Para ele não lhe interessa como surgiu tanta planura, tanta maciez de terreno, quanto trabalho teve o agricultor em limpar o terreno das pedras, das raízes, criar aquela apetência, derrubar barreiras. Ela existe, goza-a.

O País, este que temos, também já teve outras pedras, outras limitações. Não existiu sempre assim!Para uma certa geração isto é dado adquirido, pronto.

Há um trabalho de fundo a fazer, penso eu.

O Inglês nas escolas do 1º ciclo, como prioridade! E a formação cívica, o ensino da cidania, o gosto pelo debate, o aprender pensar e respeitar ideias?

Ainda digeria esta matéria, quando uma manhã, ao ligar o rádio, fui surpreendido pelas afirmações de um secretário de estado, acerca do pagamento dos retroactivos das pensões.

Pura ficçaõ, não é possível, pensei! Teria vergonha de ter aquele menino por filho. Será que não teve a noção que estava a ser usado? Será que o menino, no seu curso da Católica não teve disciplinas de Ética? Ou é só por ser elemento do grupo? Só(cretinos) poderiam ter uma tal ideia peregrina!

Pobre país onde os governantes brincam com a dignidade dos mais velhos!

Mudei de estação. Um proprietário queixava-se da fraca afluência de público no circo.

Os movimentos de protecção dos animais, dizia ele, os palhaços que por aí andam, mesmo sem nariz vermelho, acrescento!

sexta-feira, janeiro 4

terça-feira, janeiro 1

2008

(deslumbramento)

Acabei o 2007 e comecei este, de uma forma especial, solidariamente disponível!
Um enorme bem-estar permitiu desligar-me do calendário, fazer ligação entre os anos, numa ponte de afectos. Gratificante!


Primeiro dia de Janeiro. Encontrei-o no Ponto de Encontro, um local fotografado na série anterior!
Luzentes feixes energéticos, brandos, maravilhoso, o Sol matinal do primeiro dia de 2008.
Sentei-me em tapete verde de frescura, quase inspirado em Rodin, face entre mãos, senti-me abençoado. Recebo a energia, seduz-me o caminho. O meu imaginário oferta-me sons de uma sinfonia, os feixes transformam-se em escadaria, e por momentos espero ver descer qualquer figurinha verde!
E vem aí um novo ciclo de doze meses penso, e deixo-me ficar!
E para mim, para aqueles que me estão próximos, que desejo? Quero ser realista!
Doenças? Ok, que venham, limitativas, não incapacitantes!
Dificuldades? Claro que sim. Que haja engenho e arte para as vencer!
Tristezas? Só os sensíveis as sentem. Sejamos sensíveis, Pessoas!
Injustiças? Mantenhamos a nossa capacidade de indignação e denúncia, sejamos solidários!
Alegria? Façamos o culto, usemos o sorriso como gazua das “portas” difíceis.


Paz? Que os senhores da guerra queiram não querer continuar a ter no gatilho a sua última palavra! É pedir muito?
Ensaiemos, ousemos, partilhemos!



A todos que de uma forma simpática, tolerante, passaram por este cantinho, deixando uma impressão digital carinhosa, aos que brandamente levantaram a tampa do meu baú, espreitaram e colhendo um sorriso deixaram uma gota de afecto saindo discretamente, partilho a minha alegria, os meus desejos .



Bom ano de 2008!

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