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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

terça-feira, abril 9

Abril, mês da liberdade e da prevenção dos maus-tratos na infância




Mais um mês se celebra, um cumprir de calendário para apaziguamento de consciências! Enternecedor a fixação de cartazes alusivos!
Pertinente este tema, preocupante, de reflexão.
Há dias a notícia era, aluno, 12 anos agride violentamente um professor de 63.
Não será este um exemplo de maus tratos na infância? Quem se preocupa com a sadia inserção no seio da família, da sociedade? Veio esta criança de um outro planeta? Será que violências são só as agressões físicas?
Um ano de incêndios levou às primeiras páginas notícias de comissões e estudos na prevenção dos fogos. Onde param as comissões e estudos na prevenção destes fogos humanos?
Como se estão a envolver os pais, as escolas, a comunidade em geral na preparação de uma geração futura, pessoas, sim, pessoas?
Aos Governos interessam os resultados de transição de anos escolar mesmo que não signifique qualquer sucesso de aprendizagem – estatísticas.
Os professores, muitos deles estão preocupados com os 9 anos, 4 meses, 2 dias... – dinheiro.
Os pais, muitos, manifestam uma grande ignorância no percurso escolar dos filhos, não comparecendo nas escolas nas reuniões periódicas ou mesmo quando convocados – alheamento.
Tenho dificuldade em compreender a inoperância de quem de direito em responsabilizar os encarregados de educação na educação dos educandos.
É urgente coragem, frontalidade para acabar com este tipo de violência infantil, este deixar andar. Falo de coragem, pois… parece que ainda não faz parte do calendário eleitoral…

domingo, abril 7

KEMPER




Faleceu Wolfgang Kemper.
Quando em 1984 ingressei na então Hoechst Portuguesa era Wolfgang Kemper o CEO.
Figura quase lendária no mundo Hoechst não tardou muito tempo para me cruzar com ele.
Colocara o pé no primeiro degrau de entrada do magnífico edifício em Mem Martins, do interior surgiu-me um vulto, grande silhueta, a luz difusa permitiu-me ver estampada no rosto uma grande cicatriz.
Já me tinham caracterizado, o Sr. Kemper em tempos sofrera um grave acidente de carro…
Boa noite, proferiu, um português estrangeirado. Quem é o senhor, disparou. Sou Afonso Faria, novo operador de informática, começo o meu turno agora. Sabe quem eu sou, retorquiu, e de imediato, Kemper, chefe cá da casa, seja bem-vindo!
Os meus horários eram desfasados da maioria dos trabalhadores, mas algumas vezes cruzei-me ou muito tarde ou muito cedo com o Sr. Kemper. Estão a ver um CEO de uma multinacional alemã registar anomalia de um pingo de uma torneira para chamar directamente o responsável? Sim, coisas desse género fazia-o, o Sr. Kemper.
Uma noite, seriam cerca das duas da manhã, entrou-me de surpresa no “data center”, vulgo sala do Computador. Para chegar à sala tinha que passar uma porta de vidro no corredor, codificada. Nos seus apontamentos todos os códigos acessos da “casa” estavam registados, certamente. Acompanhado pelo filho que me apresentou, Markus, disse. Na altura Markus Kemper tinha a actividade de “broker”, intermediário de negócios. Precisava de uma peça emprestada, IBM e vinha saber se nós podíamos dispensar por dias.
Sim, por acaso tínhamos, podia ser dispensada. Obrigado, disse Markus, e disponha-se a levá-la. Não, Markus, senhor, (era eu), faça um papel para o Markus assinar a comprovar que levou.
Assim foi, assim também era Wolfgang Kemper, “o chefe” lá da casa.
Estes foram episódios vivenciados por mim. Outros por outros experimentados e algumas vezes narrados constituem certamente características particulares e simples, menos conhecidas do HOMEM.

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