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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

sábado, abril 25

DEFICIÊNCIAS  (Mário Quintana)


Há mails que recebemos e que têm pertinência no momento, intencionalidade de quem nos manda. Tenho a minha caixa de correio quase vazia. Este faz parte do "quase". Foi-me mandado em 23/10/2007.

'Deficiente' é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
 'Louco'  é quem não procura ser feliz com o que possui.
 'Cego' é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
 'Surdo'  é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
 'Mudo'  é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
 'Paralítico' é quem não consegue andar na direcção daqueles que precisam de sua ajuda.
 'Diabético'  é quem não consegue ser doce.
 'Anão'  é quem não sabe deixar o amor crescer.
 E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
 ' A amizade' é um amor que nunca morre.

sábado, abril 18

Telepatias?


Ele há coisas...
Poderia começar este apontamento assim!
Ontem, ao fim do dia, caminhando lado a lado com a minha filha mais nova num circuito pedestre já meu velho conhecido, a conversa fluía de imediatos propósitos ou de outros evocados sem guião.
A dado momento e já nem sei porquê evocamos Herberto Helder, falecido recentemente. Não sabia ter nascido na Madeira mas, ao procurar informação aquando a sua morte, achei curioso ser filho de uma senhora de sobrenome Luís Bernardes.
Nos meus tempos de Liceu, (quando Cristo veio à terra) tinha um amigo e colega com o mesmo sobrenome. Podia ser até família, não sabia... O Bernardes, como acontecia muitas vezes nos bancos da escola, veio a adquirir uma alcunha que posteriormente assumiu como sua identificação integrante, o Micas, numa carteira da aula de matemática. E explicava à minha filha como era embaraçoso por vezes lá em casa a nossa “lingua” fugir de Bernardes para Micas perante uma mãe que o tratava carinhosamente por “Didinho”.
Companheiro, nos bancos do liceu, de aventuras por vezes despropositadas mas próprias da idade, de equipe em desportos representativos da equipe do Liceu, já não o vejo talvez há cerca de cinquenta anos.
Preparávamos para o regresso, o meu velho e antiquíssimo telemóvel tocou. Tocou com aquele toque que ninguém tem, o toque de um aparelho único. O número era desconhecido...mas atendi.
Incrível mas vero. Do outro lado uma voz pausada, madeirense certamente! Do outro lado, o Bernardes!
Atropelamo-nos em palavras e emoção. E, e, e, tantos, agendas, páginas e páginas que se voltaram num ápice. Ainda há muito que sincronizar mas estamos de novo em sintonia.
Coincidência? Sei de alguns elementos que contribuíram para tal  (não tenho facebook), mas o momento, o preciso momento foi “mágico”, estranhamente coincidente!
Ps. Já agora acrescento que sim, há parentesco pelo lado do pai!

terça-feira, abril 14

A ponte!


Continuo a apostar nas Pessoas e mais uma vez relego para o lixo a opinião dos doutos que dizem que o mundo está a mudar! Qual mundo? O da “coisificação” das pessoas que muito se esforçam por desenvolver, o mundo do TER que muito prezam, esse sim, está a mudar“Por força, à força”.
Há dias uma octogenária viúva, mãe de um sexagenário com deficiência mental e vítima de um AVC manifestou-me a dificuldade de o levantar e colocá-lo na cadeira de rodas ou mesmo dar-lhe o pequeno almoço. Se eu a podia ajudar sinalizando a situação a alguém de direito solicitando uma cama articulada...
Contactei algumas estruturas vocacionadas para estes casos, algumas nem resposta me deram. Outras consideraram a inscrição para uma futura análise.
Mas também verbalizei e mantive-me atento à comunidade mais próxima ou distante.
Alguém a quem falei, disponibilizou-se para, falando com um irmão, avaliar o estado da cama que fora da mãe e que neste momento não tinha utilidade...
O meu papel foi só e simplesmente, estabelecer a ponte...
Hoje tive conhecimento que já a tinham colocado em casa, montado, procedido à explicação simples do funcionamento.
Nem tive oportunidade de ver a velhota ainda. Tenho a certeza que se sente menos limitada, arrisco feliz!
Continuo a acreditar na PESSOA, continuo a ter demonstrações da BELEZA HUMANA.
Apetece-me dizer que mais uma vez a química do princípio dos “vasos comunicantes dos afectos” funcionou!

segunda-feira, abril 6

Sonhando, recordando, VIVENDO



A minha amiga Lourdes mandou-me este link.

Que bem me soube, que intensidade!

Transportei-me a tantos lugares, tantas vivências, tantas intenções. Sonhei gostosamente com o passado, senti-me privilegiado ao identificar-me com momentos de ouro orlados ao longo da minha vida, tantos passos ensaiados na descoberta do colectivo.

Em 69 uma nefrite atirou-me para uma cama do hospital, cerca de mês e meio retido em enfermaria. O núcleo dos meus colegas mais próximos levava-me, para serem saboreados em comum, gravações do Zeca, Adriano, Fanhais e outros, num leitor de cassetes que hoje seria peça jurássica!

Naquela altura não havia limite de visitas concomitantes, a cama rodeada de gente quase sempre empenhada em me transportar em espírito para além das paredes cor de rosa do velho hospital, novos, velhos, amigos, familiares.

Ao princípio a curiosidade mórbida para quem tinha entrado em estado de coma. Depois, a partilha de momentos. No hospital, as freiras apelidaram a enfermaria, a enfermaria do estudante...Foram mais de duas centenas de visitas. Na altura, marcava os nomes, mais de meia centena e as vezes de reincidência...

Em Março de 1968 um primo meu, José Azeredo Pais foi assassinado, pela Pide, em Angola, diz-se. Era Alferes miliciano, estudante em Coimbra, companheiro e amigo do Adriano Correia de Oliveira.

Adriano dedicou-lhe a canção com o poema de Manuel Alegre, Canção com Lágrimas.

E foram estes os momentos a que me transportou o Pedro Barroso. Intensa a emoção, que bom ter passado vivido, que bom a riqueza de um património que me alicerça robustamente esta ânsia de viver e bendizer o dia a dia.
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