Acerca de mim

A minha foto
Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

quarta-feira, junho 23

Um dia será!

Temos vindo a perder ao longo dos últimos anos a nossa capacidade objectiva de indignação quer por desleixo, distracções, aliciamentos efémeros, quer por subtis conduções sublimadas em pseudo inofensivas atitudes dos senhores do Poder!

Cada vez mais eleitos por minorias, assumem as rédeas como se detentores da Verdade, sabedores de todo o Conhecimento.

Se os ventos correm de feição, são os melhores, os maiores. Se os ventos contrários, dizem-se vítimas de conspirações, incompreendidos.

Pois é. Isto de andar ao sabor dos ventos dá nisto.

O que falta?

COMPETÊNCIA!

Em cada lar a gestão é dos adultos, de quem tem a responsabilidade de gerir e sem grandes dificuldades se accionam mecanismos de cobrança ou mesmo de prisão consoante a dimensão dos actos tantas vezes irresponsáveis. Não tem cabimento o lamento daqueles que se excedem ou por má gestão chegam a situações de insolvência.

E o País?

Há responsáveis por má gestão, gastos megalómanos, endividamentos excessivos? Parece que não!

As SCUTS estão nas primeiras páginas. Em minha opinião, e ao exemplo do que se faz em muitos países, quem usa, paga! E há o sistema Suíço que de todo não me parece injusto. Na Bélgica, país atravessado por Alemães, Holandeses, Franceses, como não se paga portagens, queixam-se que suportam o desgaste das vias pelos estrangeiros!!!Há que ver se não há mesmo alternativas ou até se se deixou degradar as alternativas para que tudo fluísse pelas novas vias.

Fala-se de roubo.

As SCUTS estão localizadas em determinadas zonas do País.

E que dizer do roubo permanente que somos alvo quando usamos uma Auto-estrada, pagamos portagens na íntegra e temos obras limitadoras ao longo da via?

Não vejo businões nem autarcas envolvidos em consonância.

Porquê?

Porque somos assim, deixamo-nos assim, trabalham-nos para que sejamos assim. E estão a consegui-lo!

Não esqueçamos nunca, PENSAR GLOBAL, AGIR LOCAL!

Será por aí que marcaremos a diferença, será por aí que os fios que nos colocam feitos marionetas se quebrarão!

Fios ECONÓMICOS, fios de MEDO, fios de SEDUÇÂO, fios de VAIDADE, fios de MALDADE, muitos, muitos fios.

Será que alguém tem dúvida que está ligado? Eu não!


PS. Tenho consciência que ainda não rebentei todo o fio. Mas que estão a quebrar, isso estão. Uns já foram, outros irão!



terça-feira, junho 22

Registo

Creio que tinha cerca de um ano quando o meu pai emigrou. À época a Venezuela, Curaçau e África do Sul, na Madeira, eram os destinos mais correntes.
A minha mãe, aparentemente uma mulher frágil, tomou a família aos ombros. Quatro filhos! Era professora e até à minha instrução primária lembro-me de vários ambientes, paisagens, pessoas. Creio que esteve um ano em cada escola! As escolas eram por vezes em sítios recônditos, junto a povoações por detrás do sol posto. A iliteracia era enorme. Os campos absorviam a mão de obra das crianças em idade escolar, coisa naturalmente assumida. Mas quem aprendia a ler e escrever, aprendia. Havia exames e aferições de conhecimento para atribuição de diplomas escolares, expoente máximo em cerimónias inesquecíveis de viagens às sedes de concelho para prestação de provas, deslocação em táxis apelidados de "abelhas" batas impecavelmente brancas, caneta de tinta permanente, lápis borracha e mata borrão!
Durante anos habituei-me. Novas limitações, os quartos de recurso, as casas de banho ou à inexistência delas...
Anos e anos, o meu espaço infantil estendia-se entre as sala de aulas onde a minha mãe ensinava, os terreiros e os caminhos, as casas das vizinhas onde saciava a minha gula em bolos e petiscos que hoje não encontro sabores.
Nas salas de aula, por onde a minha mãe andasse, uma foto, ou duas, obrigatoriamente.
Na minha santa ingenuidade convenci-me que só alguém importante para a minha mãe a acompanhava em todos os sítios por onde andasse. E esse seria o meu pai...
O fardado com faixa atravessada ao peito não era, pois ele não era tropa. Tinha que ser o outro, o civil...
Nunca manifestei à minha mãe nem a ninguém essa minha dedução.
Passados anos, rimo-nos a bom rir. Salazar não era em definitivo o meu pai!

sexta-feira, junho 18

SARAMAGO!


Porque compreendo a morte, porque sou sensível, estou saudavelmente triste!


sábado, junho 12

Faria, Afonso Faria

Estou mesmo convencido que sou especial, ou melhor a mim acontecem-me coisas especiais. Talvez porque ainda esteja convencido que há esperança no Homem.
Há dias perdi a carteira com toda a documentação. Perdi, não. Deixei-a displicentemente em cima do tejadilho do carro e arranquei. Confiei no carro, não devia. Numa curva, deixou-a cair!
Quando me apercebi, analisado a facto, mantive-me calmo, sou o Afonso, não é? Liguei o telemóvel e esperei. Ainda não haviam passados 20 minutos, tocou! Sim sou eu, sim, perdi-a. Onde posso encontrá-lo? Ok, meia hora depois tinha em minha posse a minha carteira. Um aperto de mão selou o meu agradecimento, um sorriso franco a recepção.
Não aprendi. Ontem, ao chegar a casa dei por falta do velho telemóvel. Detesto-o quando está perto de mim, senti a falta na sua ausência. Algures, deixei-o em algum lugar pensei...
Um amigo telefonou para a minha mulher pois um outro amigo telefonou-lhe que a mulher tinha recebido uma chamada do meu móbil mas que não tinha sido eu... Estranho? Não, talvez seja este episódio o que deveriam apelidar das verdadeira redes sociais.Então passei a telefonar para o meu telemóvel sabendo que não seria eu a atender mas esperando que alguém o atendesse. E assim foi. Onde, questionei. Ah, sim naquela curva...Mais uma vez o estúpido do carro não mantivera o que eu lhe tinha confiado. Estúpido, estúpido,duas vezes é demais, não merece confiança, não posso esquecer!
Voltando ao móbil, segundo o relato, esgueirou-se entre dois pneus para não passar à história. E conseguiu!
Mais uma vez um forte aperto de mão, em jeito de agradecimento. Sabe, se fosse eu gostava que mo devolvessem, disse-me. E sorriu!
Ah, tanto de uma como da outra vez a idade rondava os trinta. Ainda há esperança, afirmo!
Mantenhamo-nos atentos, demos uma oportunidade...
______________________________________________