Ele
há coisas...
Poderia
começar este apontamento assim!
Ontem,
ao fim do dia, caminhando lado a lado com a minha filha mais nova num
circuito pedestre já meu velho conhecido, a conversa fluía de
imediatos propósitos ou de outros evocados sem guião.
A
dado momento e já nem sei porquê evocamos Herberto Helder, falecido
recentemente. Não sabia ter nascido na Madeira mas, ao procurar
informação aquando a sua morte, achei curioso ser filho de uma
senhora de sobrenome Luís Bernardes.
Nos
meus tempos de Liceu, (quando Cristo veio à terra) tinha um amigo e
colega com o mesmo sobrenome. Podia ser até família, não sabia...
O Bernardes, como acontecia muitas vezes nos bancos da escola, veio a
adquirir uma alcunha que posteriormente assumiu como sua
identificação integrante, o Micas, numa carteira da aula de
matemática. E explicava à minha filha como era embaraçoso por
vezes lá em casa a nossa “lingua” fugir de Bernardes para Micas
perante uma mãe que o tratava carinhosamente por “Didinho”.
Companheiro,
nos bancos do liceu, de aventuras por vezes despropositadas mas
próprias da idade, de equipe em desportos representativos da equipe
do Liceu, já não o vejo talvez há cerca de cinquenta anos.
Preparávamos
para o regresso, o meu velho e antiquíssimo telemóvel tocou. Tocou
com aquele toque que ninguém tem, o toque de um aparelho único. O
número era desconhecido...mas atendi.
Incrível
mas vero. Do outro lado uma voz pausada, madeirense certamente! Do
outro lado, o Bernardes!
Atropelamo-nos
em palavras e emoção. E, e, e, tantos, agendas, páginas e páginas
que se voltaram num ápice. Ainda há muito que sincronizar mas
estamos de novo em sintonia.
Coincidência?
Sei de alguns elementos que contribuíram para tal (não tenho facebook), mas o momento, o
preciso momento foi “mágico”, estranhamente coincidente!
Ps.
Já agora acrescento que sim, há parentesco pelo lado do pai!