Acerca de mim

A minha foto
Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

quinta-feira, dezembro 31

V I D A

Mais que tudo que seja um ano de respeito pela vida!
De Harmonia!
Solidário!
De Paz!
De Justiça!
De Fraternidade!

Obs. Nada acontece com os "votos de...". Todos temos de ser parte activa dia a dia nessa "luta".

sábado, dezembro 26

O Correio Madrugador estava lá...





O congresso foi marcado há já algum tempo. Os membros vestidos a rigor, não de avental mas de babete, óculos e pires, afirmavam a sua convicção igualitária.
Fez-se silêncio.
Os trabalhos nem sequer começaram. Palavra para a direita, olhares para a esquerda, ficaram de trombas, a conversa azedou!
O repórter estava lá!

terça-feira, dezembro 22

Mesmo ao fim do dia...

Mesmo ao fim do dia há carros...
Isso mesmo, o fundamental era a luz, o momento. Captei-o mecanicamente para a partilha do que eu absorvia.
As máquinas servem para isso, para a partilha.

sábado, outubro 31

2º CIRCULAR

Que chatice, chove, o trânsito...
Estou, sem pressa, saí cedo, não farei esperar ninguém...
Que chatice?
Que chatice seria não ver...
O trânsito será igual, o momento...não.
Disfrutem!!!



quarta-feira, outubro 28

Cheira a Outono

Gosto do Tejo ao fim do dia...
Chegam, partem navios, com eles meus pensamentos mais claros uns, enublados outros mas todos sem grilhetas, livres, imensos e intensos.
O Outono dá-me serenidade.

quinta-feira, agosto 20

Vida e Morte


Um notícia como tantas ou talvez não.
Jimmy Carter, ex presidente dos Estados Unidos, com a bonita idade de noventa anos, anunciou que o cancro que o tomava há algum tempo no fígado ramificava-se ao seu cérebro.
Logo aquando a introdução da notícia pelo jornalista de serviço, pensei que a “besta” uma vez mais não fizera distinção, apossara-se de um poderoso.
Depois fiquei deveras impressionado com a tranquilidade daquele homem, o brilho apaziguador do olhar, um sorriso sereno.
A imagem fez-me recuar uns meses.
Maria Barroso, pessoa por quem não nutria particular simpatia, participava num congresso tendo por tema, "velhos".
Surpreendeu-me. Fraca figura em cima do palco, recitava de memória um poema longo, enorme na sua força, poderoso no seu conteúdo, transcendera-se, agigantara-se. Assim terminou a sua participação.
Fiquei na altura com “pele de galinha”, rendi-me.
Antes em suas palavras deixara-me também aquela tranquilidade que vi em Jimmy Carter. Viveu muito, dizia, a qualquer momento chegaria a sua vez. Esperava tranquilamente a sua hora. Senti convicção, paz.
Num e noutro uma coisa comum, o que chamam de Fé!
Na brincadeira costumo dizer que apresentei a minha candidatura para o clube dos velhos, dos sábios...que tanto caminho me falta percorrer para tamanha harmonia e pacificação com a vida, com a morte!
O caminho é esse.

terça-feira, julho 21

Introspecção à volta de um telemóvel


Desta vez é que foi!

Uma vida intensa, quedas na estrada, esquecimentos em todos os lados, tortura no frio de um frigorífico, “prisão” na Gnr, houve sempre um regresso! Desta vez não. Uma simples rampa de uma garagem, uma queda, talvez um acidental pneu destruidor...foi-se!

Claro que me estou a referir ao meu “lendário” e cúmplice telemóvel.

Curioso que assumo que a perda não foi grande. Confesso que serviu para reflectir. Um tanto desconfortável perder os contactos registados no cartão. Por outro lado a “higienização” da relação. Não gosto de telemóveis e só em em último caso faço uso.

Como uma vez escrevi, há tempos fiz uma purga de contactos que residiam no cartão. Residiam mas não passavam disso!

Mas mantive alguns outros. Porquê? “Vaidadezinhas”. Num ou noutro episódio da minha vida contracenei com pessoas chamadas de figuras públicas, da política, do espectáculo, dos media ou mesmo detentores de poder. Mantinha os contactos que se justificaram em determinada altura. Tenho a certeza que teria de explicar-me muito para que me reconhecessem caso lhes ligasse. Mas mantinha o contacto por “vaidadezinha”, como disse.(ui, ui, sou humano e mortal!!!)

Foram-se, esses e os mais próximos. Involuntariamente houve um salutar “reset”!

Desta situação que ponto positivo extraio?

A distância de uma relação que estabeleço é igual à que estabelecem comigo. Solicitei segunda via do meu cartão. Está vazio. Só tenho os números da minha família próxima, porque os introduzi.

Não ligo, é verdade, pouco ligava. Se avaliasse a minha sociabilização pelo volume de chamadas de telemóvel que recebo ou faço acho que corria ao “psi”. UFF!!!
PS. Já movi algumas influências para obter um telemóvel igual! Gosto, é-me suficente e o meu carro reconhece o BT! :)

terça-feira, julho 7

Resgate

"Não podem cortar o verão/ nem o azul que mora/ aqui/ não podem cortar quem somos"


Resgate

Há qualquer coisa aqui de que não gostam
da terra das pessoas ou talvez
deles próprios
cortam isto e aquilo e sobretudo
cortam em nós
culpados sem sabermos de quê
transformados em números estatísticas
défices de vida e de sonho
dívida pública dívida
de alma
há qualquer coisa em nós de que não gostam
talvez o riso esse
desperdício.
Trazem palavras de outra língua
e quando falam a boca não tem lábios
trazem sermões e regras e dias sem futuro
nós pecadores do Sul nos confessamos
amamos a terra o vinho o sol o mar
amamos o amor e não pedimos desculpa.

Por isso podem cortar
punir
tirar a música às vogais
recrutar quem os sirva
não podem cortar o verão
nem o azul que mora
aqui
não podem cortar quem somos.

Águeda 23/12/2012
Manuel Alegre

segunda-feira, maio 18

À deriva (mas pouco) de novo





Desta vez fui mais longe!
Também por lá  passara há muitos anos, ainda os meus filhos eram crianças.
O “pseudo” motivo foi a quinzena gastronómica...
Curioso como os nossos olhos abordam as realidades, as mesmas, de forma diferente, curioso como os pormenores são “pormaiores”. A diferença? A idade, a circunstância, o tempo de abordagem, a disponibilidade.
Embarcar calmamente nesta pequena aventura cheia de história e beleza foi um prazer. Em catadupas as imagens panorâmicas surpreendem-nos, os simples e elementares contornos enternecem-nos.
Foi-me gratificante ver o esforço de preservação, a preocupação na documentação do percurso da história.
Agradou-me o asseio das ruas, a preocupação da manutenção do casario.
Gostei de ver a forma hospitaleira de acolhimento ao forasteiro.
 Marvão foi o meu destino.
Valeu!


sábado, maio 9

À deriva (mas pouco)


Há anos que lá não ia.
Despreocupadamente, meti o carro a caminho nesta soalheira tarde de sábado. Pela estrada centenas de peregrinos, nem sempre caminhantes segundo as regras, a caminho de Fátima. Não consigo entender o que os move, estranho compromisso, testemunho. Por não entender, não participo e basta...
Chegámos.
Ex-libris da cidade, miradouro de imponentes paisagens, lavagem de olhares derramados sem limites, Portas do Sol.
Os jardins estão quase desprezados, os palanques em processo de degeneração, quase ao abandono.
Compensa-nos a magia do quadro, as cores, a imensidão. Perto, o Tejo espreguiça-se tão suave, quase dormente bem limitado pelas margens e bancos de areia dourada. A água é azul, verde, negra, espelhada em todas as cores...
E os verdes? Tantos, imensos, salpicados de casarios, alvas paredes, vermelhos telhados. Telas, imagem de vida em cada sulco de arados.
Há anos que lá não ia...
Gostei!

segunda-feira, maio 4

"Seguidismos"


Resta-nos acreditar essencialmente no que queremos. Por fragilidade, por desejo de segurança, por convicção, por interesse, porque sim em último caso.
Permanentemente a sublimada ou agressiva influência bombardeia-nos.
E o que vemos, ouvimos, deixa de o ser e passa a ser o que querem que seja visto ou ouvido. Tal como na imagem que ilustra este apontamento a manipulação mescla-se com a realidade.
Somos bons se nos anulamos, se não pensamos, não questionamos...perigosos se ousamos querer ver pelos nossos olhos, absorver com a nossa sensibilidade.
Paizinhos, falsos paizinhos...

sábado, abril 25

DEFICIÊNCIAS  (Mário Quintana)


Há mails que recebemos e que têm pertinência no momento, intencionalidade de quem nos manda. Tenho a minha caixa de correio quase vazia. Este faz parte do "quase". Foi-me mandado em 23/10/2007.

'Deficiente' é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
 'Louco'  é quem não procura ser feliz com o que possui.
 'Cego' é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
 'Surdo'  é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
 'Mudo'  é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
 'Paralítico' é quem não consegue andar na direcção daqueles que precisam de sua ajuda.
 'Diabético'  é quem não consegue ser doce.
 'Anão'  é quem não sabe deixar o amor crescer.
 E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
 ' A amizade' é um amor que nunca morre.

sábado, abril 18

Telepatias?


Ele há coisas...
Poderia começar este apontamento assim!
Ontem, ao fim do dia, caminhando lado a lado com a minha filha mais nova num circuito pedestre já meu velho conhecido, a conversa fluía de imediatos propósitos ou de outros evocados sem guião.
A dado momento e já nem sei porquê evocamos Herberto Helder, falecido recentemente. Não sabia ter nascido na Madeira mas, ao procurar informação aquando a sua morte, achei curioso ser filho de uma senhora de sobrenome Luís Bernardes.
Nos meus tempos de Liceu, (quando Cristo veio à terra) tinha um amigo e colega com o mesmo sobrenome. Podia ser até família, não sabia... O Bernardes, como acontecia muitas vezes nos bancos da escola, veio a adquirir uma alcunha que posteriormente assumiu como sua identificação integrante, o Micas, numa carteira da aula de matemática. E explicava à minha filha como era embaraçoso por vezes lá em casa a nossa “lingua” fugir de Bernardes para Micas perante uma mãe que o tratava carinhosamente por “Didinho”.
Companheiro, nos bancos do liceu, de aventuras por vezes despropositadas mas próprias da idade, de equipe em desportos representativos da equipe do Liceu, já não o vejo talvez há cerca de cinquenta anos.
Preparávamos para o regresso, o meu velho e antiquíssimo telemóvel tocou. Tocou com aquele toque que ninguém tem, o toque de um aparelho único. O número era desconhecido...mas atendi.
Incrível mas vero. Do outro lado uma voz pausada, madeirense certamente! Do outro lado, o Bernardes!
Atropelamo-nos em palavras e emoção. E, e, e, tantos, agendas, páginas e páginas que se voltaram num ápice. Ainda há muito que sincronizar mas estamos de novo em sintonia.
Coincidência? Sei de alguns elementos que contribuíram para tal  (não tenho facebook), mas o momento, o preciso momento foi “mágico”, estranhamente coincidente!
Ps. Já agora acrescento que sim, há parentesco pelo lado do pai!

terça-feira, abril 14

A ponte!


Continuo a apostar nas Pessoas e mais uma vez relego para o lixo a opinião dos doutos que dizem que o mundo está a mudar! Qual mundo? O da “coisificação” das pessoas que muito se esforçam por desenvolver, o mundo do TER que muito prezam, esse sim, está a mudar“Por força, à força”.
Há dias uma octogenária viúva, mãe de um sexagenário com deficiência mental e vítima de um AVC manifestou-me a dificuldade de o levantar e colocá-lo na cadeira de rodas ou mesmo dar-lhe o pequeno almoço. Se eu a podia ajudar sinalizando a situação a alguém de direito solicitando uma cama articulada...
Contactei algumas estruturas vocacionadas para estes casos, algumas nem resposta me deram. Outras consideraram a inscrição para uma futura análise.
Mas também verbalizei e mantive-me atento à comunidade mais próxima ou distante.
Alguém a quem falei, disponibilizou-se para, falando com um irmão, avaliar o estado da cama que fora da mãe e que neste momento não tinha utilidade...
O meu papel foi só e simplesmente, estabelecer a ponte...
Hoje tive conhecimento que já a tinham colocado em casa, montado, procedido à explicação simples do funcionamento.
Nem tive oportunidade de ver a velhota ainda. Tenho a certeza que se sente menos limitada, arrisco feliz!
Continuo a acreditar na PESSOA, continuo a ter demonstrações da BELEZA HUMANA.
Apetece-me dizer que mais uma vez a química do princípio dos “vasos comunicantes dos afectos” funcionou!

segunda-feira, abril 6

Sonhando, recordando, VIVENDO



A minha amiga Lourdes mandou-me este link.

Que bem me soube, que intensidade!

Transportei-me a tantos lugares, tantas vivências, tantas intenções. Sonhei gostosamente com o passado, senti-me privilegiado ao identificar-me com momentos de ouro orlados ao longo da minha vida, tantos passos ensaiados na descoberta do colectivo.

Em 69 uma nefrite atirou-me para uma cama do hospital, cerca de mês e meio retido em enfermaria. O núcleo dos meus colegas mais próximos levava-me, para serem saboreados em comum, gravações do Zeca, Adriano, Fanhais e outros, num leitor de cassetes que hoje seria peça jurássica!

Naquela altura não havia limite de visitas concomitantes, a cama rodeada de gente quase sempre empenhada em me transportar em espírito para além das paredes cor de rosa do velho hospital, novos, velhos, amigos, familiares.

Ao princípio a curiosidade mórbida para quem tinha entrado em estado de coma. Depois, a partilha de momentos. No hospital, as freiras apelidaram a enfermaria, a enfermaria do estudante...Foram mais de duas centenas de visitas. Na altura, marcava os nomes, mais de meia centena e as vezes de reincidência...

Em Março de 1968 um primo meu, José Azeredo Pais foi assassinado, pela Pide, em Angola, diz-se. Era Alferes miliciano, estudante em Coimbra, companheiro e amigo do Adriano Correia de Oliveira.

Adriano dedicou-lhe a canção com o poema de Manuel Alegre, Canção com Lágrimas.

E foram estes os momentos a que me transportou o Pedro Barroso. Intensa a emoção, que bom ter passado vivido, que bom a riqueza de um património que me alicerça robustamente esta ânsia de viver e bendizer o dia a dia.

quinta-feira, janeiro 15

Família


Sabem aquele afago de alma, aquela alegria interior que nos ilumina, nos provoca um sorriso leve e doce?
Creio que se chama momento de felicidade.
Ontem reuni-me com os meus irmãos. Há seis anos que não estávamos juntos!
A conversa, as evocações de momentos surgiram e pareciam bolas de matraquilhos em movimento, as palavras, aqui, ali, recuando, avançando... Não estando já presentes, os nossos pais compareceram também, integraram-se como actores e creio que não foi precisa muita imaginação para lhes captar um sorriso.
Vês Anita, vês Óscar, quão crescidinhos e maduros estão os vossos 5 filhotes?
Partem mas voltam sempre ao conforto e ternura da vossa memória. Sentem-se bem, são FAMÍLIA!
Não sei quantos mais anos decorrerão até um novo encontro. Este também não foi planeado, aconteceu...mas,
GOSTEI!

domingo, janeiro 11

"FACES", "TELEMÓVEIS" e eu

O grupo falava animadamente, a manhã estava fresca. Ao alto, sonoro telintar pausado do sino da igreja anunciava mais uma partida.
Aproximei-me e não intervindo directamente apercebi-me o teor da conversa, precisamente o defunto!
A minha imaginação soltou-se e sem querer lembrei-me do Facebook, o que não tenho por opção, o facebook dos pedidos e adesões de amizades...
Ali tinha o exemplo das amizades que não eram mais que presenças de conveniência, a oportunidade de saber as “novidades” dos que estavam em desfile, dos que não estavam...tal como me dizia alguém que não ligava ao facebook, mas gostava de “cuscar”.
Muitos “amigos” no “facebook”, também muitos “amigos” nas despedidas. Da onça, diz-se! Claro que há os genuínos, mas para esses não há convite ou aceitação de amizade, ela é vivida com naturalidade, partilhada, cimentada, cresce.
A propósito de amizade, mesmo aquela presencial, não deixo de ficar incomodado quando num encontro, os telemóveis continuam a ser usados. Sinto que mesmo gostando de estar em grupo vivendo aqueles momentos, há sempre um alguém, um “negócio” que não estando presente tem mais força na relação das pessoas. E já não falo nos concertos, cinemas, reuniões, igrejas!
Tenho uma relação muito especial com o meu telemóvel, ele sabe que ainda não tem o estatuto de meu amigo, não tem forçosamente de privar permanentemente comigo!
Estranha e curiosamente mantenho-me saudavelmente vivo...

 
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