Acerca de mim

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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

terça-feira, setembro 25

Um fenómeno da natureza!

Coisas da natureza, fenómenos!
Um raio, simples raio, que energia, que poder!
Há cerca de dez dias, caiu um, em minha casa.
Não destruiu todas as paredes, não explodiu todas as lâmpadas, não queimou todos os electrodomésticos, não danificou todas as fichas eléctricas e interruptores.
Às escuras, sem comunicação, voz ou dados!
E que mais?
Só isto, não há “ses” nem outra cor ou dimensão!
Que positivo? Sei lá, o ser actor (secundário) nesta cena!
Recurso? Uma Wireless pública de uma Autarquia.
Em breve tudo voltará à normalidade!
Ficou a vivência na primeira pessoa!

segunda-feira, setembro 24

sexta-feira, setembro 14

em passeio matinal


Saí, ainda nem sete eram, entrei numa campânula Os meus passos, por mais rápidos que fossem não levavam os olhos para além de 10 metros. Nevoeiro e silêncio.
Iniciei a minha caminhada com os meus companheiros de jornada.
Ela, loira, esbelta, olho castanho. Talvez setenta anos de cão, mistura de podengo e perdigueiro, há 11 anos quase a morrer “chorando” à minha porta, doente, esfomeada, pele e osso! Skiny, pois claro, tinha que ser baptizada. E como nas histórias do maravilhoso, hoje coroada de princesa.
Ele, talvez cinco meses de puro vira latas, recolhido em plena estrada, muita carraça e pulga, pouca carne, nenhum músculo. Luky, pois claro, é o nome. Olhar meigo, (diz a minha filha que ele é vesgo), reposto o estômago à custa de muita ração, vitaminas e carinho, parece que se faz um cão interessante, se me é permitido entender as apreciações caninas.Trapalhão, tal como todos os cachorros, corre porque corre, corre porque vê correr, corre porque sim, e porque não havia de correr? Morde tudo e ainda perde dentes!
Com estas companhias, avanço transportando o limite sempre mutante da parede de nevoeiro. 10 metros, talvez nem tanto. Para onde foram as ramagens, os troncos frondosos que me costumam acolher? Só estes, neste perímetro.
E as pedras de cortes e formas que me estimulam a criatividade por analogia? Não mais que estas, neste raio.
E o meu Sol?
Reparo que à medida que avanço, reconheço o trilho, mas apago sempre algo para trás. A névoa intensa, esconde o antes, o que há-de vir. Só eu, os meus cães, o Universo do alcance da minha vista, o momento.
Estendo a mão, cuidadosamente. Ali, negra, húmida de orvalho, fresca. Gulosamente transporto-me a outras memórias, tantos anos. Não há nevoeiro que me impeça, me limite. Continuam deliciosas, as amoras silvestres, quão agrestes as silvas!
Um surdo ruído prolongado.Um avião vai, vem… passa. Não o vejo. Polui o momento, rasga o silêncio! Parece que as partículas densas prolongam o som. Intenso.
Retomo a minha vereda impregnada de cores, baços verdes luzidios, castanhos molhados, amarelos em pétalas selvagens, bagas escarlate.
Odores, tenras folhas de eucaliptos, a terra que se liberta do sereno da noite, hortelã bravia, outros!
Enchi os pulmões da minha alma, em pleno.
Bom dia!

quinta-feira, setembro 13

terça-feira, setembro 11

porque há memória!


Carrossel

Uma neblina permanente turva-me o olhar, um frio cortante invade-me a alma. Caminho, vagueio, em movimentos mecânicos, sem rumo, nem destino, sem querer. Caminho, caminho, alheio a tudo e a todos, marchando ao som dos meus próprios passos. O relógio marca-me os tempos das tarefas, e como robot, executo-as. Ainda me empenho, procuro a eficácia mas sem alegria. Sinto-me vazio, árido, animicamente enlutado.
Tal como actor de um carnaval de Veneza, assumo a máscara e movimento-me. Inexpressivo mas sempre procurando estar em cena. Alheio, deixo-me levar pelos aplausos ou pateadas. Não me impressiona o efeito. Neste momento é preciso e urgente estar em cena independentemente da impressão causada no público.
Somo horas, dias, e tudo é igual. A rotina domina-me e não há desejo de inovação que me estimule. Aguardo as circunstâncias e que elas me encaminhem para qualquer estado. Sem vontade crítica, executo, executo, não questiono , nem inovo.
Tempo, mais tempo, as horas passam-se e nem me importo se tarde ou cedo. Calcorreio um trajecto já traçado, e nem me interessa onde me conduz a rota. Avanço quando me ordenam, paro quando não tenho obrigatoriedade.
Onde pára a minha iniciativa, a entrega e o desejo da diferença?
Já não vale a pena! Dia após dia subjugam-me os ponteiros do relógio. Dia, noite, noite, dia, o carrossel rodopia, rodopia, ora alto, ora baixo e deixo-me levar pelos movimentos repetitivos que não conduzem a lado nenhum.
O rom-rom das máquinas sobrepõem-se à música em altos tons difundida, e não encontro razões para o deslumbramento das crianças empoleiradas nas girafas ou cavalinhos de madeira. É só um carrossel, uma giratória máquina estúpida, que roda, roda, sempre em movimentos repetitivos sem destino que não seja a paragem. Que me importa que ande ou pare! Sou um mero passageiro de um redondel sem finalidade. Até o homem que gere o carrossel pode abandonar os comandos, pois sabe que nunca ficará sem a sua máquina. Não há fuga para o carrossel.
Um vazio, um alheamento total. As pessoas, as circunstâncias, as pessoas, as pessoas, as pessoas!
Que futuro, que objectivos? Não há futuro quando não se vive o dia a dia em paz, ou o futuro é o dia a dia, o minuto que se vive.
Máscara misto de hipocrisia feita carnaval social, até quando serei capaz de a assumir?
O céu tem sempre a mesma cor, tal como o rosto e expressão daqueles que me rodeiam. Tela cinzenta, sem estrelas ou luares românticos, rostos de sorrisos que me incomodam por expressões de alegria ou felicidade que não sou capaz se assimilar.
Serei só eu o hipócrita ou a hipocrisia é um valor definitivamente assumido no mundo que me rodeia e eu ainda não o atingi em pleno?

quarta-feira, setembro 5

Reconhecimento de competencias!

É O QUE O PAÍS PRECISA!
Algo de extraordinário se anunciava pela voz do 1º Ministro!
O país parou, aquela declaração anunciava que algo se tinha descoberto!
Afinal, pomposamente distribuía, José Sócrates diplomas de certificações de competências, em Évora!
É isto que precisamos realmente?
Para quem de vida não tem memória de muitos anos passados, conto:
Há mais de meio século, não tendo professores para a exigência demográfica do momento, o governo de SALAZAR criou a figura de “REGENTE”, esses agentes da educação que deslocados em recônditos lugares proporcionavam o ingresso ao conhecimento dos números e letras. Muitos dos actores da ribalta do momento tiveram como iniciadores agentes do conhecimento essas personagens, dedicadas, extraordinárias!
Uns anos mais tarde, lembram-se, as auxiliares de enfermagem foram convertidas em enfermeiras!
Também os Monitores de Educação física foram reconvertidos em Professores de Educação Física!
O homem conduz (sem permissão há 20 anos): Reconheçamo-lo competência em duas horas!
A este cenário de uma espécie de sociedade, um faz de conta no nosso dia a dia, vem o Sr. PRIMEIRO MINISTRO dar o seu douto aval É ISTO QUE O PAÍS PRECISA!
Que falta de imaginação, passados tantos anos!
Conheço um senhor que sabe ler plantas, interpretar armações de ferro, ligar percentagens de cimento areia e cascalho! Não será de reconhecê-lo como Engenheiro Civil? (não sabe Inglês, mas isso é pormenor de somenos importância)
E aquele homem que endireita ossos, afugenta dores, dá tranquilidade aos pacientes, reconhecidamente? Não será de reconhecê-lo como de Ortopedista competente?
Abandono escolar? Não se preocupem! Em dois meses reconhecemos competências, dizem os novos mentores!
É isto que o país precisa!
Não me identifico com este faz de conta.
Tristeza!
Há que ter verdade, ser verdade. Os números, sempre os números, as estatísticas!
Um dia, não me compete dizer quando, algo se modificará neste mundo faz de conta.
Um dia, veremos o quanto, o quê, identificaremos todo o ruído e seus agentes!
E permaneceremos em afirmação!
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