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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

segunda-feira, dezembro 16

Estar junto



ESTAMOS JUNTOS, assim se despedia o meu amigo angolano Vicente cada vez que o dia de trabalho acabava.
De início a frase soava-me estranha. Depois, dias e dias em convívio, experiências trocadas, aprendizagens, senti-a.
Hoje é um dia especial. Entro no clube dos setenta…
ESTAMOS JUNTOS é o que me apetece dizer aos meus próximos, aos que me rodeiam por escolha, aos que de alguma forma partilham o meu dia a dia, aos que se me cruzam.
ESTIVEMOS JUNTOS, é o que profiro ao lembrar os meus pais, alguns familiares, amigos.
De uma forma ou de outra, ESTAR é bom, SER, imperioso.
Se a longevidade não traz sabedoria, é vã. Se a longevidade não é aprendizagem, é fútil. Se a longevidade não traz desafio, é limite, meta e eu não quero, neste momento, frivolidades, desconhecimento, quero continuar a ser provocador.
Cada vez mais estou selectivo, escolho e permito ser escolhido.
Muitas vezes uso um software de apoio remoto. Para poder completar a acção com sucesso há que haver comunicação e permissão. Sem essas premissas há diálogo, mas não encontro. No dia a dia, sem a sofisticação de um software, com naturalidade, há abordagens, diálogos encontros e desencontros. Essencial a permissão, a aceitação…
De uma forma jocosa afirmo que há meia dúzia de anos entreguei uma inscrição para o clube dos sábios. Continua em agenda de discussão da direcção, ainda não sou sócio. Mas desejo sê-lo pela partilha, pela aprendizagem, pelo saber ESTAR, pelo SER.
Se ninguém pode alterar as vivências passadas, pode-se prevenir uma forma de estar futura. A isso chamo caminho harmonioso para a velhice.
As certezas de hoje são como os sabores de antigamente. Já me questionei algumas vezes…porque gostava daquilo?
Acontecer, fazer acontecer, surpreender e ser surpreendido. Ouso, esforço-me para que o que acontece seja vivido como momento, faço acontecer porque gero o momento. Surpreendo quem ainda não me conhece de todo, quem me atribui generosamente predicados, sou surpreendido porque tenho limites. Vivo melhor quando consigo gerir a surpresa e transformá-la em momento.
A importância dos setenta não é maior que os vinte, quarenta ou cinquenta. Acontece isso sim que temos o privilégio de mais vida e quer queiramos ou não somos catalogados. Tenho como objectivo ter tido um prólogo, ser substância, obra, e epílogo. O índice deixarei por criar…
ESTAMOS JUNTOS, VIVOS, ACTIVOS, convictamente convencidos da bondade dos nossos procedimentos, assim espero.
FELIZMENTE  VELHO!

terça-feira, dezembro 10

50 anos


Na semana passada fui à terra. O motivo foi a comemoração do quinquagésimo aniversário da saída do Liceu, na altura Liceu Nacional Jaime Moniz.
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Há alguns anos que os meus condiscípulos comemoram este momento mas nunca participei. Este ano, por ser um número especial, 50, resolvi estar presente.

Confesso que transportava um misto de sentimentos, expectativa de reconhecimentos, uma certeza na incerteza do esquecimento. A dado momento em mente a cena do "Onde está o Wally", quem é quem?

Todos mais velhos e os que não, ausentes por saída do percurso da vida, muitos, cerca de 20%.

Tive dificuldade na identificação, numa ausência de confraternização de 50 anos, mas também criei essa dificuldade. O meu espelho mentiroso enganou-me, eu também estou igualmente velho, ao me ver na imagem do conjunto. Felizmente velho!

Mais próximos uns, outros mais distantes, em todos a alegria do momento. 

Retomei contactos, não garanto estar na comemoração dos próximos 50. 
VALEU!
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