Acerca de mim

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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

segunda-feira, fevereiro 26

momentos únicos!


Queria ter estado aqui, neste momento!

Que veio este Sol fazer beira lago,alojado nos braços desta frondosa árvore em descanso?
Confidências repartidas e dissolvidas em água incandescente,
Ao fim do dia!

quarta-feira, fevereiro 21

em tempos...recordo-me



- Afasta-te F…pois isto não é contigo, gritou Malan, G3 apontada, olhar decidido!
Supostamente tinha sido acusado de ter tido um relacionamento com a mulher de um civil. Este, aproveitando um momento de descanso, uma reposição das horas perdidas no turno da noite, acercou-se, faca na mão, preparando-se para desferir um golpe certeiro no jovem militar.
Felizmente não dormia, descansava, quieto, olhos abertos. Viu-o aproximar-se, entendeu a intenção, tomou de um salto a arma e desatou a disparar.
Gerou-se enorme barafunda na tabanca. Gritos, correrias, tiros!
Olha, alguém se apressou a avisar-me, um soldado teu anda aos tiros…
- F…, ele vai desgraçar a vida, vê se o controlas, implorou-me um negro ainda jovem, irmão do injustiçado Malan, mesmo a meu lado
Olhei-lhe, arma apontada, nos olhos determinação. Senti a determinação. Parei, comecei a urdir um plano. Recuei.
Ouvi o tiro, o grito!
Ao meu lado contorcia-se de dor, perna ensanguentada deitado no pó solto do chão, o jovem irmão. Não conseguira captar a mensagem naqueles olhos intensamente brilhantes, tal como eu fizera, tentou acercar-se.
Acabara-se o carregador. Malan substituía-o apressado, nervosamente. Corri, abracei-o, tentei retirar-lhe a arma. Uma luta breve, uma coronhada que me abriu o sobrolho.Mas o objectivo fora conseguido. O Malan ou a sua cega revolta felizmente não abatera mortalmente ninguém. Fora desarmado.
Foi preso.
Uma noite, ataque intenso de morteiros. Os carcereiros procuraram abrigo. O Malan, com um pontapé derrubou a porta. Desapareceu na noite.
-F…, o seu soldado, o preso, desapareceu, fugiu, aproveitando o momento do ataque, vociferava Coronel Ferreira, ao telefone!
- Não fugiu não, comandante, desde o primeiro momento que está na sua secção de artilharia, no seu posto!
Voltou para a prisão, esperando transporte para Bissau, aguardando julgamento.
A partir desse momento, preso….com a porta aberta!
Uma questão de HONRA!

domingo, fevereiro 18

um sábado diferente



Queres vir? Perguntou o meu filho em jeito de desafio.
E lá estávamos caminhando esforçadamente vereda acima em busca do“tesouro” (
http://www.geocaching.com/seek/)
Improvisados, firmemente na mão, cajados de apoio para as imperfeições do terreno. No pulso o João confiava nas coordenadas introduzidas do GPS. Ao longo do caminho tenros eucaliptos, outros altos em balancear cadenciado pelo vento ténue. Uma ave de médio porte, falcão ou coruja voa rápida e eficazmente evitando os troncos, em gincana acrobática. Procura alimento, penso por momentos!
Afasto este cenário do meu espírito pois neste quadro não há lugar para o vermelho sangue. A tela é minha, as aguarelas escolhidas!
Continuo a subir. À direita numa clareira, uma torre eólica com o seu vu…vu…vu espaçado. Gigantesca, pensei feito Sancho. Como seria sentir-me Quixote nestes novos moinhos?
Ergo o olhar. As extremidades das pás, vermelhas, empurram ligeiramente as nuvens conduzindo-as a uma rota apressada, para que o azul do céu seja visível. Por momentos sigo aquele comboio imenso e distraio-me a inventar figuras em movimento.
Mais acima, disse o João! Chegámos, confirmou consultando as coordenadas!
Uma espécie de planalto, um compacto verde rasteiro e amarelo tímido de carqueja. Ao longe, a perder de vista, encostas suaves, parcelas castanhas, sulcos alinhados, fecundados pela máquina, a mando do Homem. Em breve, do fértil leito, verdes esperanças, batatas, trigo, favas…
Iniciamos a busca da “cache”. O entusiasmo é enorme. Ei-la!
Saco plástico preto evolvente, uma caixa que fora de gelados no interior. Desembrulhado como se o mais colorido embrulho fosse; avaliado o conteúdo, brilhozinho de entusiasmo no olho, o livro de registos lido, o nosso acrescentado. De novo religiosamente embrulhado, de novo depositado no “sacrário”.
E partimos. Chão fofo de turfa, de um aveludado verde aqui, ali. O cheiro de terra húmida, uma lufada fresca e passageira de eucalipto!
Ao longe, ainda activo, o sol poente, cansado de se afirmar neste dia de Fevereiro.
Na próxima semana, que venham os problemas. Não os posso evitar.
Erguerei meus braços e como hélice movida por energia anímica, resolvo-os, suplanto-os!
Estou cheio. Em mim não há espaço de alojamento para o negativo. Estou bem, teimosamente bem!

quarta-feira, fevereiro 7

A(s) Ponte(s)

Um olhar...!




outro olhar...ou não?Quando a evidência é evidência, realidade,há sempre alguém que nos tenta ludibriar!


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