Acerca de mim

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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

sábado, julho 29

episódio!

Comprei o jornal e um novo livro.
- É para oferta? Perguntou-me a moça detrás do balcão, estendendo a mão para os coloridos papéis de embrulho.
Em minha cabeça um flash, um súbito prazer de provocar um sorriso.
- Sim, disse eu, é para oferecer à pessoa que mais gosto. Pessoa especial, acrescentei.
Um olhar, um brilhozinho de olho quase cúmplice, gosta deste papel, perguntou?
Imaginei o gozo que seria deixá-la empenhar-se na feitura de um belo embrulho, deixá-la divagar numa “historinha “ enquanto seus dedos em movimentos ágeis envolviam o volume, …pagar, tomar em minhas mãos o embrulho e rasgar ali mesmo o papel, simulando uma surpresa!
- Não, não quero papel algum. Quero tal como se apresenta a capa, o conteúdo. Esse livro. É uma oferta. De mim para mim. Escolhi-o, quero-o mereço-o!
Olhou-me surpresa, e sorriu. Pela manhã, à abertura da loja, um cliente, eu, deixara-lhe o rastilho de uma boa disposição para o dia.

PS. O livro? Um volume mais, de um dos autores que me têm acompanhado num caminhar de descoberta, solidificação e reencontros.
Um autor que argumenta com um certo cunho “científico” teses de práticas já por mim experimentadas. – Jorge Bucay

sexta-feira, julho 21

"coincidências"

Descia a rua, descontraído, caminhava junto ao gradeamento do Hospital Psiquiátrico. Súbito, “Olhe, deve afastar-se das grades pois às vezes há doentes que agridem os transeuntes!”
Agradeceu. Afastou-se e continuou. Curioso aquele aviso, pensou.
Percorridos talvez 20 metros, sentiu uma forte bofetada. Olhou surpreso! Do outro lado do gradeamento, o homem olhava-o. O mesmo!
“Eu não lhe disse que deve afastar-se do gradeamento?”

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A astróloga, bruxa ou afim dissera-lhe “10 anos”
Conheceu, relacionou-se, gostou, amou, …afastou-se!
Não, a diferença não era 10 anos!
Conheceu, relacionou-se... 10 anos finalmente. Tolerou, manteve!
Sorrio.
Nestas histórias, os mesmos personagens. As bruxas, as predições, os transeuntes ao acaso, os “doidos”, as bofetadas.
E as vidas continuam. Que vida? Sei lá.
Para alguns aquela que desejam que aconteça, pois alguém lhes disse que devia acontecer!
E haverá sempre quem prefira o prazer da surpresa das coisas que sucedem, o bom da descoberta, em detrimento do “pré-parado” , como há dias vi escrito.

quarta-feira, julho 12

definitivamente, NÃO

Foi-se o ontem, nem quero vivê-lo hoje. Nem quero, nem posso. Deixou de existir.
Foi belo o ontem, enquanto hoje, vivido intensamente em partilha. Mas já não é. Foi-se.
Porquê também a angústia do que ainda não é, a antecipação de um não existir, o amanhã?
Quando for O HOJE...vivê-lo-ei. De certeza!
Enquadro em minha objectiva, foco, afiro distâncias, perto ou mais longe, escolho o ângulo, confiro a luz, brilhante ou sombrio, "AGORA" é o momento de captação. Desfruto, gozo-o.
Ocupado ou quase preocupado com o que ainda não existe, ou já foi, distraído, desconcentrado, lamentavelmente deixo o "MOMENTO" esgueirar-se em movimento de areia entre os dedos, para o arquivo dos "lixos afectivos"
Mas lixos, não mais vividos, nem reciclados!

terça-feira, julho 4

que tédio!

Faço um esforço. Faço um esforço para aguentar tanto radicalismo, tantas certezas, tão pouca tolerância, às ideias, às diferenças, às pessoas.

Bolas!
Na mesma semana integrei-me em grupos de trabalho, de reflexão, de lazer.
Sendo o mesmo, como poderei parecer tão diferente, quase me sentir estúpido, “normal” ou até iluminado, consoante o núcleo?
Bolas, bolas outra vez!
Doutas sentenças que de Cátedra proferidas, pretendem atirar ao tapete. Distâncias de conceitos, quadrados, rígidos…técnica, técnica, técnica!

E o espaço para o EU, para o SER?
Há pessoas que vetam a possibilidade de existência para além das suas paredes, das suas regras.
Só eles existem.
Eles e um comum e reles umbigo, acrescento.
VÓMITO!
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