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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

domingo, maio 20

Extinção de Juntas de freguesia

Fala-se das juntas que existem, das que não deviam existir. Fala-se...cansativamente, por vezes sem nexo.
Há dias, estava na sala contígua, o telefone tocou, oiço a funcionária - "olá D. M, tenha calma, sente-se e respire, tenha calma...",cinco, dez minutos, sem pressa.
A dita junta serve menos de dois mil habitantes, velhos por essência, numa área de cerca de 18.000 km2. Para além do nº de eleitor, há PESSOAS. 
Na junta pagam-se vários serviços, (água, luz, telefone) e é em simultâneo posto de correios.
Vezes sem conta sentados no hall de entrada, idosos sem idade, muita em denúncia dos rostos cinzelados, esperam. Atentos ao movimento, ouvem, sorriem e às vezes falam. Mãos ressequidas pela dureza dos solos, olhos gastos de vistas várias, indumentárias negras de solidão, indicador negro de identificação.
Vieram à junta, trouxeram-nos à junta, às senhoras da junta.
Alguém, os levará de regresso a casa, nem que seja a carrinha da junta...
Fala-se das juntas que existem, das que deviam existir.
Fala-se ... cansativamente, por vezes sem nexo.
Sem bom senso!


  

1 comentário:

Lourdes Henriques disse...

Boa tarde Professor Afonso
Na realidade fala-se muito mas muitas vezes ... não se diz nada. Ou melhor, nem sequer se sabe o que se diz. Fala-se por falar, só para dizer mal. Antes de qualquer decisão concreta, julgo que há muito a fazer, analisando caso a caso. Fala-se em fechar juntas, que não há verbas ... as PESSOAS não contam? Infelizmente muitas das vezes julgo que, conforme a "cor do partido" local, assim a junta fica ou acaba. E as pessoas que se "desenrasquem" como puderem! Oxalá eu me engane, mas ... tenho muitas dúvidas!
Um abraço
Lourdes.

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