Sou do tempo em que as minhas atitudes mais que simples afirmações eram sempre analisadas pela vergonha que podia causar aos meus pais, irmãos, família próxima.
A VERGONHA!
Confesso que me sentiria incomodado pelo oportunismo de um filho, pela memória de um qualquer eventual acto menos transparente dos meus pais.
Foi assim que me ensinaram, um conceito arcaico chamado de "valores", foi isso que transmiti aos meus filhos.
Gosto de sentir "orgulho" no que sou, pelo que faço, no elo das minhas relações.
Olhando para a palete de notícias de oportunismos legais mas não éticos, cursos duvidosamente credenciados, subsídios atribuídos, negociatas e influências manhosas, encobrimentos cooperativistas, prepotências escudadas em cegas regras feitas à medida, pergunto-me se os actores não têm pais, filhos...
Será que à boleia dos novos acordos ortográficos o conceito de "vergonha" desapareceu?
Dói-me ver tanta gente boa e simples ser abusada na sua tolerância face a actos de puro oportunismo, só porque são de um clube de simpatia...
Continuo a acreditar que os gestores da "Quinta" um dia serão responsabilizados, continuo a acreditar que só quando dissermos veementemente basta, algo mudará.
Até lá...
Até lá...
5 comentários:
Olá Prof. Afonso
Na sua geração que é também a minha, de factos os pais transmitiam aos filhos os Valores Morais e estes tentavam obedecer, pois caso contrário eram muitas vezes castigados.
Mas hoje em dia (ainda vão havendo algumas excepções), os valores que os pais da actualidade têm para transmitir aos filhos são muito poucos e pobres. Eles próprios não os têm para si, como os irão transmitir aos filhos?
Antigamente quando os pais se deslocavam à escola era para saber como estava o comportamento ou avaliação dos filhos. Hoje em dia, infelizmente, na maioria das vezes deslocam-se lá para enxovalharem ou até mesmo agredirem os professores porque repreenderam os filhinhos! Coitadinhos, ficam traumatisados se levarem uma repreensão ...
Como é que a VERGONHA pode existir em mentes assim? É vocábulo que a meu ver, já saiu de circulação, muito antes do aparecimento do novo acordo ortográfico!
Um abraço
Milú.
Pois é, Afonso Faria, há muito que eu tinha "esquecido" a vergonha, mas acho que essa também deve ter sido a palavra que mais ouvi na minha adolescência...Referida a mim e a todas as pessoas cujo comportamento parecia desviar-se um pouco do padrão...
Agora...Agora as nossas recordações só significam que somos velhos.Valha-nos a ideia de que podemos ser velhos sem estar velhos...Mas como sabê-lo?
Gritando, será?
José Auzendo
É verdade PROFESSOR as coisas estão muito diferentes.Mas ainda vai havendo, digo eu,em algumas famílias valores que vão mantendo,já não posso fazer muito, pois os mais novos, os pais, é que são responsaveis,mas na retaguarda vou sempre lembrando o exemplo dos "papás",para se comportarem bem,que isso nos faz feliz,nada como não ter peso na consciência ,não ter nada para esconder.
Como os meus netos ainda são pequenos,é assim que lhes falo.
A educação e os valores levam anos a transmitir.
Sem compromisso cá vou dando umas dicas. Gostaria que quando lembrassem a avó não fosse só pelo nome.
Espero que vergonha entre no vocabulário deles, como no dos pais entra.
professor já viu?É nos netos que agora penso.
Vai tudo correr bem.
um abraço
suzete
Vergonha, Valores? Donde é que vocês desembarcaram? De Marte? Só pode!
Valores "neste planeta", são: €€€, muitos €€€ na conta bancária, nem importa como lá foram parar... é "status". Perceberam?
Modernizem-se. Este País não é para velhos...
Inté... que haja vergonha :-)))
Olá Prof.Afonso
Acha que ainda há vergonha? Não sei, talvéz por sair pouco á rua!
Agora devem-lhe dar outro nome...ou quem não tem,já não nasce...
Cada um pensa e age á sua maneira,valores ,quem tem dinheiro,tem tudo...para quê vergonha?...estamos no seculo xxi..."isso" nem se usa...(tou azeda de mais?)
Um abraço
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