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sexta-feira, agosto 3

Espaço Sénior do Carregado

Espaço Sénior do Carregado
Ontem, a convite dos meus queridos alunos seniores, fui confraternizar ao Carregado, depois do almoço.
O encontro foi no espaço Sénior recém criado pela Junta de Freguesia do Carregado. Com novas instalações de equipamentos escolares, vagou um pavilhão pré-fabricado que outrora fora jardim infantil e numa visão pró-activa resolveu-se dotar a população sénior de um espaço, bem como instalar em anexo a Loja Solidária do Carregado.

O Espaço Sénior está, em meu entender, com uma dinâmica invejável. Sala de lazer/televisão/café, espaço com computadores ligados à net, uma outra sala ampla com mesas e possibilidade de aproveitamento polivalente. 
Os dados estão na mesa, é admirável como cada um sente aquele espaço como seu!

Nas vidraças ainda os bonecos, as flores multicoloridas desenhados pelos ou para os antigos inquilinos. É uma alegria enorme evocarem a ocupação das salas onde ontem os netos passavam os dias...

A dado momento, na sala grande, fomos dispondo as cadeiras e conversando. Dei comigo a constatar que de uma forma imprevista e espontânea havíamos feito um círculo. Todos nos víamos, todos nos escutávamos...
E falou-se dos netos, dos filhos, evocaram-se momentos jocosos, soltaram-se gargalhadas libertadoras!
E é também nestes momentos que se alertam os cuidados a ter em diversas situações de aproveitamento dos mais idosos, mais indefesos, partilham-se experiências, consolidam-se precauções.

Lá fora, no espaço que outrora fora escorregas e casas encantadas, alguns netos brincavam, inventavam as histórias, as mesmas que os avós um dia também inventaram e viveram, gargalhadas cristalinas, despreocupadas. Sim que nesta matéria nada se inovou e naquelas minúsculas portas cada avô, ao olhar o neto, transponha-as com um sorriso de alma, memória!

Este é um embrião do que pode vir a ser verdadeiramente um espaço multigeracional.
Ao chegar ao espaço, o primeiro a chegar colhe a chave. O último a sair entrega-a .

Já tomei conhecimento do dia dos grandes encontros tecnológicos. Nestes encontros partilham-se momentos e dúvidas, em movimento solidário, os que se sentem mais à vontade ajudam os outros... 
Um dia passo por lá...

Sinto-me grato em estar integrado, em ter contribuído como membro de uma equipa para esta dinâmica, sinto-me bem em ser recebido da forma como sou!
Modestamente celebramos, efectivamente, o Ano Europeu do Envelhecimento activo.

10 comentários:

avoluisa disse...

Professor Afonso
Gostei imenso da tarde, tão bem passada...e agora prolongou os momentos magicos com a descrição que não esperava,(não sei porquê)
Bem haja...
Um abraço
Luisa

Lourdes Henriques disse...

Parabéns Professor Afonso por mais uma obra que "ajudou a semear". É na realidade gratificante, sentir-se feliz e orgulhoso por ajudar a desenvolver um espaço que, à partida, tudo indica será extremamente útil e importante, não só para ajudar os idosos a terem um envelhecimento mais digno e são, como pela possibilidade de poder proporcionar uma vivência intergeracional.
Parabéns também à Junta de Freguesia do Carregado por desta forma estar a pensar no conforto dos que em tempos já contribuiram para o desenvolvimento dessa terra. Bem-Haja.
Um abraço
Milú.

Afonso Faria disse...

Olá Lourdes,
De parabéns estão os verdadeiros mentores da iniciativa. Como sabe não moro no Carregado. O meu envolvimento afectivo com o espaço é mercê da ligação que tenho com muitos seniores daquela terra. A informática foi o elo o móbil. Hoje já não precisamos dela para estarmos juntos por momentos, celebrarmos a vida, tal como aconteceu naquela tarde. Gostei e acho mesmo que vou voltar! :)

José Auzendo disse...

Pois é, Afonso. Não sou do Carregado, nem o Carregado me deixa "saudades". O que do Carregado recordo são as dezenas de horas que, dezenas de vezes, levei a atravessá-lo, vai para umas dezenas de anos...E, mais agora, o tempo e a dificuldade que é penetrar o cruzamento do Carregado, quando vou de sul...

Também não sei se tenho "saudades" de um Espaço como esse que reporta: já estive na inauguração de um, décadas atrás, mas nunca frequentei nenhum, não sei como me sentiria a frequentá-lo regularmente.

Mas do que, sim, tenho saudades, muitas e sem aspas, é da dinâmica que esse Espaço representa, da ligação institucionalizada, regular, entre a autarquia e a sociedade. Não conheço isso, cá pelas bandas onde moro e já conheci noutros locais. Pena que o seu blogue não chegue aos deuses e deusas que por aqui há...onde quer que esse "aqui" seja.

José Auzendo

Afonso Faria disse...

Pois é Auzendo. Curiosamente e ao contrário de muita gente gosto de ser surpreendido. Acho que descobri algo de novo, velho na sua vivência, algo que me está a deixar o bichinho do entusiasmo. Há tantas coisas que se podem fazer num espaço destes, haja querer e criatividade pois querer e dinâmica existe. Que lhe posso dizer...
Estou a ficar seduzido e quando esse estado é adquirido, nasce a paixão... Vestir "outra camisola"? Sei lá...o amor é louco!!! :)

Lourdes Henriques disse...

Ah, ah, ah, ....
Obrigada Professor pelas suas explicações. Assim ficamos mais esclarecidos. Mas olhe que por muitas camisolas que mude, não se esqueça que a AMARELA é em direcção ao Sobral!
Milú.

avoluisa disse...

Estou a perceber...têm medo de O perder Professor. Mas o coração do Professor é muito grande!!!cabem todos graças a Deus!!!
Abraços
Luisa

soares disse...

Professor estive fora o fim de semana ,mas á chegada que animação.
Estou muito feliz com a ideia que tão bem resultou
Não tenho palavras para si professor que previlegio o nosso.
,A avo luisa a Milú sempre atentas e o imprescindivel Auzendo todos contribuiem para a animação.(desculpem não tratar por srs.mas eu costumo dizer que o sr está no céu nós somos gente..... amigos....irmãos)
sabe o que me ocorreu (que nunca se ama bastante quando não se ama demais)......
eu já cheguei lá e não estou so...tive ajuda ...a familia, os amigos,a vida....
abençoada......

"E CANTE QUE É BOM VIVER" .

o meu abraço
suzete

inesbexiga disse...

Haja alguém com lucidez e iniciativa para não deixar que os reformados fiquem a olhar uns para os outros, a ver passar o tempo num solitário banco de jardim ou confinados a uma exígua mesa num cantinho de café, jogando sueca ou dominó.

Pelos vistos nem é preciso muito dinheiro, basta seguir a “moda” e reciclar/reutilizar um espaço possivelmente destinado a ser uma lixeira.

Fiquei agradada e curiosa. Far-me-ei, um dia, convidada a passar por lá. Será possível?
Inês

Anónimo disse...

Que prazer ao ver isto tudo. pois ao chegar da minha viagem, pois que prazer ao ler todos(as) as amigos(as) pois un abraço a todos assim como ao professor, Anna

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