A primeira impressão
foi que não havia chegado ao topo de uma serra mas sim ao cimo de um
planalto. Depois, gradualmente foi deixando o olhar estender-se,
alongar-se sem restrição de encontro ao horizonte, próximo ou
distante consoante a neblina que envolvia aquela imensidão de terra.
Vagarosa e indolentemente, na encosta verde, um corvo plana.
Para ali, ouço, é as
Berlengas, não fosse o dia, facilmente se veria...O Sobral, acolá,
na direcção da eólica... Sintra, lá em baixo... o Tejo para
ali...Montejunto para além...
O meu pescoço rodou,
rodou, trezentos e sessenta graus, em qualquer direcção, um sítio
qualquer. Se tivesse um binóculo, pensei...
A Berlenga não existe
hoje, Sintra manifesta-se ao fundo, Montejunto compete em grandeza, o
Tejo é ficção. Vejo, absorvo, constato!
Qualquer dia nascerei
com o dia aqui mesmo, será um novo sentir, espero surpreender-me...
1 comentário:
Que belo passeio para conversar com "os seus botões". Parabéns pela escolha do local, pois é na realidade maravilhoso. Esquecemos por algum tempo a civilização, a barafunda, por momentos temos a sensação de estarmos num paraíso donde podemos avistar o mundo sem que nada nos afecte ... sem que nada nos consiga molestar ...
Lindas fotografias e uma excelente narração. Como sempre.
Um abraço
Milú
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