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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

segunda-feira, novembro 5

REFUNDAR

Estavam lá todos os meninos. O Pedro, o Paulo, o Miguel, aquele mais pequenino, o de voz mais grossa, e outros meninos e meninas. Brincavam às palavras para quebrar o ócio do recreio em sala fechada em tempo chuvoso.
Agora é tu, dizia o Paulo, coloca a letra... r-e-f-u-n-d-a-r, colocou o "a" o Pedro, ficou R-E-A-F-U-N-D-A-R. Perdeste, perdeste, gritaram em uníssono a São, o Paulo e ainda aos solavancos o outro Pedro.
Quase todos os outros meninos se levantaram protestando. Está errado, quem terminou foi o Paulo, perdeste!
Ficou de trombas, o Paulo, durante dias não falou...
Quem escrevia o que se passava na sala dos brinquedos era o Miguel que já sabia escrever mais que os outros, pois bastava o facto de ter mais canetas. E começou a escrever... - a palafra que terminou o jogo foi "re-fon-dar" .
O Senhor Silva que geria o infantário tomou conhecimento da palavra e como era exímio nos computadores, naquela coisa do "LIKE", acionou o corrector ortográfico e disse para consigo..."este Miguelinho continua um troca tintas, ou melhor letras, "a" em vez de "e", a acrescentar "n", não seria? Não percebo que querem dizer mas vou adicionar ao dicionário de Portugal!"
Agora vou fininar isto como dizia o meu filho aos 4 anos. Porque não? Era criança, também tinha destas brincadeiras!

1 comentário:

Lourdes Henriques disse...

Olá Professor Afonso
Este trocadilho de letras e palavras com as crianças, é realmente uma coisa delirante. E quem trabalha num infantário, deve ter muitas recordações engraçadas.
A minha mais nova dizia que queria lavar as mãos com "faninete" (sabonete) e o mais velho dizia que o cão era muito "postalhão" (espertalhão)! Será possível esquecer estes termos tão cheios de encanto e pureza?
Um abraço
Milú.

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