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quarta-feira, março 7

um pássaro especial


(parte segunda)


Um dia, talvez cerca de três meses depois, manhã cedo, olhamos estarrecidos. As penas das asas, penas grandes negras azeviche que foram, estavam brancas. Tivemos dificuldade em perceber se seriam mesmo brancas ou se por acaso algum pó as embranquecera! Não, eram, estavam genuinamente brancas.
E continuava triste.
E continuava quedo.
E continuava mudo.
Passaram alguns dias.
Numa noite, uma noite iluminada por Lua cheia, noite dentro, há quem diga que uma estrela cadente rasgara o céu. Diferente. Seria?
Em silêncio paz, um pássaro voava, libertara-se rumo ao infinito. Um rasto ténue soltava-se em partículas prateadas das extremidades brancas das asas. Só estas, brancas, se viam no índigo céu!
Há quem afirme que ecoara uma voz forte e suave – AL-FRE-DO! Ouviu-se. Um silabado assobio aveludado soltara-se!
A lua era alva, serena, sorridente. O apelo fora imenso, intenso.
Partira, em definitivo libertara-se.
Compreendi porque se fora.
Os amigos precisam de nós, querem-nos!
Há que chegar, há que partir.

4 comentários:

Zé Miguel Gomes disse...

Serão todos especiais?

Fica bem,
Miguel

Anónimo disse...

Um texto primoroso, querido!
Lembrou-me da história do meu avô, quando ele se foi o bichinho emudeceu, mas tornou-se muito agressivo e não deixava ninguém chegar perto nem para alimentá-lo. Enfim ... se foi também....

Se pode fazer parte do meu sonho??? Claro que sim, tens alguma dúvida sobre isso???? risos

Beijinhosssssss

João JR disse...

OLá,
Obrigada pela tua visita, adorei as tuas palavras:)
E....o meu pássaro vem aqui trazer-te um beijo muito especial!
Tudo de bom para ti, hoje e sempre:)

Anónimo disse...

que palavras lindas...........

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