Acerca de mim

A minha foto
Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

quinta-feira, agosto 20

Vida e Morte


Um notícia como tantas ou talvez não.
Jimmy Carter, ex presidente dos Estados Unidos, com a bonita idade de noventa anos, anunciou que o cancro que o tomava há algum tempo no fígado ramificava-se ao seu cérebro.
Logo aquando a introdução da notícia pelo jornalista de serviço, pensei que a “besta” uma vez mais não fizera distinção, apossara-se de um poderoso.
Depois fiquei deveras impressionado com a tranquilidade daquele homem, o brilho apaziguador do olhar, um sorriso sereno.
A imagem fez-me recuar uns meses.
Maria Barroso, pessoa por quem não nutria particular simpatia, participava num congresso tendo por tema, "velhos".
Surpreendeu-me. Fraca figura em cima do palco, recitava de memória um poema longo, enorme na sua força, poderoso no seu conteúdo, transcendera-se, agigantara-se. Assim terminou a sua participação.
Fiquei na altura com “pele de galinha”, rendi-me.
Antes em suas palavras deixara-me também aquela tranquilidade que vi em Jimmy Carter. Viveu muito, dizia, a qualquer momento chegaria a sua vez. Esperava tranquilamente a sua hora. Senti convicção, paz.
Num e noutro uma coisa comum, o que chamam de Fé!
Na brincadeira costumo dizer que apresentei a minha candidatura para o clube dos velhos, dos sábios...que tanto caminho me falta percorrer para tamanha harmonia e pacificação com a vida, com a morte!
O caminho é esse.

2 comentários:

Lourdes Henriques disse...

Boa tarde Professor Afonso
Li o seu texto que me fez pensar a sério na Vida.
De facto os que acreditam numa outra vida após a morte, movidos pela Fé, chegam à velhice com uma serenidade invejável. Nem de propósito, ainda há pouco estive a falar com um senhor que, apesar de não ser propriamente "velho" já tem uns aninhos avançados. É Testemunha de Jeová, o que por vezes se torna muito desagradável pelo fanatismo. Mas posso-lhe dizer que a conversa dele veio bastante ao encontro do que aqui escreveu no seu texto e gostei muito de falar com ele.
Acho admirável a forma como o fim da vida terrena é encaada pelas pessoas que têm uma Fé Verdadeira. Só acreditar não chega.
Eu acredito mas sempre gostei muito de viver, apesar dos tombos e pedregulhos que tenho encontrado pelo caminho. E pensar que um dia terei que abandonar tudo isto, deixa-me triste e melancólica, ao contrário das pessoas que têm uma Fé Verdadeira.
Mas reconheço que a minha Fé não é suficiente para aceitar o fim desta vida com tanta calma e naturalidade.
E acho que tem razão quando diz "...quanto caminho me falta percorrer para conseguir tanta
Paz e Serenidade" ...
Oxalá consigamos!
Um abraço da
Milú.

albertina disse...

Olá professor Afonso
Depois de ler o artigo, o qual muito me tocou, pela belíssima descrição, da beleza e serenidade, que algumas pessoas emanam na vida e que eu gostaria de conseguir ter.
Serenidade, coragem e sabedoria
Serenidade julgo que tenho alguma, porque circunstancias da vida me obrigaram a aprender a Aceitar( e não quer dizer gostar) a fragilidade da vida, o que sentimos e o que somos. Seres Humanos
Coragem, para ir mudando algumas coisas em mim mesma, mas... Sabedoria, só mesmo algumas pessoas conseguem, não a sabedoria dos livros, mas a Sabedoria que transparece no tal olhar brilhante e sereno, de uma alma tranquila que parte feliz. é esse o meu desejo, mas estou a séculos,luz
Um abraço de muita amizade da Albertina

______________________________________________