Acerca de mim

A minha foto
Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

domingo, janeiro 11

"FACES", "TELEMÓVEIS" e eu

O grupo falava animadamente, a manhã estava fresca. Ao alto, sonoro telintar pausado do sino da igreja anunciava mais uma partida.
Aproximei-me e não intervindo directamente apercebi-me o teor da conversa, precisamente o defunto!
A minha imaginação soltou-se e sem querer lembrei-me do Facebook, o que não tenho por opção, o facebook dos pedidos e adesões de amizades...
Ali tinha o exemplo das amizades que não eram mais que presenças de conveniência, a oportunidade de saber as “novidades” dos que estavam em desfile, dos que não estavam...tal como me dizia alguém que não ligava ao facebook, mas gostava de “cuscar”.
Muitos “amigos” no “facebook”, também muitos “amigos” nas despedidas. Da onça, diz-se! Claro que há os genuínos, mas para esses não há convite ou aceitação de amizade, ela é vivida com naturalidade, partilhada, cimentada, cresce.
A propósito de amizade, mesmo aquela presencial, não deixo de ficar incomodado quando num encontro, os telemóveis continuam a ser usados. Sinto que mesmo gostando de estar em grupo vivendo aqueles momentos, há sempre um alguém, um “negócio” que não estando presente tem mais força na relação das pessoas. E já não falo nos concertos, cinemas, reuniões, igrejas!
Tenho uma relação muito especial com o meu telemóvel, ele sabe que ainda não tem o estatuto de meu amigo, não tem forçosamente de privar permanentemente comigo!
Estranha e curiosamente mantenho-me saudavelmente vivo...

 

2 comentários:

Lourdes Henriques disse...

Olá Professor Afonso
Tem muita razão quando se refere às "amizades" encontradas através do facebook... deixam muito a desejar. Excepcionalmente, troca de impressões com pessoas que conhecemos na vida real e não, "amizades virtuais" de quem nem sequer conhecemos o rosto... Essas, lá bem para longe ...
Quanto ao uso do telemóvel, partilho da sua opinião: há locais e ocasiões em que o mesmo deverá ser silenciado, por se tornar o seu uso inoportuno e inconveniente. Não nos podemos tornar seus escravos e viver na sua dependência total. Há que dele saber tirar partido de uma forma saudável, tal como refere.
Gostei do seu depoimento e também acho que muitas vezes os velórios, ao contrário de uma reunião de pesar e respeito pelo defunto e seus familiares, é mais uma reunião social onde tudo se discute, menos o acontecimento ocorrido ...
Um abraço
Milú.

soares disse...

Olá Professor
Como tudo na vida tem duas faces, não sou tão radical . Tenho uma grande amiga que começou virtual,conhece ? Milú ."acontece""acasos "
Do telemóvel não sou dependente mas, ele tem lugar no meu dia à dia .Quantas manhãs começam com um "bom dia querida amiga"" querida avó vens buscar-me ",tenho bons motivos para tratá-lo bem.Também o outro lado de esperar e...
Ele não tem culpa de ser inconveniente é só por no silêncio
Ilustre Professor mesmo discordando nisto "muito mais é o que nos une...

Um abraço

Suzete

______________________________________________