Acerca de mim

A minha foto
Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

terça-feira, fevereiro 7

uma questão de vagas...

Como lamento a mediatização da condição humana em consonância com as "vagas".
No Natal, são as consoadas para os pobres altamente publicitadas pelas diversas organizações e amplamente aproveitadas pelos órgãos de informação. E fazem notícia...
No abaixamento de temperatura, perfilam-se os operadores de câmara, fotógrafos, procurando a obtenção do melhor ângulo das desgraças dos outros. E fazem notícia...
Não são ingénuos os Senhores que apregoam através da imprensa falada e escrita, a abertura de portas do metro e pavilhões onde podem abrigar-se os pobres e até comer um caldinho ou bebida quente. E fazem notícia...
E as instituições que deveriam agir por bem e com discrição, nestes momentos até se permitem ser acompanhados por repórteres para que o sofrimento alheio seja registado. E fazem notícia...
E focam-se os panelões fumegantes, canecos de leitinho quentinho, cobertores generosamente doados para os pobres, nestas ocasiões, fofos, coloridos. E fazem notícia...
Melhor conseguida será a imagem do sem abrigo cabelo longo e grisalho, barba descuidada, olhar baço sem esperança, unhas negras e longas encardidas pela sujidade e pelo tabaco de beatas recolhidas ao longo dos passeios, voz rouca de álcool sem marca, rugas pronunciadas em volta do olhar, boca desdentada. E fazem notícia...
E os repórteres sentam-se por momentos nos cartões ao lado daquela "espécie" e como se não chegasse a imagem crua, introduzem "bandarilhas" de sofrimento tentando saber porquês, chafurdam e sentem-se conseguidos ao arrancar a revolta antes silenciosa. E fazem notícia...
Este amargo que sinto na minha boca não é fel. É de tristeza!

2 comentários:

Lourdes Henriques disse...

Pois é, a miséria e a desgraça alheia dão sempre uma boa reportagem jornalística ... e os jornais vendem e repetem as edições ... as revistas , ui, nem se fala! Coitados dos "desgraçadinhos", mas há sempre as "almas caridosas" a socorrê-los, a fazer os "jantares de caridade" que são as instituições ... em que estão inseridos os senhores e senhoras Importantes .... Sabe-se lá para onde irá parar o lucro de tantos "gestos meneméritos"!
Tudo isto é negócio, à custa da tristeza alheia!
Porque é que os jornalistas peritos em chafurdar na lama, não procuram algumas coisas boas que eu acredito piamente que ainda existem neste país? Sim, porque apesar de já ter uns bons aninhos em cima de mim e umas quantas boas desilusões, ainda quero acreditar que há seres humanos bons, e instituições boas e sérias!
Porque não investigar e procurar encontrar locais, tal como escolas, por exempo, que tendo crianças de alto risco, tentam desviá-las da vida dura que têm, promovendo projectos que os cativam e deliciam? Formam orquestras, grupos corais e de teatro, por exemplo? Pessoalmente, posso dizer que sei de alguns casos de crianças de risco que, participam em projectos desta natureza, e que em dias de ensaio, marcado para uma determinada hora, chegam com 1 e até 2 horas de avanço, todas entusiasmadas com os ensaios! E já não lhes interessa brincar na rua, a caminho da delinquência. E quando acaba, procuram sempre "quando é que há mais"?
Esses exemplos é que poderiam dar umas boas reportagens. Poderiam incentivar outras instituições e muitos outros jovens que andam perdidos, e fazer deles "uns homens de amanhã". Isto seria um BOM JORNALISMO e motivos para o povo se sentir menos triste, pois dentro de tanta má notícia, ainda há muitas coisas boas. QUERO ACREDITAR NISSO!
É PRECISO DESPERTAR OS PROFISSIONAIS DAS NOTÍCIAS, senão qualquer dia entramos todos em depressão!
Um abraço
Milú.

avoluisa disse...

É claro que a publicidado feita a volta "destas ofertas" não tem nada a ver com as "pregaçãos" feitas por Jesus..."dar com a mão direita de maneira que esquerdo não dé por isso"...mas entretanto esperemos que alguem aproveite, que não seja tudo "fogo de artificio"...queira Deus que hája bons corações e boas ações á mistura...hája Deus!!!
avoluisa.

______________________________________________