Tal como animal feroz
em barras enjaulado,
vagueio por espaço vazio,
de arame cercado.
Gostaria de ir além,
onde há mais ar e cor!
Tenho medo de ir encontro da morte.
Assim, refugio-me, aguardo,
que me venham matar.
Tempos houve em que fugi
para bem alto, longe...
onde não havia guerra,
só paz!
Hoje estou cansado,
e por mais que queira,
não sou capaz!
Paguei meu tributo,
que mais querem de mim?
Deixem-me!
Olossato, 1974 3 meses após ter terminado o tempo "legal" da comissão
2 comentários:
Desabafo de um combatente que nem sequer sabe o que nem porque combate!
Óh! Soldado de outras eras,
Que lá longe, noutras esferas,
Combateste o inimigo.
Diz-me só, quem era ele?
Não sabes! Também eu não!
Esquece esse passado, então!
Um abraço
Milú.
Sei o que é sentir as amarras.... A cela que a vida nos dá...
numa constante prisão, presa sem poder fugir...só um rasgo de sol pela fresta imaginaria...as masmorras,ratos...algoses...tudo meu...nem uma colina ao longe para onde possa fugir...nunca...
É assim a minha realidade...
Ainda bem que é só sonho (pesadelo)...já passou...
não foi facil...mesmo á distancia, cada minuto de vida ,
intenso ,incerto...a morte por perto...
Á partida, a luta é perdida...
Mas não foi porque está aqui a contar "como foi"...que bom!!!
Graças a Deus!!!!
avoluisa.
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