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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

domingo, fevereiro 26

Revolta

Tal como animal feroz
em barras enjaulado,
vagueio por espaço vazio,
de arame cercado.
Gostaria de ir além,
onde há mais ar e cor!
Tenho medo de ir encontro da morte.
Assim, refugio-me, aguardo,
que me venham matar.
Tempos houve em que fugi
para bem alto, longe...
onde não havia guerra,
só paz!
Hoje estou cansado,
e por mais que queira,
não sou capaz!
Paguei meu tributo,
que mais querem de mim?
Deixem-me!

Olossato, 1974 3 meses após ter terminado o tempo "legal" da comissão

2 comentários:

Lourdes Henriques disse...

Desabafo de um combatente que nem sequer sabe o que nem porque combate!

Óh! Soldado de outras eras,
Que lá longe, noutras esferas,
Combateste o inimigo.
Diz-me só, quem era ele?
Não sabes! Também eu não!
Esquece esse passado, então!

Um abraço
Milú.

avoluisa disse...

Sei o que é sentir as amarras.... A cela que a vida nos dá...
numa constante prisão, presa sem poder fugir...só um rasgo de sol pela fresta imaginaria...as masmorras,ratos...algoses...tudo meu...nem uma colina ao longe para onde possa fugir...nunca...
É assim a minha realidade...


Ainda bem que é só sonho (pesadelo)...já passou...
não foi facil...mesmo á distancia, cada minuto de vida ,
intenso ,incerto...a morte por perto...
Á partida, a luta é perdida...

Mas não foi porque está aqui a contar "como foi"...que bom!!!
Graças a Deus!!!!
avoluisa.

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