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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

quarta-feira, janeiro 9

dá que pensar!

Este fim de semana, lendo no Expresso uma abordagem acerca do alheamento político de jovens profissionais na casa dos trinta, pensei escrever sobre isso.

Claro que estas situações não surgem do nada. Esta geração é o produto da inoperância da minha. Tenho filhos com idades semelhantes e não precisei de ler o artigo para constatar a situação.

Sem desprimor para estes jovens, esta postura faz-me lembrar, aquando as minhas caminhadas diárias, a postura do meu cachorro. Quando no caminho surge um terreno amplo, plano, sem fronteiras, dispara num zigzaguear quase descontrolado, livre, solto.Para ele não lhe interessa como surgiu tanta planura, tanta maciez de terreno, quanto trabalho teve o agricultor em limpar o terreno das pedras, das raízes, criar aquela apetência, derrubar barreiras. Ela existe, goza-a.

O País, este que temos, também já teve outras pedras, outras limitações. Não existiu sempre assim!Para uma certa geração isto é dado adquirido, pronto.

Há um trabalho de fundo a fazer, penso eu.

O Inglês nas escolas do 1º ciclo, como prioridade! E a formação cívica, o ensino da cidania, o gosto pelo debate, o aprender pensar e respeitar ideias?

Ainda digeria esta matéria, quando uma manhã, ao ligar o rádio, fui surpreendido pelas afirmações de um secretário de estado, acerca do pagamento dos retroactivos das pensões.

Pura ficçaõ, não é possível, pensei! Teria vergonha de ter aquele menino por filho. Será que não teve a noção que estava a ser usado? Será que o menino, no seu curso da Católica não teve disciplinas de Ética? Ou é só por ser elemento do grupo? Só(cretinos) poderiam ter uma tal ideia peregrina!

Pobre país onde os governantes brincam com a dignidade dos mais velhos!

Mudei de estação. Um proprietário queixava-se da fraca afluência de público no circo.

Os movimentos de protecção dos animais, dizia ele, os palhaços que por aí andam, mesmo sem nariz vermelho, acrescento!

6 comentários:

SILÊNCIO CULPADO disse...

Afonso
Compreendo o que dizes que digeri, palavra a palavra, num terreno conhecido que é o facto de pertencermos à mesma geração.
Vivemos períodos conturbados sobretudo ao nível de valores. É precisa uma revolução cultural e um homem novo mais sensível e solidário.
Relativamente ao pagamento das pensões até arripia de indecoroso.
Insere-se no que disse atrás.
Um abraço

susana disse...

Falas da nova geração e a mais velha?? Há pessoas assim em todas as idades! Acredita em mim!O maior problema do português é ser tão servil e miserável. Arrastam-se por mordomias, aliciam-se com ofertas e quem não compactua com o resto da cambada é tramado!
Só para tu veres, vou-te dar um exemplo. O meu irmão é engenheiro e até tem um bom cargo num banco, mas usa no seu dia a dia um carro a gasóleo de dois lugares, por ser mais prático e económico! Teve um dia destes, de ir buscar a mulher ao hospital que tinha sido operada. Ao chegar ao local que lhe tinha sido indicado, viu o porteiro todo solícito com o dono de um BMW e deixou-o parar o carro onde ele quis. O meu irmão vendo aquilo também parou o carro, veio logo o porteiro a correr dizer que ele não podia parar ali. Resumindo ainda estamos numa de vergar a mola "aos srs Doutores". O problema do português é que tem uma mentalidade muito medíocre! Não tem honra! Eramos comerciantes e ainda não deixamos de se-lo!Daí que a ralé é pior que os próprios ricos, são como os pretos entre eles que são piores que o próprio branco contra o preto!

SEMPRE disse...

Mas enquanto esse alheamento acontece o País fica mais empobrecido, mais dividido, mais injusto. E os ricos mais ricos à custa da especulação no mercado de capitais. Porque o desemprego sobre. Porque estamos cada vez mais descrentes.

SEMPRE disse...

Um alheamento político só justificável pela crise de valores que se atravessa. Pela decadência dum País que pretende emergir do atraso mas que não consegue deixar de se atrasar.
Um abraço

Anónimo disse...

Bom texto que coloca um problema real, o "não quero saber" e o "deixa andar", mas discordando do facto de serem só os jovens, porque infelizmente muitos são os portugueses que encolhem e ombros e ouvimos a famosa frase:

- Olá como vai?
- Olhe cá vou andando...

Este é o Portugal real, meu amigo, até quando pergunto eu...

Aninhas disse...

Não sei muito bem o que pensar. É verdade que há desinteresse político das pessoas de 30 anos mas também é verdade que muita gente dessa geração se preocupa com o racismo, com o ambiente, com questões como o aborto.E até conseguem ser muito interventivos e coerentes com o que pensam. Tudo isto faz-me questionar os motivos pelo qual se preocupam com algumas destas coisas e não com outras. De quem será a culpa?

E já agora...Bom Ano!

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