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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

segunda-feira, novembro 6

o último, o das 7:23


É o último, o das 7.23, ouvi uma voz forte anunciar.
Olhei. À minha frente, brilhante, levemente ouro velho, estendia-se como um tapete. Não mais de dois metros de largura, ladeado por cinzento-escuro prata, ligeira agitação por brisa provocada. Mas tem também o seu encanto, olhar o Tejo assim. A água está menos azul, (forma delicada de chamar suja). Mas, que esperaria de um começo de dia, onde despejados durante a noite as mágoas, as fealdades, as águas lavaram a cidade
E vinha até mim. Apelativo. Desviei-me à esquerda cinco metros e como ponteiro de bússola, a direcção foi corrigida; dez à direita e de novo a correcção!
Não havia dúvida, aquele convite era-me dirigido.
Ao fundo um negro continuado das margens rochosas às densas nuvens carregadas de uma chuva promissora para o dia. Dum foco esforçado e filtrado, proveniente do ausente Sol, a razão daquele tapete mágico.
Deslumbrado, hipnoticamente preso, senti-me seduzido.
É o último, o das 7.23, de novo a voz!
Abandonei-me, entreguei-me
Meus olhos presenciaram suave, tranquilo meu espírito embarcar no das 7:23!
Breve, calma, serenamente apagou-se na água, o caminho espelho.
O meu corpo ficou na margem. Os meus olhos puderam ver-me tranquilamente percorrendo o tapete que se diluiu à medida que avancei.
Não, ninguém viu esta estrada, nunca ninguém nela viajou! É minha, só os meus olhos a viram, em imagem permanece gravada.
E a tranquilidade também!

2 comentários:

Anónimo disse...

Uauuuuuuuu
Adorei!
Beijinhosssssss

Anónimo disse...

Como é bom viajar... ou simplesmente ficar - na sinfonia dos 5 sentidos.
Gostei

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