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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

terça-feira, abril 4

estar, sentir

Cansado, também o dia falece.
As cores que se esbatem, um cinzento breve,
Um negro envolvente.

Uma curva na estrada, na vida
Uma janela entreaberta, uma cortina leve, alva,
Tocada por suave brisa esvoaça,
Em movimento de chamamento ou despedida,
Sem cadência, ora a proximidade ora ausência.

Um número dourado à porta,
A esperança que se aviva e não se esgota.

Fora e dentro, dentro e fora,
Repressão de um sentimento que jorra.

A música de um CD abandonado,
As palavras de um livro decorado,
Uma vida em pausa.

Um intencional golpe de olhar indiscreto,
O encontro na solidão de uma só lâmpada,
O complemento de uma vela de chama branda, persistente,
O imaginário de um corpo, uma alma quente.

Um só prato na mesa,
Em outra um só prato simplesmente!

Um duche, um outro duche demorado,
Um corpo, um outro corpo molhado,
Uma toalha jogada ao chão,
Quatro mãos que se estendem
E não se tocam de tão próximas
E afastadas que estão.

1 comentário:

Avó do Miau disse...

Um texto maravilhoso! Obrigada por compartilha-lo connosco!
Bom fim-de-semana,
Daniela

www.amar-ela.com

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