
A mosca.
Encurralada ente a cortina e a janela, num zzzz contínuo, voava e projectava-se contra a vidraça, quase desesperada. Uma arremetida, um rodopiar contínuo, desesperante.
Vidraça, cortina, cortina, vidraça e um espaço sem barreiras.
O “mosticeiro”, feiticeiro das moscas, só lhe tinha falado nas vidraças e nas cortinas e mesmo o “mosticeiro-mor” que lhe haviam aconselhado, sábio que até previra que a água ao lume fervia, e que à noite faria escuro, jamais previra tal situação!
Aquele espaço apelativo, um horizonte à descoberta, o voo!
Segundo a mezinha do “mosticeiro” último, mais “mosticeiro que todos os “mosticeiros”, a solução era arrancar uma asa em tais situações. Voaria, voaria mas jamais sairia do mesmo local – era mais seguro, menos arriscado!
Não, não arriscaria construir o seu próprio caminho.
Sei lá, até poderia correr o risco de ser feliz.
Mas não, o mosticeiro não previra tal cenário, logo ele não existia.
Arrancou uma asa e esgotou-se tranquilamente, à espera de um outro “mosticeiro” de ocasião.
Ele dir-lhe-ia que fazer!
2 comentários:
texto muito simbólico...e acho q entendo bem demais... beijocas
Tadita da mosca, tá kuase como uma Maria ke konheço, e alguém de cabelo encaracolado.
Até as moscas, mesmo ke sem asas conseguem caminhar, já ke não voar...
Brigada pela tua visita
Bjito
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