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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

segunda-feira, abril 6

Sonhando, recordando, VIVENDO



A minha amiga Lourdes mandou-me este link.

Que bem me soube, que intensidade!

Transportei-me a tantos lugares, tantas vivências, tantas intenções. Sonhei gostosamente com o passado, senti-me privilegiado ao identificar-me com momentos de ouro orlados ao longo da minha vida, tantos passos ensaiados na descoberta do colectivo.

Em 69 uma nefrite atirou-me para uma cama do hospital, cerca de mês e meio retido em enfermaria. O núcleo dos meus colegas mais próximos levava-me, para serem saboreados em comum, gravações do Zeca, Adriano, Fanhais e outros, num leitor de cassetes que hoje seria peça jurássica!

Naquela altura não havia limite de visitas concomitantes, a cama rodeada de gente quase sempre empenhada em me transportar em espírito para além das paredes cor de rosa do velho hospital, novos, velhos, amigos, familiares.

Ao princípio a curiosidade mórbida para quem tinha entrado em estado de coma. Depois, a partilha de momentos. No hospital, as freiras apelidaram a enfermaria, a enfermaria do estudante...Foram mais de duas centenas de visitas. Na altura, marcava os nomes, mais de meia centena e as vezes de reincidência...

Em Março de 1968 um primo meu, José Azeredo Pais foi assassinado, pela Pide, em Angola, diz-se. Era Alferes miliciano, estudante em Coimbra, companheiro e amigo do Adriano Correia de Oliveira.

Adriano dedicou-lhe a canção com o poema de Manuel Alegre, Canção com Lágrimas.

E foram estes os momentos a que me transportou o Pedro Barroso. Intensa a emoção, que bom ter passado vivido, que bom a riqueza de um património que me alicerça robustamente esta ânsia de viver e bendizer o dia a dia.

2 comentários:

Lourdes Henriques disse...

Olá Professor Afonso
Fico feliz por ter contribuido para despertar em si recordações que, apesar de dolorosas, o fizeram sonhar com um passado que lhe traz momentos vividos intensamente.
E tal como refere, o ajuda a agarrar-se avidamente à vida, no dia a dia.
Parabéns pela forma e força com que encara a vida. Um grande exemplo a seguir pelos fracos.
Um abraço da
Milú.

soares disse...

Olá Professor

O amor da família ,dos amigos adoçam as lembranças dos momentos de provação. "Deus nunca nos abandona"

Um abraço

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