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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

segunda-feira, abril 30

acordando a manhã


Cedo, como sempre bem cedo. O Sol ainda difuso acentuava as cores da manhã, a frescura do ar.
Nos prédios, ao longo da rua, uma luz aqui, outra ali. Iniciava-se o dia, mais um dia para uns ou a noite ainda não terminara para outros. Pessoas acompanhadas e muitas dessas, de solidão. E pessoas sós. Na rua, poucos carros em movimento.
Em decidida passada ritmada, avanço para o parque. A temperatura ronda os 7º, vi num painel publicitário. Fresco, quanto baste. Nada que uns abdominais, extensões, flexões não supere. Chego. Ladeia-me uma fila de árvores esguias, aprumadas, oscilando ao de leve pelo embalar da brisa nocturna que se vai, ondulante. Verdes, verdes e prateadas as folhas no verso.Tenras,Primaveris.Prossigo na minha marcha diária. Outras, árvores, desta vez povoadas de pássaros. Que chilreada! Quero crer que será uma ode a mais um dia que começa. E saltitam, esvoaçam, partem e tornam...e cantam, e o movimento é constante.
Continuo, ainda sem ninguém por companhia!
Em meu peito sinto o coração num batimento mais intenso; a respiração levemente ofegante. Olha, lá vem aquela senhora toda vestida de preto que aproveitando a sua caminhada, passeia o cãozinho. Na mão, um saco de plástico com comida para um cão abandonado. Todos os dias, como hoje. Bom dia, cumprimentamo-nos. Não sei quem é, como se chama, é a senhora do cãozinho. Não sabe quem sou, serei mais um que diariamente naquele local lhe deseja bom dia.
O Sol ilumina o horizonte, ainda sem se mostrar. Ao longe, recortado no azul ainda bebé do céu, um avião aparentemente numa pachorrenta trajectória. Chega, cansado de uma viajem nocturna, ou ensaia os primeiros passos matinais de um novo destino. Tudo é tranquilo, harmonioso.
Circulam mais carros, vejo-os ao longe. Condutores isolados, pessoas desacompanhadas, muitas solitárias. E outros. Mais homens que mulheres, mais mulheres com mulheres, cabelos molhados de um duche à pressa, retoque apressado em maquilhagem, no pára arranca. E uma mota de grande cilindrada. Dois corpos que se fundem num abraço, diria que se prolongava noite naquele em quase em um só corpo. Pode não ser, mas quero que assim seja. Carros, mais carros, lentamente preenchendo a estrada. Na rotunda, um contorna em circulo e não sai. Roda novamente. Acontece até aos bons! E na vida, quantas vezes contornamos a rotunda, uma e outra vez sem identificarmos qual a nossa saída!
Uma buzina, um vizinho. Ensaiamos um aceno em jeito de bons dias. Viu-me pensei, é raro. De manhã as pessoas costumam não ver. Os carros são automáticos chego a pensar. Os ocupantes, ou demasiado frustrados pela noite que tiveram ou demasiado preocupados com o dia que se avizinha, só abrem os olhos e os ouvidos a meio da manhã. À beira da estrada um operário bate fortemente as botas no chão. Sacode o frio. Chega a boleia, uma carrinha com outros silêncios, um habitáculo repleto sabe-se lá de que emoções.
Continuo, já me vou sentindo cansado. Passo por um canteiro de pequenas flores. Juro que na minha primeira passagem estavam ainda fechadas. São Bons-dias, abrem com o sol. Recebo-os com um sorriso. Ao de leve sinto um raio de sol aquecendo-me a alma. Bom dia!

5 comentários:

João JR disse...

Olá Keops..
eu digo-te boa noite:),Bon sonhos, bom acordar..bom dia:))
Um gd beijo p ti

Anónimo disse...

Perdi-me na imagem e no teu texto.
Boa semana, querido!

Beijinhosss

Lu Soares disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lu Soares disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lu Soares disse...

...podes passar e entra sempre que queiras,tens ,não apenas as janelas mas também as portas, da minha humilde casa abertas!
BJ

Lu

PS-isto de deixar coments a esta hora dá nisto....nao acertava nos coments anteriores...sorry.

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