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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

domingo, fevereiro 18

um sábado diferente



Queres vir? Perguntou o meu filho em jeito de desafio.
E lá estávamos caminhando esforçadamente vereda acima em busca do“tesouro” (
http://www.geocaching.com/seek/)
Improvisados, firmemente na mão, cajados de apoio para as imperfeições do terreno. No pulso o João confiava nas coordenadas introduzidas do GPS. Ao longo do caminho tenros eucaliptos, outros altos em balancear cadenciado pelo vento ténue. Uma ave de médio porte, falcão ou coruja voa rápida e eficazmente evitando os troncos, em gincana acrobática. Procura alimento, penso por momentos!
Afasto este cenário do meu espírito pois neste quadro não há lugar para o vermelho sangue. A tela é minha, as aguarelas escolhidas!
Continuo a subir. À direita numa clareira, uma torre eólica com o seu vu…vu…vu espaçado. Gigantesca, pensei feito Sancho. Como seria sentir-me Quixote nestes novos moinhos?
Ergo o olhar. As extremidades das pás, vermelhas, empurram ligeiramente as nuvens conduzindo-as a uma rota apressada, para que o azul do céu seja visível. Por momentos sigo aquele comboio imenso e distraio-me a inventar figuras em movimento.
Mais acima, disse o João! Chegámos, confirmou consultando as coordenadas!
Uma espécie de planalto, um compacto verde rasteiro e amarelo tímido de carqueja. Ao longe, a perder de vista, encostas suaves, parcelas castanhas, sulcos alinhados, fecundados pela máquina, a mando do Homem. Em breve, do fértil leito, verdes esperanças, batatas, trigo, favas…
Iniciamos a busca da “cache”. O entusiasmo é enorme. Ei-la!
Saco plástico preto evolvente, uma caixa que fora de gelados no interior. Desembrulhado como se o mais colorido embrulho fosse; avaliado o conteúdo, brilhozinho de entusiasmo no olho, o livro de registos lido, o nosso acrescentado. De novo religiosamente embrulhado, de novo depositado no “sacrário”.
E partimos. Chão fofo de turfa, de um aveludado verde aqui, ali. O cheiro de terra húmida, uma lufada fresca e passageira de eucalipto!
Ao longe, ainda activo, o sol poente, cansado de se afirmar neste dia de Fevereiro.
Na próxima semana, que venham os problemas. Não os posso evitar.
Erguerei meus braços e como hélice movida por energia anímica, resolvo-os, suplanto-os!
Estou cheio. Em mim não há espaço de alojamento para o negativo. Estou bem, teimosamente bem!

2 comentários:

notyet disse...

"Yo procuro hablar de la vida como de um placer robado, ya que nunca se alcanza la plenitude".(LMD)
Meu amigo, ali, naquele momento,"teimosamente", como dizes, alcançaste.
Só hoje li o teu comentário ao meu "ocaso". Fico grato pelas tuas palavras. Resta-me descobrir se é na realidade dádiva ou pura punição.

Jasmim disse...

irei. obrigada pela sugestão.

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