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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

quinta-feira, agosto 3

Que bem se respira aqui....

De cinzento plúmbeo, aqui e ali, lâminas de prata reflectindo uma lágrima da Lua em despedida da noite, o Tejo deslizava sossegado, espreguiçando quando possível ao longo da margem, tantos segredos e cumplicidades acarretando. De braços abertos de imenso, o mar envolvendo-o deixava de ser um, para de dois em um só transformar-se. Afecto, quero que seja isso. Não? Mas se fui eu que vi, quem me pode desmentir?
Um iate deixa-se embalar numa ânsia de partida, indolente, mas decidido. Solitário, navegador solitário em busca de reconciliação. Apreensivo mas desejoso de iniciar novas rotas, descobrir, sentir novos sentires, desafiar o seu limite. Vi-lhe o brilho dos olhos quase como dois pequenos faróis. Exagero? Quem quiser não acredite!
Em sentido contrário, negro, enormemente imponente, desgastado por não sei quantas vagas vencidas, sulcadas em matiz de branco espuma, um porta contentores. Dezenas de homens, fato-macaco laranja pôr de sol, emprestavam um colorido ao cenário. Sorrisos, sôfregos olhares saciados nas colinas da majestosa Lisboa, ainda adormecida. Sonhos, planos, sonos reparadores não embalados, por meia dúzia de dias.
Uns chegam, outros partem.
Uns partem porque querem chegar.
Outros chegam desejando partir.
Para estes uns braços que se estendem. Para outros, braços que se abrem.
Em uma estrela, algures, o elo, a LUZ .Dá-se, recebe-se.
Vi, senti, respirei e fui confidente.
O Sol, quando se apercebeu, tudo já se tinha passado.
Talvez amanhã!

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