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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

quarta-feira, novembro 14

velhos...não trapos!


Há já algum tempo que canalizo a minha atenção social para os mais velhos.
Continuo a alertar para a necessidade de se olhar para a faixa etária mais avançada.
Portugal é um país cada vez mais velho.
Velhos encostados às paredes e bancos de jardim, velhos despejados em armazéns, velhos solitários em casas, algumas reformas precárias, carentes de atenção, miseráveis afectos.
Ao atingir certa idade, quando já não corpos alimentadores das máquinas trituradoras dos impostos, peões no xadrez da impessoalidade das relações profissionais, marginalizados, caminham a passos penosamente lentos para a estação do comboio da morte. Há-de chegar, há-de chegar, é só esperar! E tem mesmo de ser assim?


Jocosamente evoco o princípio dos vasos comunicantes dos afectos. Dar e receber, numa acção de nivelamento, como testemunho de vida. Não custa, é só necessária um pouco de atenção.
Os velhos, depositários de saberes, têm como estigma patrimonial o facto de nos terem dado a vida. Seremos estruturalmente eternos devedores a não ser que a nossa vida seja tão má que os culpemos da nossa existência.
E agora, estaremos a educar os nossos filhos de forma que escolham o depósito convenientemente para um dia nos depositar?

A morte não deve ser temida. Ela é o último elemento complementar do pacote tripartido da VIDA (nascimento, vivência e morte).
Não me preocupa a morte, incomoda-me a falta de qualidade de vida!

Teimosamente estou a tentar inquietar consciências junto a três autarquias. Há que fazer mais e melhor e para isso por vezes o único custo é o gasto de afecto, disponibilidade.
Um dia volto a dar notícias sobre o tema. Boas, espero!

7 comentários:

Rui disse...

Passou no DocLisboa um documentário sobre velhos, que devia ser visto por todos: In The House of Angels.

SILÊNCIO CULPADO disse...

É bonito o que aqui dizes e eu entendo que devem ser criados todos os mecanismos de apoio aos idosos e às populações carenciadas. Choca-me o facto das pessoas envelhecerem sem dignidade porque esta sociedade não quer quem já não lhe serve. Porém, alguns desses velhos eles próprios foram egoístas quando tinham força, eles próprios ensinaram os filhos a desamar.
Nada justifica o abandono mas é bom reflectir sobre ele segundo vários ângulos de abordagem.

7 disse...

o seu gesto é muito bonito e desejo todo o sucesso, espero ter notícias sobre a sua insistência. Ninguém gosta de ser abandonado e penso que não há maior sofrimento na vida doo que ser abandonado. Ás vezes em pensamento, divago e imagino assim uma situação dessas na minha pessoa. É um pânico!! Contudo como diz a "Silêncio", na educação está o fruto e às vezes que semeia, depois colhe.
Também acredito que não é só na Educação, também há pessoas com maldade. Contudo é uma situação que deve ser revista com toda a atenção e que merece muito respeito. Eu graças a Deus tenho uma avó com 93 anos de idade que estimo muito e era impossível abandoná-la. Abraços.

Anónimo disse...

Acho repugnante o abandono dos idosos ,d e facto ... Mas , e há sempre um mas , creio que na maioria , se não mesmo em todos os casos, a culpa é da má educação à qual as pessoas são sujeitas. O exemplo vem de algum lado , com certeza ...

Tiago R Cardoso disse...

Muito bem, é preciso continua a tentar despertar consciências.

Silvia Madureira disse...

Tema muito complexo...
De difícil resolução quando as pessoas se mostram muito incapacitadas e a família tem vidas complicadas.

Não posso julgar as famílias ...mas haveriam de haver cada vez mais locais dignos para os Senhores da Sabedoria passarem uns dias divertidos quando incapacitados.

Estudar, muito, sempre mais ...até entender...é esta a fórmula mágica da disciplina que ninguém quer usar porque sabe melhor o que não exige esforço.

um grande abraço

notyet disse...

Das tuas preocupações e das dificuldades em levar projectos à linha da frente, sabes bem que estou por dentro e também não desisto.
Vai aproveitando o intervalo para nos regalar com as visões da tua digital, como é o caso desta bela foto.
Hoje não te apanhei de sentinela. Um abraço

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