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Mas quem sou eu mesmo? Nem eu sei se calhar. Em busca, permanentemente em busca!

terça-feira, novembro 28

O vencedor

O fim-de-semana passado foi mais uma azáfama.
Colaborei com a minha presença e empenho na equipa dos transportes.
Depois, em tempo morto, não resisti ao apelo de um porta paletes. A música soava e iniciei uma valsa, tango, salsa, sei lá que mais, num movimento de entrega de rodopio louco com boxes de alimentos! Doido, inexplicável aquele frenesim! Só visto, sentido.
Bom, mas isso já foi demais publicitado.
O que quero aqui partilhar, é um pequeno episódio que acontece em circular a este evento.
Tinha estacionado a carrinha à porta de um supermercado, deixava-me embalar ao som de uma melodia no rádio, dando um pouco de descanso aos pés. Observava. Quatro escuteiros, dois jovens e duas crianças, abordavam os utentes do Supermercado acenando com os sacos da solidariedade, colhendo dádivas de sorrisos de arroz, feijão, leite e outros. Na alma, a camisola do banco alimentar. Visível, branca!
Um homem e uma criança não mais que seis anos aproximaram-se. A medo, o miúdo. Reparei nas meias. Escoteiro também. Deslocava-se com dificuldade, um rosto “diferente”.
O homem, pai de certeza, falou-lhe ao ouvido. Apontou os outros meninos. Que sim, acenou com a cabeça. Fugiu do meu ângulo de visão.
Dois minutos mais tarde, surgiu “um gigante” Uma camisola em cima dos ombros, descaída até os joelhos! Imensa, como imensos e cúmplices foram os sorrisos de pai e filho! E ficou!
Olhou para mim e sorriu-me ao passar. É meu filho, disse-o sem proferir palavra. Acenei-lhe em silêncio, discretamente.
Será mensurável aquele amor? O ter-se filhos “diferentes” torna-nos pais diferentes?
E o GIGANTE continuou a distribuir sacos. Não lhe ouvia palavra, mas o que me chegou foi suficiente para me decidir escrever.
Ainda hoje guardo a imagem.
Foi um episódio paralelo à recolha de alimentos do Banco Alimentar. Foi igualmente uma recolha de afecto pelo menos para mim.

2 comentários:

Meia Lua disse...

Normalmente quando somos apanhados assim de surpresa... ficámos comovidos. Acontece comigo. Difícil é estarmos atendos no dia-a-dia atribulado. Estes momentos ficam no coração. Beijnhos

Anónimo disse...

A emoção faz parte!
Bom final de semana, querido!
Beijinhossssssssss

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