Hoje, a convite de um amigo fui à feira da Malveira.
Feira tradicional, grande, há muitos anos marca da actividade da região, há muito tempo que por lá não passava.
Acordei ainda não eram cinco horas e às seis menos um quarto já íamos a caminho. Por caminhos calcorreados há mais de trinta anos, caminhos ausentes da memória de qualquer comum GPS, estradas húmidas e por espaços quase invisíveis por nevoeiro, chegámos à Malveira ainda a azáfama era ténue como a luminosidade. Um tilintar de um ferro aqui, outro martelar forte em estaca acolá, um "puxa aí", um rosnar de um motor de uma carrinha ao subir o passeio, paus e madeiras saindo porta bagagens, o acampamento moldava-se, tomava forma, cor, vida. Os produtos tomavam seus lugares nas bancadas, em cabides, preenchiam-se os espaços adjacentes. Há de tudo, mesmo o impensável, novo e usado. Estava frio, o nevoeiro mantinha-se baixo, alguns toldos gotejavam. Pouco a pouco os casacos era afastados dos corpos, o exercício aquecia apesar do sol manter-se teimosamente oculto. E o nevoeiro permanecia...
"Leve 6 a 5 euros", "pode escolher freguês", ou simplesmente um olhar acompanhando qualquer manifestação de curiosidade num produto, crescia o bulício. Oito e meia, está na hora, disse-me o meu cicerone...
Com cuidado, não fossemos tropeçar numa corda ou mesmo num produto, esgueirámo-nos por vielas sinuosas, bom dia, oh Chico, então está melhor, a tua senhora? Esta gente conhece-se, estas pessoas estimam-se, pensei. Oh Zé, anda daí, quem? Ah sim é um amigo meu! E eu inchava... Também vem, perguntou-me. Sim, respondi com mais confiança do que anuência...
Vi-me sentado às oito e meia num restaurante. Matar o bicho disseram. Na minha terra seria um copo de aguardente e um café. As mesas cheias, olhei incrédulo. Pregos no prato com ovo a cavalo, sopas, feijoada. Em Roma sê romano. E neste momento eu era romano. Bati-me igualmente com um prego, um tinto de bom beber, não acompanhando os meus companheiros na sopa. Era demais...
E ouvi, e escutei, e vi. Muita gente de distantes lugares, muita gente levava quase cinco horas de labuta. E trocavam-se experiências desta e de uma outra feira, falavam das exigências aqui, dali , das expectativas sempre comuns no dia a dia.
Saímos, demorou-se o tempo suficiente para o objectivo, não mais que se fazia tarde para o negócio...
Feira tradicional, grande, há muitos anos marca da actividade da região, há muito tempo que por lá não passava.
Acordei ainda não eram cinco horas e às seis menos um quarto já íamos a caminho. Por caminhos calcorreados há mais de trinta anos, caminhos ausentes da memória de qualquer comum GPS, estradas húmidas e por espaços quase invisíveis por nevoeiro, chegámos à Malveira ainda a azáfama era ténue como a luminosidade. Um tilintar de um ferro aqui, outro martelar forte em estaca acolá, um "puxa aí", um rosnar de um motor de uma carrinha ao subir o passeio, paus e madeiras saindo porta bagagens, o acampamento moldava-se, tomava forma, cor, vida. Os produtos tomavam seus lugares nas bancadas, em cabides, preenchiam-se os espaços adjacentes. Há de tudo, mesmo o impensável, novo e usado. Estava frio, o nevoeiro mantinha-se baixo, alguns toldos gotejavam. Pouco a pouco os casacos era afastados dos corpos, o exercício aquecia apesar do sol manter-se teimosamente oculto. E o nevoeiro permanecia...
"Leve 6 a 5 euros", "pode escolher freguês", ou simplesmente um olhar acompanhando qualquer manifestação de curiosidade num produto, crescia o bulício. Oito e meia, está na hora, disse-me o meu cicerone...
Com cuidado, não fossemos tropeçar numa corda ou mesmo num produto, esgueirámo-nos por vielas sinuosas, bom dia, oh Chico, então está melhor, a tua senhora? Esta gente conhece-se, estas pessoas estimam-se, pensei. Oh Zé, anda daí, quem? Ah sim é um amigo meu! E eu inchava... Também vem, perguntou-me. Sim, respondi com mais confiança do que anuência...
Vi-me sentado às oito e meia num restaurante. Matar o bicho disseram. Na minha terra seria um copo de aguardente e um café. As mesas cheias, olhei incrédulo. Pregos no prato com ovo a cavalo, sopas, feijoada. Em Roma sê romano. E neste momento eu era romano. Bati-me igualmente com um prego, um tinto de bom beber, não acompanhando os meus companheiros na sopa. Era demais...
E ouvi, e escutei, e vi. Muita gente de distantes lugares, muita gente levava quase cinco horas de labuta. E trocavam-se experiências desta e de uma outra feira, falavam das exigências aqui, dali , das expectativas sempre comuns no dia a dia.
Saímos, demorou-se o tempo suficiente para o objectivo, não mais que se fazia tarde para o negócio...
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