Quase sete horas.
O dia anunciava-se quente como tem sido hábito neste princípio de Agosto. No caminho, ao dobrar a curva, um cheiro intenso a terra molhada, um borbulhar enérgico vindo das entranhas. Uma ruptura!
Comuniquei aos serviços responsáveis de imediato. Esvaia-se a terra em desperdício de milhares de litros. Se não fosse quase crime, confesso que o caudal correndo estrada fora me refrescou os olhos.
Eram cerca das 11 horas quando chegou o piquete. Uma mini escavadora, três homens. De início o estancar dos canos, depois a intervenção da máquina. Com o aproximar da detecção dos tubos, o balde munido de dentes espaçados amainava a sua acção de remoção, vislumbrei movimentos de carícia cuidadosa. E não mais podia ser feito. Os outros dois homens saltaram para o interior da cratera, botins de borracha, pás rijamente seguras de início, enlameadas depois. Cirurgicamente retiravam a terra envolvente, os cinzentos tubos, dois, par a par iam-se destacando. Dos rostos afogueados, gotas de suor jorravam e caiam na lama, nódoa nas camisas ainda secas. Depois, já não se notavam nas camisas encharcadas de suor!
Um balde debaixo de um arbusto, cheio de água, refrescava, se possível, uma garrafa de água.
Senti o sol morder-me, simples espectador. Que calor! A meus pés, sem descanso lapidava-se a terra, os canos.
Já não aguentava mais! Mesmo sem nada fazer o calor consumia-me. 38 graus apontava o termómetro. Regressei ao fresco da casa e pus-me a pensar no que vira.
Há quem trabalhe duramente, quem não possa parar, mesmo debaixo deste Sol, mesmo com estas temperaturas...
Não sei o nome destes homens, mas guardo em memória a sua acção.
Heróis anónimos, por vezes transparentes aos olhos de tanta ingratidão e egoísmo.
O respeito pelo outro, pelas suas competências, pelos seus talentos, sejam lá quais forem, enriquece-me.
O dia anunciava-se quente como tem sido hábito neste princípio de Agosto. No caminho, ao dobrar a curva, um cheiro intenso a terra molhada, um borbulhar enérgico vindo das entranhas. Uma ruptura!
Comuniquei aos serviços responsáveis de imediato. Esvaia-se a terra em desperdício de milhares de litros. Se não fosse quase crime, confesso que o caudal correndo estrada fora me refrescou os olhos.
Eram cerca das 11 horas quando chegou o piquete. Uma mini escavadora, três homens. De início o estancar dos canos, depois a intervenção da máquina. Com o aproximar da detecção dos tubos, o balde munido de dentes espaçados amainava a sua acção de remoção, vislumbrei movimentos de carícia cuidadosa. E não mais podia ser feito. Os outros dois homens saltaram para o interior da cratera, botins de borracha, pás rijamente seguras de início, enlameadas depois. Cirurgicamente retiravam a terra envolvente, os cinzentos tubos, dois, par a par iam-se destacando. Dos rostos afogueados, gotas de suor jorravam e caiam na lama, nódoa nas camisas ainda secas. Depois, já não se notavam nas camisas encharcadas de suor!
Um balde debaixo de um arbusto, cheio de água, refrescava, se possível, uma garrafa de água.
Senti o sol morder-me, simples espectador. Que calor! A meus pés, sem descanso lapidava-se a terra, os canos.
Já não aguentava mais! Mesmo sem nada fazer o calor consumia-me. 38 graus apontava o termómetro. Regressei ao fresco da casa e pus-me a pensar no que vira.
Há quem trabalhe duramente, quem não possa parar, mesmo debaixo deste Sol, mesmo com estas temperaturas...
Não sei o nome destes homens, mas guardo em memória a sua acção.
Heróis anónimos, por vezes transparentes aos olhos de tanta ingratidão e egoísmo.
O respeito pelo outro, pelas suas competências, pelos seus talentos, sejam lá quais forem, enriquece-me.
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