Sinto-me extasiado quando ao ler um
texto o autor consegue impregnar as palavras de sons e odores,
colorir os sentidos, imagens, biselar as expressões.
Esta coisa de cultivo das letras tem
muito que se lhe diga. Não basta, em meu entender ligar vogais e
consoantes, fazer frases.
Se tenho uma fixação no uso das
palavras, curioso é que não consiga memorizar as letras das
músicas.
Ah, os sons, destroem-me de todo as
minhas defesas...
Impressionante como a combinação de
sete notas invadem, devassam as minhas defesas e provocam-me emoções.
E não é da idade, sempre tive essa brecha na minha defesa
emocional!
O exímio operário das letras é um
criador, tal como o embutidor de madeira. A peça, a cor, a matéria
certa no contraste. Recorta milimetricamente os contornos, repõe com
outras matizes os espaços.
Tive o privilégio de ter como
professor no Liceu, um escritor.
Nunca notara tanto movimento, tanto
odor, tanta cor nas palavras escritas das mesma forma, em terrenos
diferentes, consolidando ideias diferentes. Tomei consciência nessa
altura, tornei-me mais exigente.
5 comentários:
Não sei,ninguém poderá saber a não ser o autor,ao que se devem,aqui e agora,hoje,tão rectas palavras sobre esta coisa tão difícil que é escrever. Palavras que me assentam bem,pois tive professores que inculcaram em mim este gosto por cuidar bem das palavras da nossa língua. Recordo um meu professor durante três anos,a quem chamávamos "o vírgulas"responsável por esta minha obsessão pela pontuação, o homem da "caça aos que", entre outros mimos linguísticos.
Como exemplo acabado de "exímio operário das letras",permito-me transcrever um pouco de O estatuário,(hoje o escultor) do Padre António Vieira,que sei quase integralmente de cor desde a minha 4ª classe: "Arranca o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe;e depois que desbastou o mais grosso,toma o maço e o cinzel na mão e começa a formar um homem: primeiro, membro a membro e,depois,feição por feição,até à mais miúda. Ondeia-lhe os cabelos,alisa-lhe a testa...". E continua. A parte mais suculenta vem a seguir... vem no Google.
Gostava bem de transcrever o texto todo, mas é longo para aqui, e até pode ser conhecido de quem me lê.
José Auzendo
Tambem me "entretem" nesta arrumação de "palavras"...Palavras que doiem, palavras que mentem,palavras que se perdem...palavras
loucas...palavras lindas, doces,meigas ...de amor...
Palavras que convencem, que enganam. que iludem...á as palavras que não se dizem...palavras que ferem como espadas, que não mais esquecem...
Palavras que se arrumam e,fazem poemas,oraçôes,cantares...
avoluisa
A aplicação das palavras, conforme eu a entendo, é uma arte, tal como a música, a pintura, o canto, a escultura, e tantas outras artes. Nasce connosco. Claro está que terá que ser aperfeiçoada, limada, e para isso, tal como em todas as artes, lá estão os mestres. Mas também não é qualquer um que pode ser um bom mestre das letras. Quantos alunos existem que superam os seus mestres!
Quanto aos sons, à aplicação das sete notas e seus acidentes, também eles nos oferecem momentos de felicidade, menos bons ou até maus. Tal como nas palavras, não é apenas ligar as notas. Há que saber ligá-las e interpretá-las com sentimento. Conforme o sentimento de quem as interpreta, assim uma mesma música poderá ser boa ou má. É tudo uma questão de ARTE E SENSIBILIDADE.
Um abraço
Milú
Palavras....
Que escritas com harmonia,equilibrio,arte,coração...nos levam a "sentir"emoções,cheiros,sabores,cor,arrepio.....
É verdade que o amor mora no coração!!!
Mas o "sentir" esta-nos na pele...digo eu
Uma boa escrita nos alimenta não sei se o espiríto?se a alma? a vida?o sonho? ás tantas.... tudo!..
um livro é um grande e fiel amigo!!
la vida és eso
suzete
Palavras
As palavras são boas ou más consoante aquilo que nos transmitem. Com elas podemos expressar os nossos sentimentos dizer a quem amamos e também a quem não apreciamos. Dar uma palavra de conforto a alguém que está sofrendo ,ou uma de felicitação a um amigo que está feliz.
Ao ler um livro a nossa imaginação consegue chegar a todos os cantos e recantos que o escritor descreve e se as personagens são bonitas ou feias. Isto só se consegue com o poder das palavras.
gostei muito
Alice Matos
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