A crise, a crise, bate-me à porta através da rádio, televisão, jornais, Internet!
Se bem que perceba, se bem que a compreenda, pergunto a mim mesmo onde estou a contribuir para este desastre. E não entendo onde...
Talvez faça parte do universo daqueles que consomem e não questionam, porque consomem com opção e parcimónia!
Fez-se o 25 de Abril, (nessa altura estava na Guiné a combater não como voluntário e bem remunerado), nessa altura um mar de esperança se abriu, azul de desejo e perspectivas. Para os mais distraídos e branqueadores de memórias, grito em voz sonora que fui o terceiro filho de um casal a estar em teatro de guerra simultâneamente. (Angola, Moçambique, Guiné). Não havia opção. A ida para a guerra era uma fatalidade! Defesa do solo pátrio? Bem, isso daria pano para mangas....
A chegada à chamada Metrópole constituiu um deslumbramento, as vivências os sentires um respirar de liberdade em prólogo. Mas de desconfiança. Algumas marcas físicas e psicológicas um conter de repressão e dor, um conter de alegria sempre doseado pelo hábito adquirido...
Mas, no ar o sonho, a perspectiva de algo melhor a plenitude da realização de um colectivo!
Para onde foi transportada a saudável utopia? O Sonho?
Conjunturas, conjecturas, atropelos e esquecimentos...
Acompanho os momentos de hoje, não me preocupo...
Sou privilegiado mais que pelo recurso, pela acção, boa panaceia.
Dói-me a dor do outro, talvez mais que a minha própria que controlo.
Que responsabilidade será atribuída a estes gestores do País?
Salvam-se sempre, pertencem a uma classe de inimputáveis...
Aos outros, a todos nós, em tempos uma dia de salário para a Nação faria sentido. Hoje, a dúvida de uma aplicação em mais uma aquisição megalómana, uma masturbação de devaneio narcisista atrás da porta, afasta-nos da participação activa deste “BARCO” chamado Portugal. Outros tempos que não globais...
Deixámos aos poucos o Paquete. Senhores, não vêem que navegamos há muito no bote salva vidas?
Quem nos acode, quem nos acode...?
Remo, insistentemente remo, só em mim creio!
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